😥Sofrimento por todo lado

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Ana narrando

Quando entro me deparo com Paolla amarrando alguns lençóis,e adivinha ela estava com um vestido de noite preto,e um salto 15,pode uma coisa dessa,e eu aqui preocupada.

- Pedroooooo!

Acho que esse já virou meu bordão,seria cômico se não fosse trágico.

- O quê você pensa que está fazendo garota?
Paolla:O quê? eu não to fazendo nada.

Ela faz cara de desentendida.
Pedro entra no quarto.

Pedro:O que f... Mas que merda é essa Paolla?
Paolla:O quê?
- Garota,vai me dizer que agora você virou sonâmbula e não sabe como se arrumou assim.
Pedro: Você ia fugir pela janela?

Pedro fala apontando pros lençóis amarrados,ah então era pra isso,às vezes eu me surpreendo por ser tão tapada.

Paolla:Quer saber! Eu ia mesmo,ia pra festa da Camila,que eu estou atrasada com licença.

Ela tenta passar por nós mas Pedro a puxa.

Pedro: Da Camila? Sério paola a Camila te 23 anos,na festa dela não tem ninguém da sua idade,o que você ia fazer lá?
Paolla: Ué,me divertir,beijar,dançar e conversar como pessoas normais fazem,e qual o problema de eu gostar de companhias mais velhas!?

Ela diz colocando as mãos na cintura.

- O problema é que essas "pessoas normais", não são a minha irmã mas nova de 15 anos, meu Deus.

Infatizo,fazendo aspas com os dedos.

Paolla:Isso é tudo culpa sua sabia!
- Sério? Agora se o mundo girar é culpa minha também?

Tava demorando,pra ela me culpar.

Paolla:Se você não tivesse matado nossos pais eles estariam aqui,e eu tenho certeza de que mamãe me deixaria ir à festa de Camila.

É eu já devia ter me acostumado com as acusações de Paolla,mas ela nunca tinha dito claramente "matado" isso foi como uma facada no meu peito.

Pedro:Não fala assim com ela, a Ana não teve culpa.
Paolla:hah.

Ri debochadamente.

- Deixa ela,ela está certa.

Tento me acalmar.

Paolla:Nossa a Madre Tereza de Calcutá se manifestou.

Ela cruza os braços.

Agora chega!

- Olha aqui,se você quer ir à porcaria dessa festa,vá,se quer se drogar,se drogue,quer estragar sua vida,estrague mas depois não venha me culpar,porque o que você faz aqui nessa vida vai ficar como uma cicatriz na sua história para sempre,e tanto a culpa como as consequências vão ser só suas,eu sei muito bem do que estou falando.

Saio do quarto e bato a porta.
Me tranco no quarto,me encolho como um feto abraçada ao travesseiro,chorar e chorar, afinal é só o que eu sei fazer,por que? Por que eu sou tão fraca?

Talvez porque ouvir algo duro da sua própria família é 100 vezes pior do que ouvir de um quase desconhecido.

Dói todas as vezes,dói mesmo que eu já tenha me acostumado,é como se da primeira vez que te machucam a ferida nunca mas se fecha,voce se acostuma com a dor,mas não significa que não vá doer.

Pedro:Ana,abre essa porta.

Eu não quero que ele saiba que estou chorando,então engulo minhas lágrimas e tento puxar um fiapo de voz.

Imperfeitos no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora