Capítulo 7 - O dragão e a borboleta

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Uma reunião de emergência convocara boa parte do corpo docente de Hogwarts. McGonagall deixou professores com missões para além da análise da situação. Alguns cuidavam do sigilo das informações e outros auxiliavam Madame Pomfrey a transferir a professora de voo para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos.

Ali, sob os quadros e quadrinhos dos curiosos antigos diretores de Hogwarts, um grupo seleto de mestres se reunia em torno do enorme esqueleto da fera que atacara a professora há pouquíssimas horas antes. Acima dele, um frasco flutuante com o conteúdo selado cuidadosamente por Sanguini.

- Estou começando a questionar se as afirmações do Ministro possuem fundamentos. - Comentou a diretora McGonagall. - Há anos não temos "acidentes mágicos" tão extremos quanto estes. Desconfio piamente que os eventos que aconteceram nesta primeira semana de aula são no mínimo alarmantes. - A mulher esfregou os olhos abaixo dos pequenos óculos e suspirou rispidamente. - Agora, pensando sobre este caso isoladamente... Hagrid, você consegue identificar essa criatura?

O grande professor não possuía nenhuma dúvida, ele acenou positivamente com a cabeça. - Mesmo sem ter o último par de asas na cauda, não tenho dúvidas de que era um pássaro-trovão. Talvez tenha perdido com alguma doença. Pobre criatura... São conhecidas por conseguirem criar tempestades. Adoráveis, os pássaros-trovão.

A diretora analisou e voltou a falar. - Posso não ter uma memória tão boa, Hagrid, mas estas criaturas não são americanas?

- Sem dúvidas. - Ele afirmou. - Não se encontra um pássaro-trovão voando pela Escócia, a não ser que alguém tenha comprado do Alistair no caldeirão furado. - Ele riu e depois percebera sua a impudência. - Eu não devia ter dito isso...

Sanguini tomou a dianteira sem temor. Com seu olhar afiado ela caminhou em volta dos ossos. - Não era daqui, Minerva. Sequer estava vivo. - Ela afirmou com veemência. - Esta criatura estava sobre o efeito mais avançado que já vi de uma magia necromante.

A palavra assustou a todos os professores ali, sem exceção. Afinal eles falavam de Necromancia, a arte mágica de ressuscitar os mortos. Um grande tabu entre os bruxos e muito desacreditado pelos mais estudiosos.

- Impossível. - O professor Horácio expressou-se com as mãos nas doloridas costas. - Essas coisas não existem...

- E os Inferis nasceram naturalmente... - Maisie ironizou. - Magia necromante é como magia temporal: sabemos que existe mas desencorajamos para evitar grandes catástrofes. Sinceramente, Slughorn, pare por um segundo e sinta a energia desse frasco! Eu selei o encantamento que estava nesta criatura. Isso é magia negra em quantidade e potencial nunca presenciado antes. O bruxo que fez isso está em um nível muito acima que qualquer um dessa sala. Eu sei, você sabe e a Madame Hooch mais que qualquer um de nós. Esse pássaro-trovão foi reanimado dos mortos, sem sombra de dúvidas.

- Confio em sua conclusão Maisie. - A diretora afirmou diante dos demais. - Se não soubesse do que se trata não conseguiria neutralizar tamanha ameaça. Bom, neste caso, receio que o ataque realmente foi direcionado. Precisamos entender o motivo, o meio e o autor.

Slughorn pareceu temeroso. Ele tentou levantar mais uma ideia. - Se me dá licença, diretora... Não acha que isso pode estar relacionado aos ataques dos "homens sem face"? - Ele olhou para os demais.

- Ora, Horácio. Não vejo razão que conecte a Madame Hooch a estes bruxos. - Ela pensou mais e nada lhe veio em mente. - Francamente, há anos ela sequer sai de Hogwarts.

Horácio mais uma vez ousou questionar algo. - Talvez quisesse pegar outra pessoa.

Quando o senhor terminara sua frase, outra professora se manifestou. Sibila Patricia Trelawney, como professora de Adivinhação desde 1980, tinha uma imagem simpática, porém um pouco desajustada.

A Tríade - Volume IOnde histórias criam vida. Descubra agora