Capítulo 18

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              🥀 Ciladas🥀

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              🥀 Ciladas🥀

Saio do hospital Central com o dia já claro. A minha cabeça está pipocando. Não entendo como Edu caiu da escada... O garoto é muito inteligente e esperto demais para a sua idade.
ver Bianca nervosa e chorando daquela maneira mexeu comigo. Ela vive praticamente sozinha naquela casa tão grande, os pais estão sempre viajando.
O que está me deixando intrigado, é o fato dela não querer responder aos policiais sobre a causa do acidente... O que ela estava pensando? ninguém a estava acusando de nada.
Entro no meu carro e encaro o buquê de rosas e a garrafa de vinho esquecidos no banco do carona. Encosto a cabeça no volante e só então a culpa me acomete.

Jenny..!

Droga! a coisa foi tão complicada que acabei me esquecendo de avisá- la.
Ligo o carro e mesmo me sentindo cansado me dirijo direto para o apartamento dela. Levo alguns minutos para chegar ao seu prédio e sigo para um dos elevadores, trazendo comigo as flores e o vinho.
Ando no pequeno recinto pensando em como encara- la depois de deixa- la sozinha por duas noites.
Saio do elevador e sigo para sua porta, me enchendo de coragem para um sincero pedido de perdão.
Toco a campainha uma, duas, três vezes. Jenny abre a porta de maneira brusca. Ela parece brava. Irritada. E arrasada.
A visão é impactante.
Eu não reconheço a mulher a minha frente.
A minha pequena tempestade está com olheiras, os olhos inchados, irritadiça...
Eu fiz isso... Penso.
Eu causei essa dor. Sabia dos seus problemas com sua alto estima e mesmo assim, eu a fiz sofrer...
__Me perdoe !__Peço.
Sei que não mereço que ela se quer olhe na minha cara.__ Edu sofreu um acidente e ele está no hospital e...__ Eu tento explicar.
__Meu Deus..! Ele está bem?__ Ela pergunta levando as mãos trêmulas a boca.
Eu encaro uma faixa branca envolvendo a mão direita e depois os seus olhos vacilantes.
__ O que foi isso?__Inquiro.
A voz cortando.
Ela esconde a mão atrás do próprio corpo.
É perceptível o seu nervosismo, a ansiedade.
__ Não foi nada...
__ Como nada Jenny?
__ Como está o garoto?__ Ela muda de assunto.
Eu evito falar sobre a sua mão... Por enquanto.
__Está bem agora... Ele quebrou um braço e um costela. Preciso ver a sua mão...
__Eu vou tomar banho e por uma roupa... __ Diz se afastando e sai da sala.
Eu fico ali, parado e totalmente sem ação.
Jenny está muito estranha, parece a Jenny que conheci a alguns meses atrás.
Vou até a mesa posta.
Observo os detalhes, o carinho com que cuidou de tudo.
Tento puxar o ar que parece preso ao meu peito.
Deus... Ela fez um jantar pra nós dois e eu estraguei tudo!
Na cozinha noto que na lixeira há algumas flores jogadas, ainda vividas, velas aromáticas, além de guardanapos de papel com coraçõezinhos vermelhos, no balcão há uma garrafa de vinho aberta e pela metade, acompanhada de duas taças, uma limpa e a outra ainda com resíduos da bebida.
Sigo para o seu quarto. Precisamos conversar.
Eu tenho que compensar essa situação de alguma forma..
Abro a porta do quarto e o que vejo parece cena de um filme de terror.
Meus olhos percorrem o cenário e logo os sinto queimar.
Há sangue pelo chão e também pelo tapete alvo e felpudo.
Pedaços de espelhos estilhaçados pelo quarto.
Eu ando observando o ambiente com atenção, roupas de noite jogadas pelo chão, um emaranhado de lençóis.
Pego um pedaço do espelho sujo com o seu sangue e me olho nele.
Imagino a sua luta interna...
O que ela deve ter pensado...
O que deve deve ter sentido.
A dor no meu peito é lancinante. Eu nunca senti algo igual.
Tão forte.
Tão intenso.
Tão doloroso.
É um sentimento poderoso demais, que chega a oprimir o meu coração.
Lágrimas quentes banham o meu rosto sem piedade...
A porta do banheiro se abre e ela estanca ao me ver parado dentro do seu quarto em meio aos destroços.
Os olhos passam apressados pelo chão onde se concentra boa parte da bagunça sanguinária.
Os olhos dizem tudo o que eu preciso saber.
Dor.
Desespero.
Medo.
Ansiedade.
Insegurança.
Eu fiz ela sentir tudo isso com um simples ato de egoísmo meu...
Podia ter impedido.
Podia ter evitado, porém eu não fiz. Eu não a protegi como havia prometido a mim mesmo que faria.
Olho nos olhos feridos da minha pequena tempestade.
Pressiono o vidro na palma da minha mão, em seguida o solto.
As lágrimas não cessam, é a única maneira que tenho para por para fora a raiva que estou sentindo de mim mesmo nesse momento.
Mas a dor de ferir a pessoa amada com um simples ato não passa . Ela está enraizada aqui dentro de mim.
A passos largos eu alcanço a minha namorada e a abraço forte pedindo o perdão mais uma vez.
__Se for pra tê-lo perto de mim, a afastando de mim eu não quero.__ Sussurro ainda em seus braços.
__Não diga isso.__ Ela me surpreende com o pedido.__ Ele é seu filho e eu gostaria de conhecê-lo. __ Dá um meio sorriso.__ Porque não o convida pra passar um final de semana?__Não consigo conter o meu sorriso.
A surpresa de ouvir essas palavras de sua boca.
__Tá falando sério?__Ela assente.
__Vou falar com Bianca e combinar com ela, tudo bem?
__Tá... Tudo bem.
Jenny é mesmo uma garota surpreendente.
Eu jamais esperaria algo assim... Eu jamais aceitaria algo assim.

11. E Se Eu Te Beijar? - RETIRADA 1° DE SETEMBROOnde histórias criam vida. Descubra agora