Capítulo 12

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   Primeiro dia acordando nessa casa. Fico na cama olhando para o teto. Estava juntando forças para levantar quando senti o cheiro. Aquele cheiro. O melhor cheiro do mundo.
   Desci as escadas correndo e me deparei com Gustavo na cozinha, ele estava distraído, então levou um susto quando gritei.

  Ana: - Não acredito!!!
  Gusta: - Meu Deus! Você não consegue chegar nessa cozinha sem me dar um baita susto?
  Ana: - Talvez um dia eu consiga. Isso é panqueca com calda de banana?
  Gusta: - Sim. Eu fiz pra você, já que você estava meio triste ontem.
  Ana: - Você fez isso por mim? Se você não fosse tão chato eu acharia que você está tentando me impressionar.
  Gusta: - Eu continuo sendo chato. Mas e aí, vai comer ou não?
  Ana: - Mas é claro. Onde você conseguiu a receita?
  Gusta: - Tinha em um livro em uma das caixas.
  Ana: - Como eu pude esquecer!? O livro de receitas de Vanessa. Ela amava essas panquecas e sempre que podia fazia pra mim. Nunca mais tinha comido desde...
  Gusta: - Você gostava muito dela, né?
  Ana: - Ela era minha mãe. Por mais que ela não se sentisse assim, e sim como uma tia. Ela me gerou. Que outra pessoa faria o que ela fez? Dar um filho pra melhor amiga do namorado. Ela e minha mãe nem eram amigas há muito tempo.
  Gusta: - Ela devia ser uma mulher incrível.
  Ana: - Ela era. Mas por que de tantas receitas do livro você escolheu logo essa?
  Gusta: - Eu nunca tinha provado calda de banana.
  Ana: - Entendo. Eu acho que poucos sabem a preciosidade que é isso. Prova.

   Como eu imaginava, ele adorou as panquecas com calda de banana.
   Após o café da manhã, resolvemos começar a esvaziar as caixas.

  Ana: - A gente começa pelas coisas aqui de baixo ou pelos quartos?
  Gusta: - Vamos começar pelos quartos. Quer começar pelo seu?
  Ana: - Pode ser.

   Haviam umas 10 caixas. Enquanto eu colocava minhas roupas no closet, Gustavo organizava meus livros na estante.
   Arrumamos tudo no meu quarto e depois fomos para o dele. Estava arrumando seu guarda roupa e já pensava em roubar uma peças que super ficariam bem em mim.

  Gusta: - Eu te conheço a pouco tempo, mas já sei o que você está pensando. Pode tirar seu cavalinho da chuva, vou deixar meu guarda roupa trancado e você não vai pegar nada  meu.
  Ana: - Ó Deus! Por que fizeste teu filho tão egoísta?
  Gusta: - Por que tua filha se transformou em uma ladra Senhor? Ela foi criada em uma família séria, o que aconteceu?
  Ana: - Eu não sou ladra, só pego emprestado.
  Gusta: - Você não é boa em mentir. Mas vai, continua aí. Termina logo que você vai fazer o almoço hoje.
  Ana: - Você entendeu quando eu disse que era um desastre na cozinha?
  Gusta: - Entendi. Mas eu não vou cozinhar sempre, não sou pago pra isso.
  Ana: - Ok. Depois não reclama.

   Qual a probabilidade de isso dar errado? Eu diria que uns 95%. Acho que hoje ninguém vai almoçar. Eu até tento ser boa na cozinha, mas, definitivamente, eu não nasci pra isso.

   A hora do almoço se aproxima e Gustavo continua arrumando suas coisas enquanto eu vou preparar o almoço.

   Ok. Vamos lá.  Eu consigo. Foco, força e fé. É só fazer o que você já sabe.
   Coloco água pra ferver enquanto lavo o arroz e corto a cebola e o alho. Quando a água já está perto de ferver, coloco em uma panela um fio de azeite, a cebola e o alho picados. Refogo e depois coloco o arroz. Deixo uns minutinho pra esquentar o arroz e depois coloco a água que já está fervendo.
  Ok. Primeira parte concluída. Estou conseguindo.
   Com o restante da água, eu cozinho o macarrão. Pego na geladeira o frango congelado e coloco no microondas. Depois de descongelado, tempero com sal, pimenta e alho. Deixo o frango pegando tempero enquanto vou olhar o arroz e o macarrão.
   Gustavo desce as escadas e me vê cozinhando.

  Gusta: - Gostei de ver. Parece estar indo bem. Deixa eu ver de perto.

   Gustavo pega uma colher e prova o arroz que ainda estava no fogo.

No Meio Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora