A Tríade - Volume I

Capítulo 3 - Ataque à Plataforma 9 3/4

O dia de Marcos e Gleidson, após uma aventura extremamente perigosa, foi até divertido. Quer dizer, após passar pelo risco de quase morte era comum que se sentissem empoderados contando como sobreviveram para aquela dúzia de aurores.

O Ministério da Magia não mediu esforços para retirar os depoimentos da forma mais clara possível, além de contatar a família de João Guilherme da Costa para informar-lhes a situação. Durante uma longa tarde, os meninos explicaram de novo e de novo cada passo que deram. Eles contaram detalhadamente sobre o ataque, desde o momento em que o elfo saíra da mala de Gleidson até seu glorioso retorno graças a inteligência de Marcos.

As cadeiras se multiplicaram naquele quarto, dada a quantidade de bruxos oficiais que iam e vinham do cômodo. Havia muita segurança, inclusive. Claramente o Ministério não queria jornalistas oportunistas causando furor com a história.

Finalmente, depois de dez horas de muita burocracia e esclarecimentos, os meninos tiveram descanso. Os pais de João Guilherme conseguiram finalmente chegar com a ajuda da Confederação Internacional. Um reencontro muito emocionante, inclusive. Os dois meninos presenciaram um momento de muito carinho e lágrimas. Eles ficaram orgulhosos de voltarem para lhe resgatar. Foi a coisa certa a se fazer, de fato.

Antes de ir para casa o menino se despediu com muito zelo pelos dois. - Obrigado, de novo.

- Não precisa agradecer. - Marcos respondeu.

- Bom ano em Ilvermorny. - Gleidson desejou timidamente.

Ele abraçou-os novamente. - E um bom ano para vocês em Hogwarts. Me escrevam.

Os pais agradeceram igualmente e fizeram questão de fornecer um novo malão para Gleidson, já que o seu fora confiscado pelos aurores. Pelo menos o rapaz pôde organizar suas roupas com dignidade, depois de boa parte dos aurores verem os furos de suas cuecas.

O senhor Beleren foi único funcionário que ficara, para completar sua missão. Contudo, seus superiores pareceram não ficarem muito satisfeitos com sua atitude, por mais que ele explicasse sobre a situação emergencial. Os meninos repararam que o relatório citado pelo homem também teve seu caráter questionado, mas como bons adultos, este assunto foi deixado para um momento apropriado: longe das crianças.

O responsável pelos meninos coordenou que seu jantar fosse servido na cama. - Chega de aventuras por hoje. - Justificou, pedindo que descansassem para o ansiado dia seguinte.

Os meninos concordaram sem questionar. Eles se deliciaram com o jantar e só se levantaram para escovar os dentes. Depois de saltar sobre as camadas de cobertores, os dois apagaram no sono com o peso de uma aventura quase mortal nas costas.

Ansiosos para o dia seguinte, os meninos sequer esperaram dar o horário para acordarem. Quando abriram seus olhos observaram que sobre seus malões estava mais um mimo do Ministério. Para a nova escola, os rapazes receberam todo o kit necessário. De uniformes nos padrões pretos de Hogwarts, aos livros necessários para ingressar o primeiro ano. Gleidson ficara feliz de não ter que usar os trapilhos de segunda mão do Jorel. Aqueles uniformes novos eram de alta costura com uma qualidade excepcional.

Quando o Sr. Beleren abrira a porta do quarto eles já estavam vestidos com suas roupas finas e novas. O rastafari de Gleidson estava bem arrumado e Marcos já tinha ajeitado sua touca. Ambos desceram para tomar café pontualmente às nove da manhã, já carregando seus carrinhos de materiais para escola.

Depois de muitas bombas de chocolate, eles deixaram o Caldeirão Furado muito afoitos. O pequeno Santos saiu com uma dúzia de beijos na bochecha de todas as mulheres que cuidaram deles, além de um punhado de doces e mimos em cada bolso. Marcos já estava começando a se acostumar com a atenção sobrenatural que seu amigo recebia. Ele já até se divertia fazendo piadas sobre isso, inclusive.