Capítulo 3

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  Um mês após meu término com Matheus minha mãe e Luís se mudaram para uma outra cidade, pra uma casa mais linda do que a que eles moravam.
  Na quinta eles vão fazer uma festa pra comemorar a compra da casa e o aniversário de 15 anos de Júnior, e eu vou aproveitar e passar o final de semana com a minha mãe. Quando eu a contei sobre meu término com Matheus a suas primeiras palavras foram: eu disse. O que é bem coisa de mãe. Ela cuidou de mim e me encheu de conselhos. Dona Helena é ótima nisso.
  Hoje é  quarta e eu vou viajar amanhã pela manhã.  A cidade pra qual eles se  mudaram é razoavelmente perto, então vou no meu carro.
  Como vou passar 4 dias lá, preciso de uma mala grande e eu não tenho uma. Então tenho que  providenciar isso. Ainda nao comprei o presente de Júnior, e nem sei o que vou comprar, já que eu não o conheço bem. O que dar para um garoto rico que já tem tudo? Preciso também comprar roupa de banho, já que lá é região praiana e eu com certeza vou querer conhecer as praias  de lá. 
  Tirei o dia pra resolver algumas coisas pré-viagem. Almocei na casa da Carla e depois fui pra loja trabalhar. Amanhã eu tiro minhas férias, então depois que eu voltar da casa da minha mãe, vou planejar uma outra viajem, aproveitar que estou livre e desimpedida.
  Durante a noite eu fiz minha mala, coloquei logo no carro e fui assistir série. Comprei um tênis pro Júnior, eu achei super lindo, espero que ele goste.
  Quando meu relógio biologico começou a pedir pelo jantar, lembrei que não tinha comprado nada pra fazer o jantar. Aproveitei que estava disposta e sai em busca de um restaurante aberto, já que estava tarde.
  Parei em um restaurante de comida mexicana. Estava aguardando minha comida quando vi chegar o casal do momento. Matheus e Rebevaca estavam de  maos dadas, eles se sentaram em uma mesa distante da minha. Eles não conseguiam me ver, mas eu consegui ter perfeita visão do que acontecia naquela mesa.
  Não fico triste nem com raiva por ve-los alí, juntos. Na verdade  nem sei porque à chamo de Rebevaca, acho que é porque combina mais do que Rebeca.
  Eles conversavam e riam, e se beijavam bastante, fiquei até feliz por Matheus, ele não é uma má pessoa, ele só não estava se sentindo feliz no nosso relacionamento. Eu sei que o que ele fez não foi certo, nem um pouco certo. Mas se não deu certo entre a gente é porque não era pra ser, talvez a Rebevaca seja a mulher certa pra ele. Se isso for verdade, eu apoiar ou não, não vai fazer diferença, então eu não preciso ficar com raiva ou magoada. Ele está feliz e eu como amiga também tenho que  ficar. Antes de namorarmos fomos  grandes amigos, aí eu me apaixonei e ele correspondeu. Nunca pensei que uma taça de vinho fosse fazer tanta diferença na minha vida.
  Acabei de comer, pedi uma taça de vinho e paguei a conta. Fui andando em direção a eles e "sem querer" tropecei e derramei o vinho em Matheus. Talvez tenha sido proposital.

  Ana: - Ui desculpa, eu sou muito desastrada, eu não devia nem tá bebendo, minha mãe vai me  matar se souber, eu tenho 19 anos, mas ela me trata como uma bebê. É porque ela tem medo de eu beber e dirigir, vai que acontece um acidente, meu pai faleceu assim, só que não foi ele quem bebeu foi o cara do outro carro.
 
  Matheus entendeu o que eu tava fazendo, recriando a cena de quando nos conhecemos, e caiu na brincadeira.

  Math: - Sem problemas, eu nem gostava dessa blusa mesmo.
  Ana: - Matheus eu sei que não deu certo entre a gente, Eu te expulsei da  minha  casa, fiquei com raiva de você, pensei em nunca mais olhar na tua cara. Mas aí eu lembrei que  antes de nós sermos namorados, nós fomos amigos. E eu não quero acabar com isso. Eu te perdoou se você me perdoar.
  Math: - Eu te perdoou sua desastrada bebada.
  Ana: - Mas eu nem tava bêbada naquele dia.
  Math: - Sério? Porque a gente não continua a atuação até a cena em que você vomitou nos meus sapatos?
  Ana: - Eu não fiz isso. É a sua palavra contra a minha. Eu vou indo. Por favor devolve essa taça pro garçom. E desculpa pela blusa. Boa noite pra vocês.
  Math: - Boa noite Ana.

  Rebevaca apenas acenou com a mão. Quando saí fiquei olhando eles pelo vidro do restaurante e percebi o quanto nós dois fomos maduros. Fiquei me sentindo uma mulher forte, independente e madura.
  Durante a madrugada não consegui dormir  muito bem, estava com uma sensação esquisita. Não sei explicar, mas é como se um medo estivesse me corroendo, mas eu estivesse querendo mais. Bem estranho.

No Meio Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora