Passado pt.3
- Vai me contar o que você sonhou? - Pergunta Oleg depois de um tempo em silêncio, ainda estamos abraçados na minha cama. Não sei que horas são ou quanto tempo fiquei chorando nos seus braços.
- Está mais para pesadelo - Respondo e o silêncio toma conta do quarto novamente - Eu lembrei Ol. Parece que quando tudo vai melhorar as memórias vem me derrubando novamente, será que isso nunca vai passar? - Falo com voz embargada pelo choro relutantemente contido.
- Você precisa seguir em frente brat, infelizmente o passado sempre volta a nos assombrar. - Suspira levantando-se e sentando ao meu lado, permaneço deitado e então ele fala. - Quero que consulte um psicólogo, na Rússia infelizmente isso não foi possível já era difícil esconder que você não estava bem. Mas aqui é diferente não precisará esconder de ninguém. - Olha em meus olhos e diz - Você precisa de ajuda Dmitrii, eu sempre estarei aqui para ouvir e aconselhar, mas não sou profissional.
- Não sei se consigo. - Falo exasperado.
- Consegue eu sei que sim. O que está aqui - Toca em meu peito - Não existe mais, pois o que ele fez matou a paixão que você um dia sentiu - Ele está certo que não sinto mais nada por Alexei, mas eu o amava sim - Não me olhe assim, você sabe muito bem que o sentia por ele nunca foi amor só não quer admitir, era sua primeira experiência nunca teve contato com pessoas da sua idade por tempo suficiente para descobrir os sentimentos que compõe cada ser humano. Sempre odiei a decisão de nosso pai de não te deixar frequentar a escola ou ter uma adolescência normal, foi a sua falta de conhecimento sobre si mesmo que te levou a acreditar nele. - É talvez ele tenha razão - Mas como estava falando, é o que está aqui - Aponta minha cabeça - Que me preocupa, te encontrei na beira do precipício Dmitrii e não quero te ver lá novamente. - Eu sei bem do que ele fala e também não quero sentir aquela sensação de novo.
Lembrança
Duas semanas se passaram, depois daquele maldito dia não o vi novamente e mesmo que quisesse não poderia pois prometi ao otets que me afastaria, estava tão atordoado que só queria chorar e não me importei de perguntar o porque daquele pedido, quer dizer ordem foi assim que ele disse, mas isso não faria diferença.
As palavras dele, o sorriso debochado, a noiva feliz por ser apresentada à mim, coitada mal sabia que estava diante do amante de seu amado noivo. Tudo que aconteceu naquela noite ficou gravado na minha mente, é como um CD arranhado fica se repetindo deixando a minha dor ainda maior, ao fechar os olhos para dormir ele está lá, se fico no silêncio suas palavras ecoam dentro da minha alma.
Não aguento mais já são três meses imerso nessa agonia, não me concentro nas aulas e muito menos nos treinamentos, todos perguntam se estou bem e apenas respondo que sim, afinal como vou dizer que o homem que eu amava era um crápula e só me usou à seu bel-prazer? Até de Oleg me afastei, meu irmão sempre foi meu melhor amigo e confidente, mas a vergonha que sinto de ter me deixado enganar é grande demais não tenho coragem de olhar para ele.
Isso dói demais não suporto se quer ver meu reflexo, sinto nojo, raiva, tristeza e solidão. Preciso acabar com essa confusão de sentimentos dentro de mim. Levanto-me da cama e vou decidido até o banheiro, pego a lâmina do barbeador e pela primeira vez em muito tempo vejo meu reflexo o que só me dá mais certeza do que vou fazer, levo-a até o pulso, mas antes que possa continuar uma mão agarra forte a minha fazendo-me soltar a lâmina, e sinto meu corpo ser virado bruscamente. Tudo aconteceu tão rápido que quando saí do transe estava preso em um abraço apertado, não precisei abrir os olhos para saber quem era, o perfume inconfundível de Oleg invadiu meu sentidos me trazendo de volta à realidade.
- Não quero ouvir nada agora, só preciso que entenda - Segura meu queixo e ergue minha cabeça para o olhar. - Eu sempre estarei aqui para te impedir de me deixar sozinho, e não importa o que faça nunca irei te deixar.
Foi naquele dia que meu irmão se tornou mais que um pai na minha vida, nós sempre fomos unidos, mas foi a partir dalí que pude entender. Eu nunca estarei só enquanto o tiver comigo.
- Dmitriiii! - Me chama.
- Desculpe Ol, estava divagando. - Falo.
- Vai pensar no que falei?. - Pergunta com expectativa.
- Prometo.
- Isso é bom. - Suspira e sorrir - Meu bebê quer que eu durma aqui? - Diz fazendo graça.
- Você é ridículo sábia! - Rimos.
- Boa noite Dima - Beija minha testa e saí do quarto.
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Oiiieeee cap pequeno mesmo só para concluir o passado do Dmitrii.
Até terça meu povo.
Beijinhos😘😘😘😘😘😘😘😘😘😘
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O Agente e o Herdeiro da Máfia (Duologia Irmãos Petrovich) Livro1
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