Capítulo 20

9.5K 649 24
                                    

Cris

Ele estava sugando meu sangue, me senti uma inútil por não estar conseguindo fazer nada para me defender, como ele era maior e mais forte, fiquei imóvel, pois não tinha o que fazer.

Antes que eu pudesse apagar por completo, ouço ele sussurrar em meu ouvido – " Seja uma boa menina, sei que você tem a capacidade que precisamos! Você vai encontrar a escolhida e a trazer para nós... Você irá a identificar com um arranhão que fica em seu braço, ela é muito importante para a nossa espécie e estamos sendo ameaçados se não á acharmos, tome cuidado e não a machuque, pois se o fizer sofrerá as consequências!"

Eu estava totalmente dolorida suas palavras entoavam em minha mente em um looping, meu maior medo era não poder me mover, sentia meus olhos pesados, eu estava muito fraca...

-*-*-

Ao acordar vejo que não estou mais na floresta, eu estava em um quarto que não era o meu, pois era em um tom de cinza escuro, aconchegante e rústico, me levantei sentindo uma pequena tontura, por conta da noite anterior, tomara que seja só mais um pesadelo que parecia muito real...

Saio do quarto avistando partes que pareciam familiares para mim, ao descer as escadas, minha ficha caiu, pois ao olhar ao redor vejo os rostos de todos sentados no sofá, eu estava na casa dos meninos! Me deu um alívio tão grande ao notarem a minha presença, mas faltava o Eduardo...

Não disse nada para eles, sorri e fui em direção da cozinha, pois estava morrendo de fome, peguei uma Pêra e quando a mordi não consegui engolir, então cuspi tudo na pia, eu estava me sentindo mal com o que estava sentindo, nunca rejeitei alguma comida até agora! Vejo o Eduardo entrando pela porta que dá acesso ao jardim, ele me olhou e parecia que ele sabia o que estava acontecendo! Ele depositou sua mão em meu ombro sem dizer absolutamente nada e me direcionou para a sala, se sentou no sofá e me juntei a ele.

– Cris você sabe o que está acontecendo com você? Sente algo diferente? - perguntou Nicolas me olhando confuso.

– Não...- disse confusa. – Me sinto estranha, meu corpo todo dói! - digo começando a ficar eufórica.

– Então... Como posso te dizer, - começou Vinicius coçando sua nuca. ­– Você está assim porque... Foi mordida por um vampiro, como nós! Quer dizer, quase...

– Como assim? Vampiros não existem! - exclamo me levantando em um ato de reprovação.

– Mesmo que não acredite Cris, eles existem, e você é uma agora! - afirmou Gustavo calmamente e eu fiquei em choque.

Um dos meninos me ofereceu uma garrafa vermelha que parecia conter um suco escuro, no começo achei que era de groselha, porém ao beber o líquido na garrafa, não tinha gosto de groselha, era um gosto diferente e por incrível que pareça era bom!

Comecei a sentir um leve incomodo em minha boca, coloquei minha mão em meus caninos, eles estavam maiores do que o normal e ao passar dos minutos doíam muito! Fui até o espelho que tinha na sala e vi que os meus olhos também haviam mudado de cor, eles estavam em um tom de vermelho sangue.

– O que vocês fizeram comigo!? O que tinha naquele suco? - perguntei chocada, super assustada com lágrimas em meus olhos.

– Cris você está em fase de transição! - afirmou Nicolas e eu o olhei. – Não há nada do que possamos fazer, não temos responsabilidade do que está acontecendo com você, só podemos te ajudar a passar dessa faze.

– Como assim, fase de transição? Como faz isso parar! - perguntei chocada e ao mesmo tempo confusa.

– É uma fase que passamos de humanos para vampiros, vai ser dolorido e difícil no começo, todos nós passamos por isso, mas você vai sentir mais, pois você não foi mordida por um vampiro comum, mas por um original, eles são os mais poderosos de nossa espécie. – explicou tomando minha atenção. – Não tem como parar, é um ciclo, só poderá se livrar disso morrendo, mas sei que não queres isso, então o Nicolas vai te ajudar e estar contigo à todo momento, cuidará de você, vai te treinar para que possa ficar perto de muitas pessoas e quando você voltar vai poder nos ajudar a procurar nossa escolhida! - quando o Eduardo disse "escolhida", eu me lembrei do que um dos vampiros da floresta me disse antes de que eu apagasse.

Eu tenho que encontrar essa escolhida e levar para o Gabriel e o Henrique! Tenho que fazer um plano para ser amiga dela e depois levá-la para eles, não posso falhar em minha missão, eu praticamente assinaria a minha morte, não sei do que são capazes, mas pelo o que eu ouvi, falhar está fora de cogitação!

– Mas Cris, você terá que se afastar da sua família e da escola até conseguir controlar sua sede por sangue! – ouvi a voz do Eduardo novamente me despertando dos meus pensamentos.

– Quando faremos isso? - perguntei curiosa.

– Hoje mesmo, vou te levar a sua casa, para você pegar algumas roupas, então vamos para a outra casa que temos mais afastada da cidade. - diz Nicolas me olhando.

– Vocês poderiam me responder uma pergunta?

– Qual? - os meninos exclamaram juntos.

– Suponhamos que os Irmãos Bronsom, pegue a escolhida, o que eles poderiam fazer com ela? - pergunto curiosa.

– Eles poderiam torná-la aliada deles, fazer com que ela seja escrava ou até ser prisioneira, para quando precisarem dos poderes dela... - contou Eduardo entrelaçando os dedos sobre suas pernas.

– Eles são tão mal assim? – pergunto ao vento indignada.

– Eles podem ser piores do que podemos imaginar, pois se eles transformam alguém essa pessoa vai ser uma ajudante deles, querendo ou não, o pior é que não tem como desfazer isso! Mas com você vamos tentar reverter essa situação! - diz o Vinicius me olhando com um sorriso singelo.

Para sair daquele assunto, eu chamei o Vinicius e me despedi de todos, seguindo para a porta.

Ao sair da casa deles, fomos direto para minha casa, quando adentrei junto ao Nicolas subimos para o meu quarto peguei o necessário, descemos as escadas indo em direção da cozinha e um cheiro de sangue impregnava em meu nariz que estava me deixando com fome, o Nicolas ao perceber me aconselhou para quando houvesse essa situação de encontrar um humano eu teria que prender a respiração, pois ajudaria a controlar um pouco a sede, então o fiz, chegando perto de minha mãe, senti uma vontade imensa de sentir minhas pesas em seu pescoço, suspirei e comecei a meditar, lhe falei que eu iria viajar com alguns amigos e não demoraria, então ela deixou com um pouco de receio...

Mas ela mal sabia que eu nunca mais iria voltar, saio de casa e fui até o Nicolas que estava ao lado do carro me esperando, ele abriu a porta para que eu pudesse entrar, no decorrer da viajem até a casa dele ficamos em total em silêncio, demoramos uns 30 minutos até chegarmos, quando chegamos na mesma vejo que era bem no meio de uma floresta afastada de qualquer civilização.

A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora