Capítulo 36

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🥀 Construindo uma nova vida🥀

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🥀 Construindo uma nova vida🥀

Quatro meses depois...

Desde que a encontrei na minha sala de parto, de uma forma estabanada, maluca, tropeçando em tudo e em todos, falando uma besteira atrás da outra, senti que ela seria a minha perdição.
O meu inferno particular.
A minha chance de uma nova vida, de sair do meu lado obscuro.
E assim foi...
Ao longo desses meses, Jenny teve uma mudança radical... Quase dois anos...
Ela passou de uma pessoa totalmente insegura, receosa e estabanada, para uma pessoa firme, segura de si e decidida em pouco tempo.
Não me canso de olha-la dormindo.
Os cabelos negros espalhados pelo travesseiro.
Os olhos puxados, estão apertados em um sonho profundo.
A barriga agora imensamente redonda está de fora.
Ela veste apenas um top e um shortinho de seda branco.
Parece um anjo.
Tenho vontade de acorda-la.
De beija-la.
De mimá-la o tempo todo.
Puxo a respiração lentamente.
São quase duas da manhã e eu não tenho um pingo de sono.
Amanhã é o dia de ligar para tia Lilian e confirmar definitivamente a nossa sociedade.
Tô que não cabo dente de mim.
Isso mesmo...
Jenny disse sim, para uma nova vida no Brasil.
É claro que a Amber e o Adam irão juntos, essa era a sua condição. A única coisa que a prendia aqui em Nova York.
Assim que eu der a confirmação, farei o depósito e as novas instalações logo serão construídas.
Saio da cama e resolvo ir até a cozinha comer algo leve.
Enquanto desço as escadas, eu observo a imensa sala do apartamento...
Aqui eu tive anos de solidão, que foram preenchidos em poucos meses... Por ela...
Foram dias sofridos.
Dias frios.
De amarguras.
Que ela invadiu sem me pedir licença e os preencheu de lindos sorrisos e de muito amor.
Sorrio quando lembro das nossas aventuras iniciais.
Ela era inocente demais e ao mesmo tempo, queria me devorar inteiro.
Abro a geladeira e pego um iogurte natural, mel e granola.
Vou até a imensa janela da sala, absorvendo as colheradas e olhando a vida lá fora.
Tudo está branco em neve.
Mas não há tempestade. O tempo está frio e tranquilo lá fora.
Termino o lanche da madruga e olhando as ruas vazias, penso que não fiz mais as minhas corridas matinais....
A Jenny tem preenchido todo o meu tempo, na cama e fora dela também.
Subo as escadas e resolvo me forçar a dormir, daqui a algumas horas terei que ir trabalhar e minha agenda está lotada.
Olho o relógio, são três horas da madrugada.
Abro a porta do quarto e me apavoro ao ver a minha esposa se contorcendo de dor sobre a cama.
_ Jenny? Querida o que foi?
_ Dói... Dói muito!_ Ela geme.
Arregalo os olhos em pânico.
_ O que dói muito?_ Inquiro sem saber onde toca-la ou o que fazer.
_ A barriga Cris.... Aí... Me ajude!_ Ela pede puxando e soltando a respiração de modo cronometrado.
Não sei se estou feliz demais porque Nicolly está vindo, ou se estou desesperado demais por vê-la sofrendo assim.
_ Calma meu amor! Fique calma... _ Digo estendendo as mãos. _Nossa menina está chegando._ Digo, tentando animá-la.
Ela puxa a respiração freneticamente e me encara irritada.
_ Mas tem que doer como um inferno??_ Rosna._ Oh, minha santinha, se a senhora me ajudar a tirar a Nicolly daqui de dentro, eu prometo... Eu juro... Que nunca mais... Nunquinha mesmo, transarei na minha vida._ Ela fala olhando para o teto branco do nosso quarto.
Gargalho em alto e bom tom.
Eu duvido muito que ela consiga manter a promessa.
Jenny me fumina com o olhar.
E eu engulo o riso.
_Vou pegar uma roupa quentinha pra você._ Aviso e faço menção de sair da cama, quando sinto um aperto forte no meu braço, seguido de um grito alto da Jenny.
Cacete!!!
Minha filha pode nascer aqui, a qualquer momento! Penso.
Espero a dor da contração passar.
Jenny respira fundo e afrouxa o aperto no meu braço.
Eu corro até o closet, pego a primeira batinha que vejo na minha frente e um sobretudo.
Ajudo a minha esposa a ficar de pé e começo a vesti-la.
_Coloque essas sandálias._ Peço colocando as rasteirinhas aos seus pés.
Pego o meu sobretudo e duas tocas de lã em seguida e ponho uma na cabeça da Jenny e a outra em mim.
Corro para pegar a malinha que contém as coisas que as minhas meninas vão precisar após o parto e quando estou saindo do closet a Jenny solta outro grito, dessa vez chamando o meu nome.
_ CRISSS!!!
O coração pula dentro do peito.
Puta que pariu!!!
Há sangue escorrendo por suas pernas.
Não foi assim que imaginei que seria o parto da minha filha.
Largo a malinha no chão e ajudo Jenny a voltar para cama imediatamente.
Não vai dar tempo chegar ao hospital.
Porra!
Porra!
Porra! Xingo mentalmente.
Pego o meu celular e com as mãos trêmulas e ligo para Alex e depois para Amber.
Vou precisar te toda ajuda que for possível aqui.
Volto para cima da cama e peço para minha esposa abrir as pernas pra mim.
Ela arregala os olhos puxados e me olha como se eu fosse um ET.
_ Não acredito que você está pensando nisso agora Cristopher Ávila!_ Rosna irritada.
Isso é ilário...
Tento não rir, pra não piorar a sua situação.
_ Querida, não dá tempo chegar ao hospital, Nicolly está vindo...
__ O QUE??? AGORA???_ Ela berra e lá vem mais uma contração e mais um grito animalesco._ Não importa...Eu abro o que você quiser... Só faça essa dor parar!_ Ela grita, escancarando as pernas pra mim.
Essa minha esposa é cômica até na hora de ter um filho!
Tiro a sua calcinha e noto a cabecinha da Nicolly já coroando.
Eu nunca imaginei que faria o parto da minha própria filha!
Isso é emocionante ainda mais forte. Ainda mais intenso.
_ Quero que continue trabalhando a sua respiração querida._ Peço._ Vou pegar alguns lençóis limpos e volto o quanto antes meu ...
_ Não me deixe sozinha Cris..._ Pede desesperada.
_ Não vou demorar meu amor! Será tão rápido que não vai dar tempo você piscar o olhos._ Digo e saio correndo para o armário que fica dentro do closet.
_CRISSSSS! OH MEU DEUS!!!
Ela solta outro grito alto lá do quarto.
Em seguida ouço o choro infantil.
PUTA QUE PARIUUUU!!!!
Quando saio do closet, fico pasmo ao ver que Nicolly já está quase toda só lado de fora.
_ Puta que pariu Nicolly! Que pressa é essa filha?_ Inquiro exasperado.
_ Olha o palavrão Cristopher!_ Jenny me repreende._ Tem crianças aqui!
Ignoro a sua repreensão e seguro a minha bebê apressada.
_ Vem pro papai Nick!_Dugi com a voz embargada.
Eu a puxo para fora e Jenny finalmente se deixa cair sobre os travesseiros e relaxa.
A pequenina chora a todos pulmões.
Pego um dos lençóis sobre o colchão e começo a limpar a Nicolly, ponho ela em cima da mãe e pego a minha maleta que sempre fica sobre a mesinha, tiro de lá uma tesoura, envolvida no plástico que a mantém esterelizada e um pegador hospitalar.
Esse é o lado bom de ser um obstetra.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto quando corto o cordão umbilical e prendo o umbiguinho com o pegador de plástico amarelo.
Nick para de chorar quando escuta o som da voz da sua mãe.
A porta do quarto se abre e Alex e Amber passam por ela.
Decidimos deixar uma chave com a Amber a trinta dias atrás, caso Jenny estivesse sozinha em casa e precisasse de ajuda.
Hoje vejo que essa foi a melhor coisa que fizemos.
_ Oh meu Deus..! Minha pequenininha nasceu!_ A tia coruja sussurra vindo para cama, sentando ao nosso lado.
Beijo a minha esposa, que parece cansada e depois eu beijo a minha filha.
Estou apaixonado pelas duas meninas da minha vida.
_ Saia do quarto Cris._ Corona diz de repente.
_ O que? Claro que não!_ Protesto.
_ Eu preciso cuidar da sua mulher._ Rosna.
_ Eu fiz a parte mais difícil... Nós fizemos a parte mais difícil. E você quer que eu saia do quarto, porque precisa higienizar a minha mulher?
_ Cris? Por favor!_ Jenny pede.
Eu encaro Corona puto da vida.
Suspiro.
E assinto.
_ Tudo bem. Você tem vinte minutos._ Digo enfático.
Beijo a minha esposa e filha e saio do quarto.
Do lado de fora encontro Adam, encostado contra a parede do corredor e de braços cruzados.
Ele descruza os braços e me estende a mão com um largo sorriso.
_ Parabéns papai!
Sorrio.
Eu sou pai Caralho!
Eu sou pai de uma menina forte, valente e determinada.
_Valeu cara!
Minutos depois, a Alex sai do quarto.
Ela me encara séria e depois abre um sorriso, me puxando para os seus braços.
_ Você fez um excelente trabalho meu amigo!_ Diz.
Sorrio.
_ Como elas estão?
_ Dormindo. Nicolly mamou e logo adormeceu. Amber pôs uma roupinha quentinhas nela. Está bem agasalhada.
_ Perdi a primeira mamada da minha filha e a culpa foi sua._ Digo em um tom sério.
Ela arqueia as sobrancelhas bem feitas e rir ainda mais.
_ Você terá muitas outras mamadas Cristopher Ávila. Agora vá ver sua esposa e sua linda filha.
Sorrio.
Não penso duas vezes.
Ando a passos largos para o nosso quarto e encontro Jenny em uma cama limpinha e bem acomodada, ao lado dela a minha bonequinha, ambas dormindo debaixo de um edredom florido.
Amber se levanta da cadeira e sorri pra mim.
_ Ela é tão linda Cris!_ Sussurra.
Eu as olho e não consigo segura a minha emoção.
Minha filha nasceu, porra!
Cacete eu sou pai agora!
_ Linda..! _ Digo em confirmação.
Vou até a cama e me deito ao lado da Nicolly.
Observo o rostinho rechonchudo e as bochechinhas vermelhas.
A boca pequena.
O narizinho empinado.
Ela é perfeita...
Nick usa uma toca de lã cor de rosa na cabeça e luvinhas da mesma cor envolvem as mãos.
Olho para Jenny, ela realmente apagou.
Minha esposa foi uma guerreira... Uma grande guerreira.
Beijo a cabecinha da minha filha e a mão da minha esposa em seguida.
Lá fora o dia já clareou totalmente.
Tudo está branco, devido o clima gelado lá fora.
Logo sinto os meus olhos pesarem e o sono chega logo em seguida.

11. E Se Eu Te Beijar? - RETIRADA 1° DE SETEMBROOnde histórias criam vida. Descubra agora