Acordei

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Nicolas narrando

Acordo com uma dor de cabeça enorme e um nome sai da minha boca...

- Ana!

Vejo uma silhueta conhecida do meu lado,ele se aproxima.

Diogo: Nick? Até que enfim,de novo chamando a nerd?

Ele bate na própria testa.

- De novo?
Diogo: Meia hora atrás você acordou gritando o nome dela,lembra não?
- Na,não... Ela tá aqui? Ela veio?

Diogo abaixa a fronte e suspira.

Diogo: Não...

Respiro fundo.
É ela realmente não se importa mais...  O que eu achava,que se eu quase morresse ela ainda se importaria? Mas,pera,eu quase morri?
Minha cabeça começa a latejar e eu reclamo.

Diogo: espera,tem uns antibióticos que o medico receitou caso você acordasse,pega.

Ele me dá umas pilulas e água,a  mesma desse rasgando na garganta,muito tempo sem beber eu acho...

- Dih? O que aconteceu comigo?
Diogo: Você não lembra?
- Dessa vez acho que a ressaca me pegou de vez.

Dou um sorriso de lado.

Diogo: Ai,ai cara. Você se envolveu em uma briga de bar,qual a última coisa que você lembra?

Esforço para me lembrar,e uma dor de cabeça forte me aflinge,lembro do que eu não queria,minha pequena com a boca dela na boca de outro...
Então me limito a dizer.

- Não me lembro de nenhuma briga... Tem mais remédio aí?

Ele dá risada e me diz que está muito cedo para tomar outro remédio,reviro os olhos e ele dá risada.

(...)

Diogo: Você tem certeza de que ele já pode ter alta?
Enfermeira: Sim querido,já fizemos os exames necessário e não tem porque ele continuar aqui. Ele já deve estar com saudade de casa,não é meu bem?

A enfermeira,uma mulher muito bonita por sinal fala com Diogo de forma íntima,o que faz eu ne perguntar o que aconteceu enquanto eu tirava meu sono de beleza...
Ela faz a última pergunta direcionada a minha pessoa.

Na real estou sentindo falta da minha cama e da minha chuveirada... Mas,dos meus queridos pais que nem vieram me ver não sinto a mínima saudade,mas ela não precisa saber desses detalhes,então apenas confirmo com a cabeça e um sorriso.

Me arrumo e pego o táxi já que não sei onde enfiei meu carro,o caminho todo vou desejando ao máximo comer a comida da Tetê,e com o Diogo perguntando se estou bem,reviro os olhos com essa pergunta e queria dizer que a única coisa quebrada aqui é meu coração,mas ele também não precisa saber... Seria ridículo sofrer por alguém que não veio nem me ver,de abandono eu já estou farto.
Porém meus pais nunca se importaram,a Ana não,ela demonstrou e agora me deixou,como se isso tudo que vivemos fosse uma mentira...
Merda.
Ela realmente pensa que foi.
Bato na minha testa e sinto uma enxaqueca horrenda...

Chegamos e ao entrar vejo Tetê com um bolo nas mãos sentada no sofá,ela logo se levanta e deixa o bolo na mesa de centro correndo de um jeito atrapalhado até minha pessoa.

A dor de cabeça some naquele instante.
Tereza me abraça e é tão bom sentir que alguém se importa,alguém ainda se importa,nos separamos e vejo os olhos dela cheios de lágrimas,mas lobos as substitui por um olhar de reprovação e ela começa a dar tapas.

Tetê: Seu delinqüente!! Nunca mais faça isso comigo.

Mas,isso logo se desfaz e ela volta a me abraçar.

Tetê: Eu estava com tanto medo por você,meu menino não faz mais isso,essa velha já tem um coração fraco...

Ela se afasta e põe a mão no peito,me sinto culpado por ter causado preocupação na mesma.

- Desculpe Tetê,prometo não fazer mais.

Prometo de dedinho,ela bate no meu dedo no ar,e dou gargalhada,ela se vira em direção a mesa de centro.

Tetê: Claro que não vai,não vou deixar você sair de casa.

Dou rizada.

- E esse bolo é para mim?

Falo apontando para aquela gostosura de chocolate na mesa.

Tetê: Claro que não,é para nós três.

Ela bate no sofá e por alguns segundos tinha esquecido do Diogo.

Julguei ele pela aposta,rasguei o dinheiro,defendi ela dele... E no fim ele está aqui do meu lado,ela não.

Diogo: Opa Tête e aquele suco de graviola? Tem como descolar?
Tetê: Descolar? Meu filho o que ele quer diser?

Tête diz me cutucando e de novo dou rizada da sua inocência.

(...)

Hoje retornei a escola,e bem... Foi mais difícil do que pensei,não porque eu não entendo a matéria,alias eu acho é bem mais fácil assimilar a *Guerra dos farrapos* do que olhar para Ana e não poder tocar,abraçar,beijar... Ignorei o olhar dela o dia todo,porque sei que não vou suportar.

Nenhuma garota me causou isso... Nem Patrícia.

Eu sinto falta dela,necessidade dela. Até saudade de estar no Sandy discutindo sobre o sorvete de chocolate...

Lucas sai hoje do hospital... Depois que eu soube que ele tambem tinha apanhado naquela noite eu quis ir no hospital,mas Tereza e Diogo não me deixaram ir,quase não me deixaram ir ao colégio...
Estou preocupado com ele.

Tratei de pagar o Hospital. Tanto a minha conta quanto a Lucas... Depois de saber e tudo e do porque da surra que ele levou,ne responsabilizei pela conta no Tristyn, Diogo disse que não precisava,mas sei que ele não tem onde cair morto,jeito errado de me expressar,porém é a verdade.

Não sei se é certo pagar por eles,mas não consigo pensar em meus amigos devendo agiotas...

Ao abrir a porta da minha casa me deparo com algo que nunca mais tinha visto. Meu pai sentado no sofá lendo o Jornal e minha mãe com uma revista de fofoca.

- O que aconteceu?!
Vivían: Ah,oi querido! Como foi na escola?

Mais estranho ainda.

- Tá tudo bem com você?
Vivían: Claro meu bem e com você?
Jordan: Bom,vou ao escritório,até mais...

Espera,meu pai falou comigo sem gritar? Se bem que não foi comigo né.

- Vivían é sério,tá tudo bem com vocês dois?
Vivian: Melhor impossível.

Ela dá um largo sorriso.

Tem algo estranho aqui e eu vou descobrir.

"Não há a mais remota possibilidade de algo bom acontecer comigo,o universo conspira para isso não aconteça."

Imperfeitos no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora