Capítulo 5 - O estalar de dedos

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Guime acordara de uma noite muito bem dormida. Depois de uma aventura como a do dia anterior, os alunos da Sonserina cuidaram de lhe deixar dormir tempo a mais. Para não perder as aulas, o plano é que não precisasse ir ao Salão Principal tomar café.

Richard roubou algumas coisas da cozinha e Theo às montou em uma bandeja para levar ao pequeno menino. Eles demonstravam que as palavras de supervalorização dos membros da casa eram reais e não papo furado. O pequeno Lerback nunca ganhara café da manhã na cama, nem mesmo em seus esquecidos aniversários. Sua mãe até comprava alguns doces, mas nada comparado às grandes festividades dadas a sua irmã mais velha.

O menino se deliciou e fartou-se com os bolos maravilhosos e o famoso suco de abóbora, postos na bandeja claramente por Theo. Uma das primeiras e mais marcantes características que o menino absorveu de Edinger fora seu transtorno obsessivo-compulsivo por arrumação. Os talheres, xícaras e demais utensílios estavam metodicamente alinhados em posições harmônicas aos pratos.

Em uma bandeja à parte estavam pequenos filés de carne crua para Snopy que, assim como Guime, adorou a ideia.

Depois de comer, era hora de levantar. O pequeno tinha uma forma excêntrica de realizar seus hábitos de higiene matinais. Ele sentou-se na beirada da cama, mas não pôs seus pés no chão. Ele apontou o indicador para fazer seus chinelos saírem da gaveta e se encaixarem em seus pés, perfeitamente.

A forma incomum de magia fluía nele como algo extremamente natural. Era como se suas manifestações infantis mágicas conseguissem ser controladas brilhantemente pelo menino. Com apontar de dedos, mexidas de nariz e piscadelas, o sonserino era capaz de abrir gavetas e mover objetos como se possuísse uma varinha.

Enquanto ele escovava as escamas de Snopy, a contragosto do dragão, seus dentes eram escovados sozinhos. As partes de seu uniforme o vigiavam atentamente, esperando que ele saísse da pia de seu banheiro, acoplado ao quarto e igualmente exclusivo, para vestí-lo. E assim o fez.

Completamente limpo e arrumado, ele cruzou o Salão Comunal bem trajado. Depois de uma breve olhada em sua programação, Guime gravou todas as suas salas e horários do dia. Sem pestanejar, ele seguiu para a sala de aula 3C onde começaria suas aulas com a matéria Defesa Contra as Artes das Trevas.

Guilherme caminhava calmamente por estar no horário correto. No meio do caminho para a sala, ele fora surpreendido por passos apressados. Estes, por sua vez, vieram em sua direção com uma velocidade surpreendente.

Para surpresa do rapaz, Marcos e Gleidson lhe miraram em uma correria. O desespero não fazia o menor sentido para o sonserino que focou na falta de ar e suor dos dois. Os meninos pararam diante dele: Glei com uma postura ofegante e Mark, com as mãos no joelho, próximo de um infarto.

- Oi Guime... - Disse Gleidson. - Ele deve saber onde é a sala...

- Vocês já sabem, então. - Ele afirmou, achando estranho.

- Sabe... Onde... Sala? - Questionou Marcos, puxando muito ar depois das três palavras.

Guilherme arqueou uma das sobrancelhas, achando estranho. - Sim. Estou indo para lá. - Ele apertou os olhos. - Vocês estão bem?

- Depende do ponto de vista. - Marcos afirmou. - Uma segundanista da Grifinória quis dar um bom bom para o Glei. Ele pegou e me deu. Quando ela viu, nossa! Arrancou da minha mão e tentou tacar na goela do Glei na força.

- E onde está o ponto de vista "bom" de uma atrocidade como essa? - O Lerback indagou.

- A menina era bonita. - Marcos afirmou. - Não tanto quanto Alice Swan, mas dava para o gasto.

A Tríade - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora