Capítulo 9 - Os demônios

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Nas torres e torrinhas do magnífico castelo de Hogwarts, o sereno pairava suave como uma pena levitada por magia naquela manhã calma de domingo. Os fantasmas morgavam pelos corredores. Barão Sangrento, especificamente, transitava lentamente pelas masmorras com sua típica aparência pavorosa, que impunha medo mesmo em Pirraça: Olhos arregalados, rosto muito magro e vestes cobertas de sangue prateado. Ele passou pela entrada do Salão Comunal sem imaginar que um aluno estava completamente oposto a sua leseira.

Guime havia levantado em um único pulo mesmo depois de uma noite extremamente agitada. Snopy também estava enérgico, pois sabia o significado de ver seu amigo vestir o que vestia. Contudo, ele não conseguia acompanhar o ritmo rápido do menino.

O sonserino se enroupava com algo muito especial. A melhor parte de seu armário havia sido aberta. Depois de colocar a couraça, grebas, manoplas, espaldar, escarpe, pernas e braços de uma armadura reluzente, Guime segurava seu elmo alegremente.

Toda a couraça metálica era de uma prata reluzente polida. O design da roupa trazia consigo pontas distribuídas por toda ela, bem como adornos poligonais, espinhos que lembravam presas e um elmo na forma da cabeça de um dragão.

Guime estava vestido como um verdadeiro cavaleiro mirim quando guardou as ampolas nas dobras das cotas de malha para o trabalho de recolher as urtigas secas. O pequeno já estava para sair quando viu a sua cama desarrumada e voltou para esticar o lençol verde esmeralda de sua cama com armadura e tudo. Só depois Snopy voou para seu ombro e, juntos, foram para o Salão Comunal.

Assim que o pequeno Lerback surgira espalhafatoso e barulhento só um dos dois sonserinos prestou atenção no menino.

Ronan olhou para Guime, surpreso. - Com mil diabretes. Caramba, Theo!

- É bem legal mesmo. - Afirmou o rapaz sem sequer olhar. O jovem Edinger estava ao lado de Ronan comendo uma única barra de chocolate enquanto não tirava os olhos de seu livro Excursões com Vampiros sobre a mesa, extremamente concentrado.

- Armadura radical, pirralho. - Richard surgiu somente de calção e escova ainda nos dentes. Ele recostou-se na mesa de Theo e bagunçou ainda mais seu cabelo platinado. - Se liga no Guime.

- Quem? - Theo finalmente se desligou do livro e olhou ao seu redor. - Olha só! Que legal!

- A armadura auto-ajustável da família Lerback. Feita por Dulin, o duende ferreiro mais famoso do Brasil. - Ele fechou seu elmo e Snopy cuspiu uma pequena chama. - Ele armou a fundadora do meu clã, Kylah Lerback, durante a Guerra do Ouro. Desde então, passa de cavaleiro em cavaleiro.

- Sua família parece muito foda, pirralho. Qualquer dia desses vamos conversar sobre os feitos desses tais cavaleiros de dragão. O que acha?

- Uma ótima ideia. - Ele abriu a viseira.

Theo fechou o livro calmamente. - Mas me diz, Guime, como você dormiu? Está bem depois de ontem?

- Muito! Não me sentia daquele jeito há um tempo, Theo. - Ele acelerou até o amigo e se colocou ao lado de Rit que apoiou o braço livre no ombro onde o dragão não estava. - Tirando o fato que Snopy babou na minha cama de novo.

O Agnoletto pegou o suco de Ronan e usou para gargarejar e cuspir. O jovem Parkinson achou engraçado, tinha um bom humor. - Então ele está em casa. - Afirmou Rit. - O James faz isso quase toda noite.

Guime se viu confuso. - James? Que James? - Logo depois ele observou Theo corar.

Suas bochechas ficaram ruborizadas enquanto ele reclamou. - Ora bolas, por que me chamou pelo segundo nome?

- Achei que ia ser divertido te ver envergonhado, para variar. Não sei por que você não gosta. James é bem o nome de quem acorda a essa hora para estudar tanto.

A Tríade - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora