EEE Ta aqui o primeiro amores espero que gostem.
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A Morte caminhava tranquilamente pelo arvoredo, havia acabado de recolher a alma de um senhor que partira consigo sem reclamações ou medo, estava decididamente pronto e consciente de que já havia chegado seu tempo. Ela gostava quando isso acontecia, quando a alma que viera buscar se conformava e a acompanhava, sem chatices ou tormentos, simplesmente cônscia de que se ela a pegara era isso, havia acabado.
Essas eram as almas que ela tinha prazer em dar paz. Essas e as que morriam pelos outros. Como representante da finitude da vida ela sabia quão valioso aquele presente era, estar vivo e ser capaz de lutar era algo sem preço e ela sabia bem disso. Sentia um prazer cruel ao levar almas cruéis, manipuladoras e que se utilizavam de habilidades magnificas para ferir os outros. Mas sentia uma calma poderosa, completa quando levava a alma de um guerreiro, de alguém que morrera pela vida de outro cuja vez não havia chegado realmente, desses ela tinha orgulho.
Ainda coberta por sua capa apesar de saber que nenhuma criatura viva a observava ela sentiu o comichão já conhecido, era aquele garoto, aquela alma nova que ela queria tanto destruir mas ainda não tinha decidido como. Mandara uma profecia a alguns meses, a sussurrara nos ouvidos de uma mulher. Naquele momento sentiu que não havia sido uma boa ideia.
Ela desapareceu da floresta e apareceu ao lado dele, era alto, muito magro e muito branco. A vida havia sido drenada lentamente dele conforme sua crueldade crescia. Se não fosse por suas artimanhas ela só precisaria sopra-lo e ele cairia. Tombaria morto sem que ela precisasse sequer toca-lo, mas ele fugia dela, com tanto empenho como ela jamais vira.
Eles se aproximaram da casa, tinha dois andares e era idêntica às casas vizinhas com uma diferença, ali a vida pulsava com a força dos que são caçados, ela conseguia sentir a pulsação dos corações do final da quadra, uma paz que poucas vezes vira. Eram almas muito calmas aquelas, sempre haviam sido.
Quando emparelharam com a sebe ela pôde vê-las com clareza, James e Lily Potter eram seus conhecidos a muitos milênios. Claro que não tinham esse nome quando juraram à sua frente que jamais se separariam, à época ele se chamava Kay e ela Yelin, moravam a muitos quilômetros de onde estavam agora. Ela viera busca-los já muito idosos, deitados em sua cama conversando sobre ela. Não havia medo ou qualquer outra coisa em seus olhos quando olharam para ela.
Uma vez que havia se mostrado eles pediram para lhe fazer um juramento, perguntaram se era verdade a lenda sobre as almas amarradas pela morte, ela lhes respondeu que sim, e aceitou seu juramento, desde então eles encarnavam e morriam juntos, e sempre, todas as vezes se apaixonavam um pelo outro quando viviam. Não que ela controlasse essa última parte, era apenas natural, duas almas tão fortemente unidas em uma vida que se apaixonavam todas as vezes que se encontravam, ela apenas ajudava a garantir que se encontrariam.
Quando o homem que ela seguia entrou na casa, abrindo violentamente a porta ela viu que James estava desarmado, e recolheu sua alma com tristeza, não era a vez dele, mas ela não tinha poder sozinha para impedir seu assassino.
― Nos encontramos de novo? ― Disse James quando ela o puxou de seu corpo.
― É com pesar que concordo. ― Disse ela. ― Vamos ele não vai parar.
― Você tem que impedi-lo. ― Bufou ele.
― Você sabe que não posso, olhe a alma dele. ― Disse ela. ― Não há o suficiente para que eu o leve. E o juramento de vocês me impede de interferir, devem morrer juntos, lembra?
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Interferência
FanfictionA Morte se considerava uma entidade bastante razoável de forma geral, dava paz a todas as almas que já haviam aprendido o bastante, compreendia que era necessário tempo para que os mortais parassem de ser idiotas ela mantinha a vida funcionando como...