Orgulho e poder

Sensações e conclusões

As peças que compunham o uniforme da guarda real thrajin estavam alinhadas sobre a cama. Ali havia a capa, os braceletes de metal que tinham gravado em relevo um brasão que Vegeta pressupôs ser da família real thrajin, e um traje similar aos outros, só que esse era em um tom de verde com detalhes em prata e preto. Por um instante ele levou a ponta dos dedos até próximo ao seu peito se lembrando do colar da monarquia sayajin e ele se perguntava o que fora feito daquele objeto que certamente seu pai carregava no momento da invasão. Era impossível não sentir ódio, ele poderia fechar os olhos e se lembrar de cada detalhe daquele dia, de cada coisa que fizera naquele dia, mas principalmente a lembrança de subestimar ela: a garota thrajin de cabelos azuis.

A vingança era um processo corrosivo e tóxico e ele sabia e sentia que aquilo ainda o consumia, mas também questionava suas próprias decisões feitas, mesmo que essas fossem inconscientes. Não se havia tanta honra assim em deitar-se com seu inimigo e principalmente em unir-se a ele como ele fizera. O que pensariam os sayajins sabendo de algo tão abominável e vergonhoso como aquele?

Ele deslizou a ponta dos dedos sobre o vínculo sentindo as mínimas pontadas elétricas e naquele instante fechara os olhos, estava completamente preenchido por angustia, raiva, vergonha... Mas então tudo parou, e naquele instante as coisas pareciam estranhamente pequenas, e talvez para ele isso soara ainda mais confuso, principalmente que a medida que sentia no corpo a eletricidade correndo sua mente desenhara a thrajin perfeita em cada detalhe. Os lindos olhos azul turquesa que ironicamente eram da cor da pedra do colar real sayajin. Os cabelos, mesmo que curtos, dançantes; e então aprofundou-se naquele pensamento e nas sensações mornas e apaziguadoras que traziam, no corpo leitoso dela que marcava-se ao toque mais forte de suas mãos, dos lábios entreabertos que gemeram algumas vezes seu nome, nos seios redondos que cabiam tão bem em sua boca e foi impossível não ficar duro com aquilo. Junto com a intensa inquietação, desejo e atração que sentia, ele não percebeu a cauda que oscilava languidamente no ar, e quando deslizou a língua sobre seus próprios lábios ele sentira finalmente seus caninos despontados, feroz como um animal e fora ai que os olhos abriram de uma só vez com ele trazendo toda a sua fúria de uma só vez ao seu peito e rosnou irritado, frustrado...

—Maldita thrajin! O que fez comigo?

Ele, movido por aquele sentimento, dera as costas a tudo e saíra para a academia de treino, precisava explodir aquela raiva em algo, já que não podia e nem conseguiria mesmo que pudesse fazer isso com a thrajin de cabelos azuis... Sua Bulma.

Ele entrou naquele lugar e havia apenas um som: os socos fortes de pura carga física que Kakarotto desferia contra um dos sacos de treino que havia ali. Bom, àquela altura não era segredo algum para Vegeta que todo aquele ímpeto raivoso e notório de Kakarotto se dirigia a general thrajin, pelo menos o maldito verme terceira-classe mantivera o orgulho, porque ele como príncipe, agora se sentia uma vergonha e fraco. Ele caminhou então para o saco imediatamente próximo ao que seu ex general se encontrava e sem dizer nada, apenas trocaram um ligeiro olhar quando Vegeta começou a socar também o objeto. Ambos movido por raiva e frustração e embora parecessem que por motivos divergentes, na verdade, era justamente por motivos similares.

(...)

Nyugard era uma espécie de bar muito frequentado por membros das tropas e do serviço militar de thra e de suas colônias, e era normal quando havia retorno de tropas ali ficar lotado. O lugar que era bem espaçoso, contava com várias atrações que chamava atenção dos thrajins além de bebida boa, comida e jogos. E era bem ali, naquele lugar que em uma das mesas reservadas se encontrava Ichy juntamente com Vikal e uns outros soldados bebendo e comendo dos aperitivos servidos sobre a mesa, quando o coronel thrajin chegou acompanhado de Ginger, algo que chamara a atenção de alguns membros na mesa, mas ninguém falou absolutamente nada. Diferente dos costumeiros uniformes eles usavam roupas mais comuns e Ginger não era diferente e embora ela tenha escolhido as peças a mando de Gohan, ela ainda não estava completamente familiarizada com tudo aquilo e aqueles tecidos uma vez que ela usava uma calça com botas e uma blusa com uma jaqueta sobre.