A máscara do orgulho

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Os olhos negros forçaram-se em abrir, aos poucos os sons e os cheiros atingiam seus sentidos a medida que o corpo despertava, a dor trucidante percorrera cada centímetro do seu corpo quando esse despertou finalmente, haviam tantos ferimentos exposto em seu corpo e os olhos mesmo que adaptando-se a súbita escuridão percebiam o traje destruído e os fluidos sanguíneos que saiam do seu corpo, afinal ele estava numa poça dele. A mente questionou porque raios seu corpo não regenerava-se? Então os sentidos o fizeram entender finalmente onde estava e ao se dar conta do que havia acontecido ele sofreu, ele sentiu no amago do seu corpo e alma. Não era apenas a dor da batalha perdida, a dor da condenação massiva do seu povo, a dor de falhar, de ter seu ego e orgulho escorraçado, a dor de não ser mais nada, nada além de um ser subjugado.

O príncipe dos sayajins, o príncipe da raça guerreira mais temida no universo, o príncipe de todo um legado ancestral de puro poder e orgulho...

Agora não passava de um merda, um nada, um prisioneiro qualquer como tantos outros que já o fizera, um maldito verme humilhado e esmagado e humilhantemente por uma femea: a maldita garota de cabelos e olhos azuis.

"maldita vadia" rosnou consigo mentalmente.

Como queria ter a chance de quebrar-lhe o pescoço, e o faria! Mas estranhamente não tinha força alguma em seu corpo naquele instante. Ele olhou ao lado e podia ver várias celas tal como as naves sayajins, e como tal também haviam vários guerreiros de sua raça, mas todos inconscientes e feridos no mesmo deplorável estado que ele se encontrava naquele instante. Havia uma fúria crescente que rugia de dentro de si diante daquilo, seu Oozaru queria arrebentar tudo, destruir, vingar-se... E embora o espirito guerreiro estivesse pleno e desperto naquele instante no príncipe sayajin, seu corpo não conseguia ao menos acompanhar o ritmo, porque estava destruído. Ele esforçou-se de forma intensa ao espalmar as mãos no chão e forçar o corpo a erguer-se, queria sentar, e naquele instante que o fez, ele rugiu de dor, os dentes travaram-se com um rosnado animalesco.

—Atividade detectada – anunciou a voz robótica acendendo todas as luzes ao longo do imenso porão, e ali Vegeta teve uma breve noção da quantidade de guerreiros sayajins que haviam de fato presos. Ele escorou-se na parede ao sentar-se, a respiração estava ofegante tentando acalmar o corpo daquela dor.

De repente seus olhos foram de encontro a um daqueles humanos que entrou no ambiente, mas esse não era guerreiro, usava um traje parecido com o da garota de cabelos cerúleos, mas esse era azul e por cima tinha um jaleco branco. Vegeta percebeu que ao cruzar o olhar com o humano, esse esboçou um sorriso debochado e irritantemente provocador.

O Thrajin apertou um botão numa espécie de relógio em seu pulso e na sua frente surgiu uma projeção holográfica. Ele usava uma espécie de caneta e tocava rapidamente em vários símbolos estranhos ao sayajins. O humano espalmou então a mão frente ao sayajin, e esse pode ver um pequeno dispositivo acoplado ao traje que ficava bem no centro da palma da mão do thrajin, e esse dispositivo lembrava uma espécie de disco pequeno, então uma luz azul pulsou fazendo uma varredura como um scan no corpo do sayajin.

O thrajin se retira dali sem falar absolutamente nada em direção a uma sala auxiliar ao porão que estava naquele instante. Vegeta acompanhou o entrar e o sair do humano, e certo de que ele gritaria, o atacaria, explodiria, mas naquele instante até mesmo abrir a boca era um esforço descomunal. Então o ser de uniforme azul retornou e Vegeta podia ver em suas mãos seis ampolas interligadas como se fosse algum tipo de munição e uma espécie de pistola metálica, e certamente o sayajin não gostara nada daquilo, mas mesmo diante da brava luta de sua mente, seu corpo ainda estava estático ali pois mal havia energia nele. O sorriso nos lábios do thrajin era quase diabólico quando esse introduziu as ampolas na pistola olhando avido para o sayajin, ele abriu a cela e abaixando-se em cócoras frente a Vegeta ele segura os cabelos do sayajin com força e esse rosna, o thrajin puxou de lado deixando o pescoço a mostra e encostando o bico da pistola, ele faz seis disparos com mínima pausa entre eles.

Orgulho e poderOnde histórias criam vida. Descubra agora