Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês. Peço desculpas pela demora, mas asseguro que já estou deixando tudo pronto para que essa demora não se repita na próxima semana de provas.
Espero que gostem.
Boa leitura 🍮 ❤️
Soluço não sabia dizer exatamente como tudo aconteceu, era como se tudo a sua volta tivesse desaparecido completamente, como se sua alma tivesse deixado o corpo e não fosse nada além de uma casca vazia sendo controlada por alguém que não ele mesmo.
Sabia que estava na Ferrari com Astrid ao seu lado, ouvindo vagamente as instruções da loira porque era ela quem estava com o celular rastreando Merida. Sabia que tinha piscado seis vezes desde que entrou no carro. Sabia que o carro estava perigosamente rápido - ultrapassando os duzentos quilômetros por hora - e que tinha quebrado mais leis de trânsito do que podia contar. E em algum lugar de sua mente sabia que talvez tudo aquilo fosse em vão porque talvez não conseguisse salvar Merida.
Nem mesmo quando finalmente entraram na rodovia Soluço foi capaz de voltar à realidade. A voz de Astrid não passava de um eco em sua cabeça. Ele estava respirando? Provavelmente não.
Soluço voltou a si de maneira abrupta, pisando no freio com força e de repente, ele não precisou olhar para Astrid para saber que tinham chegado. Era uma das cenas mais horrendas que tinha visto. E sabia que Merida estava ali.
Engoliu a seco e com as mãos trêmulas abriu a porta da Ferrari. Tateou debaixo do banco até encontrar o que procurava e descer do carro. Até aquele momento Soluço fora incapaz de distinguir qualquer coisa que acontecesse a sua volta, ele não saberia dizer que horas eram, como estava o clima, se estava respirando ou se seu coração estava descompassado.
Mas tudo mudou ao segurar a Glock.45.
Eram 23:15. A temperatura estava em torno de dez graus. Sua respiração estava calma e as batidas de seu coração estavam lentas. Seus músculos estavam rígidos e segurava a arma com perfeição, como se já o tivesse feito um milhão de vezes. Seus passos eram lentos ao se aproximar do carro, a cena a sua frente era a pintura perfeita do mais terrível acidente que já tinha presenciado: um Hyundai HB20 e um Chevrolet Onix tinham colidido e era praticamente impossível saber onde um carro terminava e o outro começava.
O cheiro de gasolina era insuportável e uma imensa poça do líquido se espalhava pela área de colisão dos dois veículos, onde a frente do HB20 se mesclava com a traseira do Onix e tudo virava uma imensa confusão de ferro retorcido e fumaça.
Se aproximou do HB20, que estava mais perto, e engoliu a seco ao encontrar Merida inconsciente no banco traseiro atrás do passageiro, a tela do aparelho celular brilhava no chão do carro e a ligação com Camicazi ainda não tinha sido interrompida - Soluço se recusou a se perguntar se a loira tinha escutado quando tudo aconteceu - e Soluço precisou dar a volta no carro para chegar até a porta ao lado da ruiva.
Segurou a pistola com força e golpeou duas vezes o vidro da janela com o cano para que se quebrasse e pudesse abrir a porta por dentro. Guardou a arma no cinto e se inclinou para dentro do carro, desprendeu o cinto de segurança que prendia Merida no lugar e a segurou com cuidado, como se ela fosse uma frágil boneca de porcela que podia ser quebrada com o menor dos movimentos bruscos e assim, como se segurasse o mais frágil tesouro que já tinha possuído, a tirou de dentro do carro com delicadeza e se afastou do acidente, se virou encontrando Astrid ao lado da Ferrari e a loira andou até ele com passos apressados, o encontrando no meio do caminho.
-Eu chamei uma ambulância, - disse ela - já devem estar vindo. - Soluço assentiu, sentindo um certo alívio com a notícia.
-Fique com a Merida. - Ele pediu, deixando que Astrid a pegasse com a mesma delicadeza com a qual ele a segurava.
-O que vai fazer? - Astrid perguntou com a testa franzida em preocupação e Soluço não ofereceu nenhuma resposta, apenas se aproximou para lhe plantar um terno beijo na testa.
Ele se virou e Astrid sentiu o coração parar no peito ao se dar conta do que ele pensava em fazer, mas Soluço foi capaz de dar apenas dois passos antes de parar com o susto repentino de uma explosão.
Tudo pareceu congelar de uma vez e os únicos barulhos ouvidos eram das chamas famintas devorando o metal e das sirenes se aproximando ao fundo.
♠️
"Sabe o que fazer".
Era a única coisa escrita na tela do celular. Uma mensagem curta, clara e direto ao ponto. Ele sabia o que fazer, era o melhor para aquele tipo de trabalho por isso era ele quem sempre cuidava de tudo. Era ele quem sempre lidava com as... Praguinhas que sempre tentavam estragar tudo.
Como se aquela fosse uma situação casual e corriqueira (porque era) e tinha feito aquilo milhares de vezes (e tinha!), pegou a arma, encaixou o silenciador no cano e a posicionou em frente ao rosto, abaixou a trava de segurança e posicionou o dedo no gatilho.
Não precisou esperar muito para que a irritante praga saísse do prédio, esperou até que o momento fosse perfeito e apertou o gatilho apenas uma vez. Um único tiro foi o suficiente e a pequena praga caiu no chão de concreto da calçada. Exterminada.
Em meio a cacofonia de gritos de pavor que se instaurou na rua, desmontou a arma e guardou as partes sob o casaco antes de sair do beco escuro e seguir caminho pelo lado oposto ao da confusão sem que ninguém suspeitasse de nada.
♠️
Heather abriu a porta do escritório sem se importar em bater, não se surpreendendo quando o marido não tirou os olhos da tela do computador.
-Eu vou pra cama, você não vem? - Ela perguntou, mesmo já sabendo bem a resposta. Viggo tomou um pequeno gole de um copo de whiskey e respondeu ainda sem desviar a atenção do computador.
-Depois. - Heather revirou os olhos e se aproximou do marido a passos firmes e decididos, Viggo balançou a cabeça, sabendo bem o que estava por vir.
-Vamos pra cama. - Ela insistiu, colocando as mãos nos ombros dele tentando chamar sua atenção e Viggo apenas riu entretido com as tentativas da esposa. - Vamos, eu não quero dormir sozinha. - Ela tentava puxá-lo pelo braço e Viggo precisou afastar as mãos do teclado do computador, mas não fez menção alguma de se levantar. Heather grunhiu e bufou em frustração depois de algumas tentativas, mas finalmente desistiu. - Tá bom! Eu vou dormir sozinha, você pode ficar aí. Espero que esteja bem confortável, porque é nessa cadeira que você vai dormir hoje.
Viggo revirou os olhos, mas riu para o drama da esposa quando jogou os cabelos negros por cima do ombro e saiu do escritório com passos duros. Ainda rindo baixinho, mas sem se atrever a dizer uma única palavra, Viggo a seguiu.
♠️
O hospital estava um verdadeiro pandemônio de médicos e enfermeiros correndo, gritando ordens uns para os outros e familiares desesperados. Merida estava na emergência e não havia mais nada que pudessem fazer além de esperar por notícias.
Astrid se sentou numa cadeira ao lado de Soluço e a loira nem sequer deixou que um momento de silêncio se formasse entre eles antes de perguntar:
-Por que você tem uma arma?
A pergunta não pegou Soluço de surpresa, aquele era um assunto que ele sabia que teria que discutir com a loira em algum momento.-Entrei no colégio militar quando timh quinze anos. - Respondeu. - Depois que me formei, entrei pro exército. Saí há dois anos e pude ficar com as pistolas.
-Quantas você tem? - Astrid perguntou depois de um curto período de silêncio. O curto silêncio se instalou mais uma vez, por apenas tempo o suficiente para Soluço contemplar uma resposta.
-Quatro. - Astrid não respondeu e Soluço engoliu a seco. Ele olhou para o lado para se encontrar com o olhar dela, ela o olhava com curiosidade, como se tentasse resolver um quebra-cabeças sem ter todas as peças. - Vou me livrar delas. - Ele disse e Astrid sabia no mesmo momento que era verdade, sabia que Soluço entendia o por quê não podiam manter as armas.
Ela entrelaçou os dedos com os dele e os dois permaneceram em silêncio, esperando por qualquer boa notícia na sala de espera da emergência do hospital.
Então gostaram?
Quem morreu? O que vai acontecer com a Merida?
Comentem expectativas.See ya 😘
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Baby Girl
Fanfic[SUGAR DADDY LIVRO #2] Soluço e Astrid só queriam um ano tranquilo, longe de grandes problemas, mas planejar o próprio casamento é mais difícil do que parece e fica pior quando o passado ressurge para te assombrar e um acidente vira tudo de cabeça p...