capítulo 32

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Demi pov 

Eu não consigo acreditar nisso... Aquela garotinha do meu sonho, é real

- É que niguém que eu tia

_Demi: E por que você acha isso pequena?

- Eu tô aqui no fonato desdi que eu nazi, e nunquinha nenuma mulê adotou eu

_Demi: Oh bebê... E seus pais? Não tem nada sobre eles?

- A titia do macalão, disse pa eu que minha nanãe m-moleu quando e-eu nazi e ai meu p-papai me dexou aqui no fonato - ela disse com dificuldade por causa dos soluços

_Demi: Calma princesa, você é uma menininha muito linda e especial, com certeza Deus está procurando uma pessoa maravilhosa pra te adotar

- Num ta não! Eu nazi pa fica sozina. Cupa minha, minha nanãe moleu - ela se encolheu no meu colo e começou a chorar e soluçar ainda mais

Meu coração não aguenta ver uma criança chorando

_Demi: Não, claro que não. Não foi sua culpa, você não tem nada a ver com isso... Deus queria ela do lado dele, porque ela é uma pessoa muito boa e especial igual a você. Mas quem te disse isso?

- As quiancinhas da minha cocola - ela diz limpa as lágrimas

_Demi: Mas não é verdade, ok? Você é muito especial e maravilhosa... Olha o lado bom, vc ganhou muitos irmãozinhos, e as tias daqui cuidam muito bem de vocês... Não chora, limpa essas lágrimas - digo e ela levanta o rosto que estava na curva do meu pescoço, e limpo suas lágrimas com meus dedos

Fico abraçada com ela fazendo carinho em seus cabelos, aos poucos ela vai se acalmando e dorme no meu colo

Escuto passos vindo até mim, deve ser a "tia do macarrão" como diz a pequena

Abaixo minha cabeça para tirar o cabelo dela que caiu em seu rosto e coloco atrás de sua orelha

- Demi? - escuto aquela voz, eu conheço muito bem essa voz...

_Demi: Wilmer? - sinto meu coração errar uma batida quando vejo ele parado na minha frente com as mãos nos bolsos e com uma cara de desentendido

_Wilmer: O que você está fazendo aqui? E ainda com Alicia nos braços?

Merda, como vou explicar?

_Demi: Eu vim aqui para o orfanato e fiquei com as crianças, mas quando estava indo embora ouvi um choro aqui no canto, era Alicia, ela estava chorando e eu acalmei ela

_Wilmer: Entendi... Quer que eu te ajude?

_Demi: Se puder...

Wilmer sorri e pega Alicia nos braços, ela se mexe um pouco mas depois se conforta nos braços de Wilmer

_Wilmer: Por que ela estava chorando?

_Demi: Ela me disse que ninguém quer adotar ela...

_Wilmer: É... Conheço Alicia desde que ela chegou aqui ainda bebê, eu que a encontrei na rua largada em uma caixa de papelão

_Demi: Por que não ficou com ela?

_Wilmer: Camile não gostava de crianças

_Demi: Quem é essa?

_Wilmer: Minha ex namorada...

_Demi: E por que não fica com ela agora? Não tem nada te impedindo

_Wilmer: Eu adoraria ficar com Alicia pra mim, mas por conta do meu trabalho passo quase o dia todo fora, só chego de tarde... Eu provavelmente não teria tempo pra ela, fora as viagens que tenho que fazer

_Demi: Entendi... Ela estava bem deprimida

_Wilmer: Imagino, mas muito obrigado por ter cuidado dela

_Demi: Não foi nada... - um silêncio de instalou entre nós, entramos no orfanato e pedimos para a tia do macarrão nos levar até o quarto de Alicia

_Demi: Por que te chamam de tia do macarrão?

_Tia Do Macarrão - Ah, teve um dia que a refeição foi macarrão, eu fui pegar comida, só que o chão estava molhado, eu escorreguei e cai no chão, meu cabelo ficou cheio de macarrão. E aí veio o apelido - ela diz sorridente

Wilmer e eu gargalhando baixo por conta de Alicia, entramos no quarto e arrumei a cama enquanto Wilmer deitou ela. Peguei seu cobertor e a cobri

_Demi: Fica bem, pequena - digo ajoelhada no chão, dou um beijo em sua bochecha e me levanto

_Wilmer: Já está escuro, melhor você ir pra casa

_Demi: Sim, vamos...

Estávamos indo em direção à saída, peguei meu celular e mandei mensagem para Marissa, ela me disse que já estava a caminho

_Wilmer: Posso te fazer uma pergunta?  - Wil pergunta quebrando o silêncio entre nós

_Demi: Claro que pode, qual?

_Wilmer: Por que veio aqui? Justo aqui?

Merda

_Demi: Eu não sei... Algo me dizia para vir pra cá

_Wilmer: E... Quando você estava aqui, lembrou de algo?

_Demi: Não... - menti, não quero que ele crie expectativas

_Wilmer: Que pena...

Ficamos em silêncio por um tempo, estava olhando pra rua esperando Marissa, mas consegui ver por canto de olho ele me observando

_Wilmer: I miss you, baby... - ele diz num sussurro

_Demi: O que você disse? - Finjo que não escutei

_Wilmer: Eu disse que... - ele dá uma pausa, respira fundo - Sinto sua falta

Nossos olhares se cruzaram e ficamos nos olhando fixamente

Eu quero beijá-lo
Eu quero muito beijá-lo

Sem perceber, desci meu olhar para sua boca e automaticamente, mordi meus lábios imaginando como seria ter seus lábios nos meus

Percebo que Wilmer está se aproximando aos poucos, vou dando passo lentos até o mesmo, quebrando todo o espaço que tinha entre nós

Estamos perto, muito perto... Tão perto que sinto sua respiração acelerada

Nesta noite escura, esse céu estrelado e o barulho dos grilos deixam o clima um pouco mais leve

Wilmer pega na minha cintura, e se possível me puxa para mais perto. Ele me dá um beijo na bochecha e vai virando seu rosto lentamente até meus lábios que se encontravam entre abertos. Passo meus braços ao redor de sua nuca, e fico na ponta dos pés para alcançar sua altura

Wilmer começa a aproximar mais e mais seus lábios dos meus, sinto meu coração muito acelerado, acho que dá pra ouvir de longe as batidas dele. Sinto seus lábios encostando nos meus

Mas somos interrompidos pela buzina do carro de Marissa. Me deparo bruscamente de Wilmer

_Demi: Tchau... Até - engulirem seco e dou um abraço rápido no mesmo. E sai praticamente correndo até o carro sem esperar sua resposta

_Wilmer: Tchau...

I miss you/ DilmerOnde histórias criam vida. Descubra agora