Junção Púrpura ||ji•kook||

Despertar lilás

Jungkook

— Como é que é? — Exclamei quando enfim consegui proferir alguma coisa que não fosse palavras quebradas e gaguejadas.

Aquilo só poderia ser algum complô para me enlouquecer de vez, eu não sabia mais o que pensar, primeiro ele vinha me dizendo que já teve contato com minha mãe e por fim confessa que havia se interessado por mim antes mesmo de me conhecer pessoalmente, era muita coisa para a minha cabeça.

Ele havia se declarado para mim de certa forma, pode não ter usado exatamente as palavras mais explícitas sobre gostar de alguém, mas a forma que contou sobre aquilo e quando disse que havia se cativado por mim mesmo sem me conhecer pessoalmente tinha sido algum tipo de declaração... Ou é apenas a minha vontade falando mais alto?

Eu sempre quis ter uma explicação para a forma retraída que Jimin assumia assim que eu chegava perto, mas nem de longe pude imaginar que tudo poderia ter surgido daquela forma, com certeza eu preferia a verdade do que continuar me sentindo confuso, mas a verdade estava era me deixando ainda mais desentendido.

— Eu não sei se cabe a mim falar sobre isso. — Disse olhando para o chão, parecendo perder sua segurança de me contar tudo aquilo.

— E a quem mais caberia? — Questionei franzindo o cenho, quem mais estava envolvido naquilo?

— A sua mãe. — Ele proferiu novamente as três palavras que me deixaram perplexo.

— Caramba, o que ela pode ter feito? — Indaguei elevando um pouco a voz, o que assustou o rosado.

— Jungkook, eu não queria... — Começou a falar, porém o interrompi, não queria ouvir desculpas.

— Escuta... — Ele me olhou atento. — Preciso saber a verdade, não importa qual seja ela.

— Tudo bem. — Suspirou, deixando seus ombros caírem de forma desistente. — Assim que eu cheguei aqui e consegui me instalar bem na casa da minha tia, eu fui a procura da sua mãe, eu estava feliz em poder encontrá-la novamente e em conhecer você.

— Mas o que aconteceu? — Perguntei me sentando na cama, algo me dizia que eu realmente precisaria sentar para ouvir o que viria.

— Meu tio conseguiu o endereço de vocês para mim. — Veio se sentar no colchão também, ficando em minha frente. — Mas a sua mãe teve uma reação bem diferente do que eu esperava.

— O que ela fez? — Arregalei os olhos, temendo o que mais viria.

— Ela ficou muito chocada quando me viu ali na porta da vocês, e me pediu para ir embora, para ficar longe de vocês, e se eu não ficasse, ela voltaria até o meu povoado, encontraria meus pais e entregaria a minha localização. — Expressou me deixando ainda mais surpreso, ela havia escondido aquilo por todo esse tempo?

— Por que ela fez isso? — Franzi o cenho ao indagar.

— Tem algumas coisas que não contei ainda. — Desviou o olhar. — Sua mãe estava com medo, eu e meus amigos ajudamos ela e os colegas dela, mas os líderes do meu clã não ficaram nada felizes com isso... Fadas podem não ter aparências ameaçadoras, mas conseguem ser bem assustadores quando querem, e todos aqueles pesquisadores inclusive sua mãe ficaram com medo. — Voltou a me olhar, mas ainda inseguro. — E como eu já disse, meu povoado tinha tem uma grande raiva de seres humanos.