Capítulo 3

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 As aulas tinham acabado, e eu estava arrumando meu material para ir embora, mas esbarro em meu estojo e acabo derrubando no chão, ao me abaixar para pegar, vejo um caderno embaixo da carteira da Ana, pego o mesmo olhando em volta para ver se a acho, porém não a encontro, deduzo que já tenha ido embora.

A sala tinha se esvaziado muito rápido que eu nem tinha percebido, coloco o caderno em minha mochila e saio indo na direção de meus amigos que estavam me esperavam fora da sala.

– Você está um pouco estranho hoje Gustavo, está tudo bem? - perguntou Nicolas enquanto andávamos pelo corredor.

– Não é nada, por quê a pergunta? - pergunto olhando para ele.

– Você está muito distraído! – afirma Vinicius e fiz uma careta.

– Você estava pensando em que? - perguntou Eduardo.

– Hoje eu estou me sentindo ansioso, é uma sensação estranha, desde que chegamos eu estou sentindo isso, e na aula eu estava lembrando sobre o que o Vinicius tinha falado, hoje antes de sairmos... Já se passaram bastante tempo, precisamos achar a Escolhida, antes que os Bronsons e o Harry a encontre! - digo olhando para o chão.

– Existem muitas lendas e teremos que seguir fielmente a que ouvimos desde a última... - diz engolindo seco – Eu lembro uma curta parte dela, que eu sempre ouvia o povo dizer, "Há cada mil anos nasce uma escolhida para continuar a nossa linhagem e que nossa espécie continue viva. Porém ela pode renascer antes do previsto, sejam sábios e sempre atentos, pois ela poderá estar debaixo de seus olhos. Seus ancestrais sempre a protegerá com um feitiço, pois sabem de seus riscos, mas a magia tem um prazo e não vai ser duradoura, então quem a achar terá o maior tesouro em suas mãos!". Eu tentei achar mais informações, porém não há mais nada! – diz me olhando.

– Agora como vamos acha-la? Existem várias garotas no mundo, onde vamos saber onde procurar!?- perguntou Eduardo um pouco eufórico.

– Sei que vai ser estranho o que eu vou dizer, mas ela tem que ter uma marca em seu braço direito como se fosse um arranhão, mas na época em que estamos a maioria dos humanos se machucam com frequência, então pode ser qualquer uma... - conto e eles me olharam, mas não disseram nada.

Adentro em meu carro e ligo o rádio para que eu possa de alguma forma me distrair, pois depois daquela pouca conversa que tivemos, eu vou ter que ficar mais atento do que antes, pois meus sentidos nunca falham e sinto que algo irá acontecer. Não podemos deixar que a achem, pois não estamos dispostos a passar por aquilo novamente...

Chegando em nossa casa, saio do carro indo direto para a sala, me deito no sofá, mas não duro muito tempo sozinho, pois os outros se sentaram nos outros sofás.

– Já imaginaram se aqueles lobos pulguentos sentirem que estamos atras dela? - perguntou Eduardo se sentando ao meu lado.

– Eduardo nem ouse pensar nisso! - diz o Vinicius sério.

– Se eles sequestrarem alguma pessoa, saberemos, pois essa cidade é pequena e todos se conhecem, então seria fácil de a achar! - afirmo os encarando. – Mas mesmo que eles nos odeie, eles não seriam burros nesse nível.

– Por falar em lobo vocês viram a cara do Leonardo, para aquela garota nova? – perguntou Nicolas nos olhando.

– Não, por quê? - perguntamos juntos.

– Acho que ele não gostou muito da garota, dava para ver seu desgosto de conversar com elas, mas pode ser coisa da minha cabeça. – contou se apoiando no braço do sofá.

– Ele pode ter chegado nelas por causa da amiga e não por causa da Ana, ou até mesmo, ele pode ter sentido cheiro do Gustavo, quando ele foi falar com elas e com isso ficou com aquela cara. - afirmou Vinicius me olhando.

– Pode ser um dos motivos dele ficar olhando feio para ela, mas eles são traiçoeiros, então temos que ficar de olho. - digo revirando os olhos.

– Calma gente, não estou entendendo nada! Eu já sou meio perdido e vocês começam a falar rápido! - diz Eduardo todo atrapalhado.

– Estamos falando da Ana e do Leonardo! - digo com tédio.

Acabamos a conversa e subi para o meu quarto, pegando uma calça de moletom preta em meu guarda-roupa me direciono para o banheiro e tomo um banho, saio do mesmo já trocado, me deito em minha cama e fico pensando no que eu e os meninos conversamos mais cedo na sala, temos que ser atentos para o que está por vir, pois se minha intuição estiver certa devemos estar preparados!

Pois é só o começo...

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A EscolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora