Cristopher Ávila é o filho mais velho de Daniel Ávila e ainda muito jovem sofreu a sua primeira decepção amorosa. Isso o fez tomar a decisão de ir estudar fora do país e mesmo após se formar, Cris decidiu morar de vez nos EUA. Contudo, ele não conta...
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Uma tempestade de sensações?
— Não vai me dizer nada? — Ele me pergunta depois de um tempo. A verdade é que eu tenho muita coisa para dizer e sei que se eu abrir a boca não vou conseguir parar mais. O problema é que eu não estou pronta para encarar o doutor Christopher ainda. Pelo amor de Deus, eu confidenciei que tive sonhos com ele e não foi qualquer tipo de sonho, foram sonhos eróticos e ele... nós... nós fizemos confidências bêbados e eu ainda sinto o sabor do seu beijo na minha boca, e... —Jennifer, pelo amor de Deus! O que há de errado em sonhar comigo? Foi tão ruim assim? — Ele reclama e a minha cabeça dá um giro como se fosse o exorcista. Estou impactada aqui. Como ele consegue isso? — É simples, Reinold, você pensa alto demais. Ele responde e eu caio na real. Fazia muito isso na minha adolescência. Expressava em alto e bom tom os meus pensamentos, o que me renderam muitas zombarias e risadas debochadas. Por Deus, eu não tenho conserto! Lamento mentalmente batendo três vezes na minha testa. Mentalmente... Eu espero.
— Doutor Christopher... — Começo, porém, ele me interrompe.
— Eu ainda prefiro doutor gostosão — ralha com humor. Contudo, isso só me irrita ainda mais.
— Pelo amor de todos os santos, o que o senhor quer de mim? — exaspero. — Me lançar no inferno? Por Deus eu não posso sair com o senhor, não agora e nem nunca. O senhor é o meu instrutor...
— Ex instrutor...
— Que seja! O senhor ainda tem uma boa patente aqui e eu sou apenas a sua residente...
— Ex minha residente...
— Tá, que seja! Mas não está certo doutor Christopher. Por Deus, isso fode com tudo. E eu posso ficar malvista aqui. E ainda tem o fato de termos feito confidências e tudo mais.
— Reinold! — Ele chama o meu nome e parece bravo. O homem dá dois passos em minha direção e sem nenhum aviso, toma a minha boca em um beijo inesperado. Ele segura firme em meus cabelos e aprofunda o beijo de uma maneira intensa, roubando a minha capacidade de respirar. As minhas pernas tremem e minhas mãos também. Sua respiração pesada se mistura com a minha e sou embriagada pelo seu perfume. Seguro em seus ombros, porque sinto que vou cair a qualquer momento. Sua mão livre envolve a minha cintura me prendendo-me ao seu corpo viril. Então ele se afasta e os seus olhos escuros encontram os meus.
Por Deus, eles são tão intensos que parece querer desvendar a minha alma.
— Mais calma agora? — pergunta pertinho da minha boca. Não tenho voz. Estou muda, completamente muda e dura. Isso, estou sem ação também e mole. Eu sei é contraditório, mas é assim que estou me sentindo agora. Então eu apenas aceno um sim com a cabeça e ele sorri.
— Ótimo! — fala baixinho, se afastando de vez. Ele segura a minha mão e me arrasta para fora da sala. E para fora do elevador logo depois, e em seguida estamos fora do hospital e dentro do seu carro.
