Encanto Dourado

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Jungkook

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Jungkook

Eu nunca havia pensado muito sobre a morte, e nunca foi um assunto que quis colocar em pauta, por simples e significativo medo, falar e pensar sobre isso me causava grande temor pois nunca gostei de incertezas, então sempre preferi fingir viver os meus dias como se eles sempre fossem ser eternos.

Mas quando somos confrontados com situações complicadas como a que eu estava vivendo, começa-se a se tornar difícil não pensar ou tentar fugir do assunto, e quando dei por mim já estava criando uma analogia sobre minha vida e indagar se eu estive a vivendo bem, fazendo o tinha vontade, realizando pequenos desejos, pois quando o fim chegasse eu não queria me lamentar pelas coisas que quis fazer e não tive chance ou coragem.

Afinal será que Yumin tinha vivido uma boa vida? Ido em frente com todos os seus impulsos? Descoberto novos sabores e lugares? Experimentado aventuras e corrido perigos? Eu não sabia nenhuma dessas respostas, mas saber que aqueles poderiam ser os últimos dias dela me trazia uma grande melancolia, porque mesmo que não fôssemos próximos, eu tinha empatia por ela, e aquela situação toda não tinha como ser mais triste.

Também era apavorante, já que ela estava em meu corpo, ou seja, se nunca tivéssemos trocado, quem estaria agora em coma e correndo riscos de vida seria eu, as sequelas seriam minhas, mas eu estava ali ao lado da cama, encarando meu próprio corpo desacordado e questionando o destino, pois como eu deveria ver aquilo? Como uma segunda chance do universo ou apenas uma triste fatalidade?

Ainda não sabia porquê ela tinha nos feito trocar, mas isso acabou por me salvar e deixar ela numa situação crítica, o que de certa forma fazia eu me sentir culpado, mesmo sabendo que não havia culpa alguma para ser sentida, já que eu nem poderia ter ideia que acordaria no corpo dela e não no meu.

E também, eu ainda não tinha esquecido do fato dela ter viajado com a identificação do Jimin, o que tinha me feito concluir que Yumin planejava trocar o meu corpo com o dele, e que por algum motivo quem acabou usando o crachá do Park foi ela, e o que ela realmente queria causar quando arquitetou tudo isso? Por que logo o Jimin? Que tipo de "ajuda" ela queria dar?

O tiro tinha saído pela culatra de qualquer forma, ou melhor, em outras palavras: o feitiço tinha virado contra o feiticeiro, porém saber o que tinha dado errado não me traria respostas sobre o que deveria acontecer se tivesse dado certo, e essas perguntas eu apenas poderia fazer para a própria Yumin, que no caso estava impossibilitada.

— Hoseok, você disse que podem usar magia, então por que não tenta fazer algo para a tirar do coma? — Indaguei tirando a gente daquele silêncio que já durava alguns minutos.

Hoseok pareceu acordar de um transe, seus olhos inundados de lágrimas se viraram em minha direção e depois desviaram novamente para a cama, eu entendia que era uma situação complicada, sua irmã poderia não voltar mais e pelo visto ambos eram bem apegados, aquilo me deixava ainda mais desconfortável, sentia como se estivesse invadindo algo e temia que ele me culpasse, sentisse ódio ou algo assim.

Junção Púrpura ||ji•kook||Onde histórias criam vida. Descubra agora