Capítulo 2

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– Se quiser colocar a sua é melhor, pois eu estou apoiada na parede e não ficaremos no meio do caminho. – dou uma risadinha, fazendo ele sorrir.

– Me desculpe, esqueci de apresentar, me chamo Gustavo! – afirma me olhando intensamente. – Sei que já se apresentou, mas eu não estava prestando atenção, como se chama? - perguntou educado, estendendo sua mão em cumprimento.

– Me chamo Ana e como sabe sou nova na escola. – digo cumprimentando-o.

– Bem-vinda a escola! Está gostando do seu primeiro dia? - perguntou ele simpático.

– Por um lado sim, é bom ter conhecidos e ser da mesma sala, mas por outro lado é ruim ser a novata e ter que lidar com pessoas "estranhas"! - digo olhando-o.

– E essas pessoas estranhas, como diz somos eu e meus amigos? – perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

– Bom... Não fui muito com a cara de algumas pessoas, mas não é a primeira impressão que vale e sim o convívio, enquanto estamos estudando juntos. – falo disfarçando.

– Tenho certeza que eu sou um deles... – diz baixinho.

– Por que você acharia isso? - perguntei olhando-o, vendo ele rabiscar algo em seu caderno.

– Intuição. – fala sem me olhar.

– Façam a pesquisa que passei, pois valerá nota! – reafirma a professora saindo da classe.

Quando ele ia voltar a falar, o sinal começou a tocar, dando tempo para que eu possa arrumar meu material e sair da classe, vejo que as meninas estavam me esperando para irmos para o intervalo.

– Como foi estar perto do Gustavo e conversar com ele? – perguntou a Milena curiosa.

– Ele é legal, mas não venham com seus pensamentos sujos! – digo rindo. – Ele é muito sério também, então só vamos fazer o trabalho e ponto.

– Em anos que estudo aqui, é a primeira vez que vejo ele querer fazer o trabalho com alguém, sem ser um dos amigos dele. – diz pensativa. – É uma grande evolução, pois eu ouvi dizerem que eles odeiam pessoas, mas foi comprovado que é um mito, pois ele falou contigo! – afirma Cris e dei uma pequena risada.

Nós caminhamos até o refeitório para pegarmos o nosso café da manhã, ele estava cheio e ao passarmos por um grupinho de pessoas ouço o meu nome, ao olhar para eles, vejo que estão também nos olhando, volto a seguir o meu caminho, como se nada tivesse acontecido, pegamos nossas bandejas e nos sentamos em uma das mesas um pouco afastada.

– Vocês viram aquele grupo que fofoqueiros! – afirma Cris comendo sua gelatina.

– Sim, daqui a pouco todos saberão quem é a Ana! – afirma Milena revirando os olhos. – Tomara que as meninas do último ano não queiram arrumar intriga, elas veneram aqueles garotos. – diz olhando para o quarteto.

– Tomara... Não quero arrumar briga, acabei de chegar! – digo olhando em volta.

– Ana! – me assusto com o menino se sentando ao meu lado. – Tenho um conselho para te oferecer, se distancie o quanto antes deles, eles não são confiáveis e são fontes de intrigas, todas as garotas os veneram, eu ouvi algumas dizerem que você deu encima do Gustavo, então tome cuidado com quem andas!

– Obrigada pelo conselho, mas posso saber quem é você? - perguntei tentando não soar grosseira.

– Me chamo Leonardo! - diz o garoto olhando descaradamente para Milena.

– Você é da nossa turma? - perguntou Milena olhando-o.

– Sim, me sento na primeira carteira... - disse sorrindo.

– Mas por que você disse isso para nós? - perguntei para ele, pois teria um motivo dele chegar do nada, falando o que devemos fazer.

Não gosto de pessoas assim!

– Queria avisar e abrir seus olhos, por quem você confia! – afirma arrogante.

– Não precisamos de alguém se metendo onde não foi chamado. – diz Cris, se levantando para jogar o lixo de sua bandeja. – Vamos meninas já vai tocar o sinal.

Nos levantamos pegando nossas bandejas, o Leonardo ficou nos olhando indignado pela nossa atitude, mas não me importo, ele simplesmente deu palpite onde não foi chamado.

O sinal tocou e seguimos caminhando pelo corredor até chegarmos em nossa sala, no caminho eu me perguntava do por que aquele garoto ter falado aquilo para nós...

Ele é estranho!

Notei que ao passar por mim ele me olhava feio, a energia que ele tem é pesada, até mesmo ele falando normal, ele é grosseiro...

Esse meu primeiro dia está sendo um caos!

Reparei que as pessoas dessa escola vivem em grupinhos que gostam de debochar das pessoas e se intrometer onde não é chamado.

Gustavo

Quando passamos os portões de entrada da escola, a atenção de todos foram para mim e meu grupo, digamos que somos populares, mas não por sermos do time de futebol ou algum esporte, mas por sermos fechados e não gostarmos de fazer amizades.

Como de costume enquanto passávamos pelo corredor as pessoas nos davam espaço, mas ao passarmos por um trio de garotas eu reparei em uma delas que parecia ser nova na escola, pois nunca a vi nesse colégio.

A achei interessante, pois sua energia, não é igual a das outras, é marcante e traz uma sensação reconfortante.

Pegamos nossos materiais, em nossos armários e seguimos para a nossa sala, percebi que todos estavam abismados por ter a nossa presença, o que não é novidade, pois sempre trocamos de turma a cada ano, nunca estudamos com as mesmas pessoas igual aos outros.

Ao olhar para todos vi que a novata estava presente, o que estranhamente me deixou feliz, quando a professora chegou, ela nos pediu para que nos sentássemos nos lugares que ela havia apontado, então ao notar a presença da garota ela pediu para a mesma se apresentasse, mas nem prestei atenção, a aula passou tranquila até chegar a outra professora.

Não estava prestando atenção, pois todo ano é a mesma coisa, a professora Carla passa um trabalho em dupla e como sempre nos juntamos com quem quisermos, mas dessa vez foi diferente... Eu estava distraído com os rabiscos que eu fazia em meu caderno, até ouvir meu nome e o de uma garota...

Quando eu me toquei que era a novata, fiquei estranhamente aliviado, não gosto de fazer trabalhos com outras pessoas, mas ela será uma exceção, vai ser interessante a conhecer...

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Nós estávamos na última aula, que era de matemática, eu não conseguia me concentrar no que a professora falava, só ficava pensando no que o Vinicius disse mais cedo, sobre a nossa escolhida ter renascido, se for real, teremos que lidar com as outras criaturas e principalmente os Irmãos Bronsom e seu líder Harry, eles sempre foram fascinados em tudo o que temos e se nós não começarmos agora a nossa busca, estaremos a um passo atrás deles...

Sou despertado de meus pensamentos, com o som do sinal tocando, me deixando frustrado, pois terei que lidar com a humana e não sei como chegar nela para que possamos fazer o trabalho...


A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora