Capítulo 11

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  Hoje já  é quarta feira, e ainda faltam 5 horas de viagem. Provavelmente vamos chegar na casa de tarde. Eu não aguento mais ficar nesse carro, já estamos na estrada há 3 dias e ainda  não chegamos. Talvez já estivéssemos lá se não tivesse acontecido o ocorrido da gasolina. Gustavo ainda insiste em dizer que a culpa não foi dele. Eu só quero chegar nessa casa e poder descansar.
  Eu e Gustavo temos conversado bastante, nossas conversas são bem aleatórias. Descobri que Gustavo morou em vários países, entre eles um que eu sonho conhecer: Reino Unido. Ele me contou suas aventuras de agente secreto e eu contei sobre minhas aventuras  como uma pessoa normal. Ele pode até saber minhas informações pessoais, mas ele não sabe as vergonhas que eu já passei nessa vida.

  Finalmente chegamos no nosso destino. Ainda não estamos na casa, mas estamos no centro da cidade. Vamos comprar algumas coisas pra levar pra casa: comida, produtos de limpeza, remédios etc. Já são 14hrs, Gustavo disse que a casa é afastada da cidade então ainda vai demorar um pouco pra chegarmos lá, mas comparado a todo esse tempo que já passamos na estrada, essa demora não é nada.
  15 minutos, numa estrada onde só se via mato, depois chegamos na tão esperada casa de campo. Não tem nenhuma casa aqui por perto, é uma casa cercada por árvores. O lugar é simplesmente lindo e enorme. O jardim é bem florido e eu espero que Gustavo cuide dessas plantas porque se  for depender de mim elas não vão sobreviver muito tempo, sempre esqueço de cuidar delas. A casa é bem grande e rústica, na frente tem um alpendre e umas cadeiras de balanço.  Entramos na casa e meu queixo caiu no chão.

  Gusta: - Linda, não é?
  Ana: - Tá de brincadeira né? Essa casa é perfeita. Olha o tamanho dela, é 3 vezes o tamanho da minha casa.
  Gusta: - E isso é só a parte de baixo, os quartos ficam lá encima.

  Eu nem sei cozinhar direito, mas tava ansiosa pra inaugurar aquela cozinha. Subi as escadas e Gustavo me guiou até meu quarto.

  Gusta: - Lhe apresento a suíte master.
  Ana: - Tá de  brincadeira, né? Isso tudo é só um quarto?
  Gusta: - E é seu. O meu fica aqui do lado, então se precisar de mim já sabe onde me encontrar. Suas coisas já estão todas aqui. Eu vou ir guardar as compras.

  Gustavo saiu e eu fiquei apreciando aquele lugar. Deitei na cama e... meu Deus do Céu que cama macia, eu com certeza terei noites maravilhosas aqui. Fui até o banheiro, uma banheira como aquelas de rico me aguardava, ele era perfeito. Preparei a banheira já imaginando um banho relaxante, finalmente vou poder usar minhas roupas, pra felicidade de Gustavo.
  Antes de tomar banho fui até  Gustavo vê se ele precisava de ajuda.

  Gusta: - Ainda bem que você desceu, olha o que  eu achei.

  Ele disse me levando pra parte de trás da casa.

  Ana: - E eu pensando que não podia melhorar.

  Era uma piscina. Da pra acreditar? Agora eu tenho um quarto gigante, uma banheira e uma piscina. Pena que tudo isso me custe tão caro. Se não fosse toda a parte do torturador ser marido da minha mãe e ela estar correndo perigo tudo estaria perfeito.

  Tomei meu banho bem relaxante e coloquei meu pijama mais macio, finalmente iria descansar. Voltei a ser uma pessoa social, agora que estava conectada às redes sociais novamente, com um perfil falso, mas pelo menos agora vou poder vê o que está acontecendo no mundo.
  Depois de um bom descanso desci as escadas em busca de comida. Gustavo estava cozinhando, ele não me viu chegar, decidi dar um susto nele. Cheguei de mansinho e...

  Ana: - HA

  Gritei assustando ele.

  Gusta: - Você tá doida? Quer me matar do coração? Se eu morrer aqui você tá ferrada.
  Ana: - Deixa de ser dramático, foi só pra descontrair.
  Gusta: - Vai ter  volta mocinha. Vejo que a senhorita já está bem a vontade.
  Ana: - Eu precisava de descanso. Gostou do meu pijama? É da minha loja.
  Gusta: - Foi você que desenhou?
  Ana: - Sim, esse pijama foi da minha primeira coleção.
  Gusta: - Gostei, você também vende pijamas masculinos?
  Ana: - É claro, eles são lindos. Tem um que é a sua cara, tenho certeza que você iria adorar. Pena que minha loja fica á uns mil quilômetros daqui.
  Gusta: - Como ele é?
  Ana: - Ele é do Harry Potter.
  Gusta: - Quando eu voltar das férias pode ter certeza que eu vou na sua loja comprar ele.
  Ana: - O que você tá fazendo pra gente comer?
  Gusta: - Bife, arroz e batata frita.
  Ana: - Ainda bem que você sabe cozinhar, assim a gente não passa fome.
  Gusta: - Você não sabe cozinhar?
  Ana: - Eu até sei, mas eu nunca consigo fazer  nada certo.  Se eu for fazer arroz, ou fica sem gosto ou salgado de mais; se eu for  fritar alguma coisa eu provavelmente vou me queimar; eu nunca acerto o ponto do café, ou fica forte ou fraco. Só cozinho mesmo porque não posso sobreviver de quentinha, não sou rica.
  Gusta: - Bom, agora você é.
  Ana: - Eu prefiro mil vezes ser pobre e livre do que ser  rica e fugitiva de um torturador.
  Gusta: - Olha, esquece isso, eu sei que é difícil. Sua mãe tá bem, tem gente cuidando dela lá, e eu vou cuidar de você.  Agora me ajuda. Coloca  os pratos na mesa.

  Comemos e depois fomos escolher um filme pra assistir. Gustavo não aguentou assistir o filme todo e dormiu. Mesmo que eu quisesse, não conseguiria levá-lo pro seu quarto, ele é o dobro do meu tamanho. Então peguei um lençol, o cobri e fui pro meu quarto.

No Meio Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora