Malditos hormônios

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Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo pra vocês.

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮❤️

Domingo passou em um piscar de olhos e às nove horas da manhã de segunda feira Throk tentava convencer a promotora de que não era uma boa ideia mandar Merida para um abrigo.

-Seu cliente não pode comprar a solução de todos os problemas, Throk. - Disse a promotora com o tom desdenhoso. Throk balançou a cabeça.

-Pode acreditar ou não, mas meu cliente só quer o que é melhor para a menina, Sabine. Imagino que você também queira o mesmo. - A promotora, Sabine Bassin (muito mais velha do que Throk, com alguns fios brancos na cabeça e rugas ao redor dos olhos), franziu a testa, ela não podia negar que Throk tinha razão, mas deixar uma criança tão frágil sob os cuidados de um milionário tão poderoso seria mesmo a coisa certa a se fazer?

Como ela podia saber que Soluço Haddock e Astrid Hofferson seriam tutores melhores do que qualquer outro casal devidamente registrado como lares temporários?

-Não sei se é uma boa ideia deixá-la com pessoas tão expostas o tempo todo na mídia. Não é saudável. - Disse ela e Throk não podia negar que fazia sentido. Sempre tinha alguma coisa chamado atenção para os Haddock e se Merida estivesse naquela casa, também faria parte de toda a bagunça que fazia parte do pacote.

-Tem razão. - Throk admitiu. - Mas meu cliente tem conexões o bastante para controlar a mídia e não expor a Merida e o Governo não tem recursos para cuidar dela. Você sabe muito bem que ela vai ser jogada em algum lar temporário e vai ser engolida pelo sistema. - Ele fez uma pausa, vendo como as expressões de Sabine mudavam apenas levemente. Ela prestava atenção ao que dizia, tentava visualizar o cenário que Throk pintava em sua mente. - Não existe ninguém nesse Arquipélago com mais recursos para dar à Merida a assistência que ela precisa, meu cliente tem acesso aos melhores psicólogos e psiquiatras para garantir que Merida possa seguir em frente de maneira saudável e você sabe que isso é mais do que o Governo vai ser capaz de fazer. Pense bem, Sabine. - Ele pediu e o silêncio que se instalou enquanto Sabine pensava era desconfortável.

Throk não ficava desconfortável com facilidade, mas aquela era uma causa que ele estava disposto a vencer, não porque Soluço pagava seus honorários, mas porque sabia o quanto ter Merida por perto era importante para o empresário. Qualquer um podia dizer que Soluço faria qualquer coisa por aquelas meninas, não havia nada que não estivesse disposto a sacrificar por elas. Soluço sempre quis uma família e agora finalmente era sua chance de ter uma e Throk faria tudo o que estivesse ao seu alcance para que Soluço conseguisse.

Quando Sabine finalmente quebrou o silêncio, disse algo que Throk não esperava ouvir de uma promotora:

-O governo vai retaliar. Sem piedade.

-Agora você finalmente entende? - Throk perguntou a fazendo franzir a testa.

-O que?

-Até onde ele é capaz de ir por essa garota. - Explicou. Sabine se inclinou em sua cadeira, seus olhos castanhos se encontrando com os de Throk.

-Seu cliente pode acabar não ganhando essa briga. - Seu tom era sério, de aviso, e Throk sabia que ela tinha razão mas não pôde evitar o meio sorriso presunçoso que apareceu em seu rosto.

-Ele vai arriscar.

♠️

Soluço provavelmente acabaria surtando se soubesse que Astrid deixou Camicazi sozinha na sala com Hans. Os dois estavam assistindo a um filme colegial cujo o qual Astrid não se ateu ao título quando Heather chegou sem avisar e as duas melhores amigas foram conversar na sala de jantar onde não podiam ser ouvidas, mas Astrid ainda conseguia ficar de olho em tudo o que acontecia no sofá (não porque não confiava em Camicazi, mas porque queria estar sempre alerta se a irmã precisasse dela, Astrid tinha medo que a irmã desmoronasse a qualquer momento).

-Como estão as coisas? - A voz de Heather era baixa e reconfortante quando perguntou e Astrid tirou os olhos de onde estava a irmã para se encontrar com os da melhor amiga.

-A Merida vai ficar bem e o Throk está cuidando de tudo. - Respondeu e respirou fundo. - Eu só me preocupo com a Cami e com o Soluço. Mas eu sei que tudo vai ficar bem quando Merida estiver em casa. - Astrid fez uma pausa breve. - Eu soube do que aconteceu com o Ryker. - Disse e Heather não se surpreendeu. Os noticiários não falavam de outra coisa além do assassinato de Ryker. - Eu sinto muito.

Heather encolheu os ombros, pegando a xícara de chá a sua frente e tomando um pequeno gole da bebida antes de voltar a colocá-la sobre a mesa.

-Eu fiquei triste quando soube que ele morreu. - Disse Heather. - Sempre imaginei que seria eu quem puxaria o gatilho pra matar o desgraçado. - Heather disse incapaz de controlar o que saía de sua boca e se arrependendo imediatamente ao ver o olhar surpreso de Astrid. Aquilo era algo que Astrid jamais imaginou que Heather fosse capaz de dizer algo daquele tipo e normalmente Heather seria boa em controlar tudo o que dizia, mas estava exausta. Exausta e furiosa com tudo aquilo e completamente fora de controle. - Não me olhe assim! Ryker era um porco racista, sexista e estuprador. Não teve nem metade daquilo que merecia!

Heather viu quando o olhar de Astrid passou de confusão para preocupação e novamente se arrependeu. Estava falando demais, precisava fechar bem a boca ou se meteria em problemas.

-Ele atacava as meninas do cassino. - Disse. - Não eu, mas as strippers. Ryker atacava as strippers. - Adicionou rapidamente vendo as expressões de Astrid se suavizarem. Heather se levantou, precisava sair logo dali antes que falasse demais. - É melhor eu ir, não quero deixar o Viggo sozinho por muito tempo. - Astrid assentiu compreendendo o lado de Heather e acompanhou a amiga até a porta, as duas se despediram e Astrid se sentou em uma poltrona ao lado do sofá onde estavam Hans e Camicazi.

Astrid não prestava atenção ao filme - que lembrava vagamente ser sobre uma adolescente assassinada e todos pensando que ela cometeu suicídio - apenas pensava em tudo o que tinha acontecido apenas nos primeiros dias do ano e se perguntou quantas coisas mais aconteceriam até dezembro.

Do lado de fora, dentro do Porsche 911 inteiramente branco, Heather apertava o volante com força até os nós dos dedos perderem toda a cor, lágrimas quentes queimavam seus olhos e ela tentava recuperar o controle das batidas de seu coração.

Malditos hormônios. Pensou deixando que algumas lágrimas escapassem, as secando com as costas de uma das mãos enluvadas com uma expressão de desgosto. Respirou fundo. Arrumou a postura e se recompôs. Não deixaria que algo tão pequeno a incomodasse tanto. Se deixasse se dominar pelas emoções fora de controle os próximos seis meses seriam um inferno.

Heather não podia deixar que anos de cuidado e meticulosidade fossem completamente destruídos tão depressa só por não conseguir se controlar. E tudo por causa da enorme inconveniência que era a gravidez.

➡️ Hans e Camicazi estavam assistindo ao filme "Heathers", um drama adolescente de 1988. "Heathers" foi o filme responsável por popularizar o clichê da 'loira mimada popular da escola' e até hoje é um clássico jamais superado por nenhum filme do gênero.

E agora?
O Throk vai conseguir a guarda?
Heather está grávida???
Comentem expectativas.

See ya! 😘

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