Presente de Natal

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Olá pessoal, o natal chegando e como amo essa época de festas pensei em montar uma história de natal que aprecio a um tempo, espero que gostem!

***

Em uma cidadezinha do interior onde as famílias eram unidas, religiosas e sempre se reuniam para o fim de ano, dois casais em particular tinham um filho e uma filha da mesma idade. Como os dois homens eram praticamente irmãos, tão unidos, e talvez até mais que muitos parentes da região, resolveram criar seus filhos juntos como primos.

As crianças não sabiam da verdade sobre seu parentesco verdadeiro, quando pequenos brincavam e brigavam como primos de verdade. Sem muitas crianças na redondeza e sem irmãos viviam literalmente um colado com o outro.

Mas aos doze anos de idade Ana e Silas descobriram a verdade e desde então não se falaram mais pois a raiva que sentiram pela mentira foi grande demais, se evitavam nas festas de aniversários com doenças inventadas mirabolantes e Silas começou a estudar na cidade vizinha para não precisar trombar com Ana nos corredores da única escola que existia. Na cabeça de ambos eram mais do que primos, tinham carinho especial em cada brincadeira, em cada briga e em todos os olhares, e quando descobriram não serem mais primos era como se tudo que viveram tivesse se tornado pó.

O único dia que não poderiam escapar de se verem era a véspera de natal, a cidade inteira se reunia num casarão e eram praticamente obrigados a falar um com o outro.

-Feliz natal, Ana.

-Feliz natal, Silas.

Este era o resumo de suas conversas. Por mais que estivessem chateados com tudo o que se passou não deixavam de sentir saudades, pois poderiam até não terem laços de sangue, mas eram muito parecidos e amavam um ao outro de uma maneira especial.

Foi isso que aconteceu por anos. Com 21 anos Silas não apareceu na festa típica. Ana estranhou muito esse fato, e se odiou por estar pensando nele ou se perguntando porque teria faltado na festa do ano. Pensou ser por um costume mas logo percebeu que sua falta lhe causava desconforto, poderiam até não serem amigos mais, mas se não lhe desejasse feliz natal seu ano não estava completo.

4 anos e 363 dias depois

-Feliz natal, Silas meu filho!

-Papai! Que saudade!-E como se ainda fosse uma criança abraçou o pai tão forte que seu velho pediu para parar com toda a melação.

-Cadê a mamãe? Preciso falar com vocês, na verdade, preciso falar com todos sobre o que aconteceu comigo.

-Misterioso como sempre ein. Ela está na cozinha, esse ano convenci ela a não usar uvas passas.

-Graças a Deus!-Silas contou sobre a sua volta ao mundo e encheu de detalhes o quanto isso foi importante pra sua vida, ele não somente se encontrou como encontrou sua razão de viver.

Depois de perguntas e abraços de alegria Silas confessou aos pais um amor platônico e não via a hora da famosa festa de natal do dia seguinte para ver uma pessoa em especial.

***
No Dia Seguinte

-Ana, você está linda filha!

-Obrigado, mãe. Ainda não me disse porque tenho que me arrumar mais esse ano... Vão tirar mais fotos?

-Bom, você descobre lá!-As duas mães estavam agindo juntas e não podia faltar um suspense básico pra que Ana se arrumasse melhor.

-Tô pronta, vamos lá!

Ao chegarem no local tudo parecia igual pra Ana, os enfeites a comida, então esperou sentada na varanda que algo acontecesse, aproveitava o ar fresco naquela noite abafada.

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