Melhor amigo?
Tundum! Tundum! Tundum! O meu coração bate descompassado que fecho os meus olhos para sentir o seu hálito quente aquecer a minha pele, me provocando alguns arrepios deliciosos. Sua mão grande, quente e firme aperta a minha cintura, enquanto a outra segura com firmeza os meus cabelos. Ele é um devorador e toma a minha boca com um desespero que eu não sei de onde vem. Sua língua me invade e logo eu sinto o seu sabor. Então gemo. Um gemido dengoso, manhoso, como uma gatinha que recebe o carinho do seu dono e me contorço inteira desejando ainda mais.
— Ai, senhor Christopher! — gemo o seu nome baixinho em uma súplica. Porque sim, eu quero mais, eu preciso de mais desse homem.
— Ou, Jen? Acorda, garota! — Escuto a voz de Amber do meu lado e em seguida, sinto o meu corpo ser sacudido. Me forço a abrir os olhos e vejo que ainda estou no quarto de descanso do hospital e em um dos beliches, pior, estou sozinha nesse colchão estreito e macio. Bufo frustrada.
Três meses. Três malditos meses que tenho esses sonhos com o meu instrutor. Preciso parar de ler livros de romances. Isso vai me levar a loucura.
— Que carinha é essa? — Minha amiga pergunta, então noto que ela ainda está aqui no meu quarto. Imediatamente penso se eu falei alguma coisa, pior, se ela ouviu alguma coisa. Então eu sinto que fiquei vermelha porque ela escancara com um daqueles sorrisos horrendos. — O que foi? — pergunta, mas eu desvio o meu olhar e saio da cama em seguida.
— Nada.
— Como nada? Por que está parecendo um tomate? Vamos lá, Jen, me conte o que aconteceu. — Ela insiste andando atrás de mim. Eu entro no banheiro e antes que ela entre, eu bato a porta na sua cara, e me encosto na madeira fria, fechando os olhos em seguida. Ainda bem que ela não ouviu nada... eu acho.
Eu sei que Amber é minha melhor amiga e confio nela. Posso lhe contar qualquer segredo, porque tenho plena confiança nela, mas também tenho vergonha. Vergonha de contar para quem quer que seja que tenho sonhos eróticos com o meu instrutor e chefe da ala pediátrica. Tenho vergonha até de mim mesma, dos pensamentos que se passam em minha mente de uma forma tão normal que as vezes penso que sou doente. Como posso sonhar com aqueles toques? Com aquela boca me fazendo coisas? Meu Seus, eu sinto até o calor me consumir por dentro e corro imediatamente para o chuveiro, programo para uma água fria antes que eu encendei o apartamento inteiro. Os dias se passaram tão rápidos e se tornam semanas e as semanas se tornam meses. Eu e o doutor Christopher estamos cada vez mais próximos, mas amigos e estamos até saindo. E acreditem, temos conversado tanto esses dias, que ele parece mais leve também. Me admiro de saber que em seis anos ele tem feito poucos amigos e nenhum deles é seu confidente, ou confiável o bastante - palavras dele e não minhas. Desligo o chuveiro e me seco para sair do banheiro, e encontro Amber sentada no outro beliche calçando os seus sapatos. É isso mesmo. Para o meu desespero ela pediu transferência para HMS para o mesmo hospital que estou residindo. Não é de todo ruim, pelo menos a terei por perto. A garota ergue a sua cabeça e me olha como se quisesse dizer algo, então suspiro e a encaro.
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11. E Se Eu Te Beijar? - RETIRADA 1° DE SETEMBRO
RomantizmCristopher Ávila é o filho mais velho de Daniel Ávila e ainda muito jovem sofreu a sua primeira decepção amorosa. Isso o fez tomar a decisão de ir estudar fora do país e mesmo após se formar, Cris decidiu morar de vez nos EUA. Contudo, ele não conta...