A blusa de tule com flores de cerejeira e as Crocs marrons

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Notas Iniciais

Voltamos! E voltamos muito felizes às 1 e meia da manhã.
O primeiro capítulo teve uma recepção incrível de vocês e a gente se empenhou para escrever esse segundo. Esperamos que vocês gostem.

*

Bakugou estava puto. PUTO. E não eram nem seis da manhã. O despertador estrategicamente colocado bem longe da cama (em função do número exorbitante desse tipo de aparelhos que o editor já havia quebrado) ressoava de maneira infernal. Ele grunhiu e atirou um dos travesseiros contra o relógio.

Por sua cabeça, as atividades do dia eram repassadas. Tinha que conferir as peças enviadas para o editorial da próxima semana, almoçar com um novo designer, do qual vira umas peças e achado interessante, ainda havia uma reunião para repensar as reportagens da revista, e o novo assistente que insistia em usar aquelas crocs horrorosas. Mas não podia se deixar distrair por aquelas pequenezas. Havia muito o que fazer e todos esperavam muito dele.

Comeu suas amêndoas matinais, misturadas ao iogurte insosso e correu para a academia. Não podia se descuidar com nada. Cada detalhe era importante. Enquanto se exercitava, tentava concentrar-se apenas no metal pesado que saia dos fones de ouvido. Os outros frequentadores da academia já podiam sentir a aura do editor, enquanto corria na esteira.

Irritado com todas as atividades diárias, Bakugou ligou para Midoriya.

- Estou saindo do caralho da academia. Chego em 15 minutos, se a porra do trânsito não estiver infernal.

“Se estiver infernal como esse humor, sou um homem morto”, pensou Midoriya. Essa ligação diária era o suficiente para promover o caos na vida do primeiro assistente, que já estava no escritório desde 6:30, apesar do expediente só começar às 8. E Bakugou tinha ciência disso. Prezava muito por competência, dedicação e só gostava de trabalhar com os melhores, independente dos seus looks (vide Kirishima).

Como o segundo assistente já estava há quase um mês na empresa, não foi nenhuma surpresa quando entrou no escritório e o outro usava crocs marrom e uma blusa de tule transparente com flores de cerejeira. Os mamilos marrom claro eram visíveis e o físico um tanto impressionante. Desviou o olhar. Não entendia aquilo e aquela blusa era tão ridiculamente inapropriada que sequer conseguiu responder o bom dia alegre do outro.

- Bom dia, seu Kacchan! Como que vai o senhor?

Bakugou rosnou em resposta. A roupa inteira que o outro trajava era horrível. Quis gritar, esbravejar, pedir para alguém acabar com aquele look totalmente desapropriado para o trabalho. Mas não conseguiu. Direcionou um olhar para Midoriya, que congelou e entendeu perfeitamente a mensagem: tinha que dar um jeito naquilo.

A porta mal foi fechada, o assistente de cabelos verdes já encontrava-se ao lado do novato.

- Look interessante.

- Você achou? Ouvi dizer que essas camisas são a última moda em Paris.

- Acho que você ouviu um pouco errado… Olha, por que não veste esse casaco? Está um pouco frio…

- Mas aí…

Midoriya cobriu os olhos, empurrando o casaco firmemente para o colega de trabalho

- Faz esse favor por nós dois. Se não por você, por mim. Eu não quero ver o novo assistente sendo engolido vivo por chamar mais atenção do que os modelos que passam por aqui. É um ambiente muito competitivo… Além disso, quando você quiser saber sobre as tendências, pergunta para mim. Transparência é tão anos 90…

- Oh! Obrigado por me avisar, Midoriya! Você é um cara legal!

- É… Eu sou mesmo…
Respondeu o secretário, meio que para si.

O Diabo Não Usa CrocsOnde histórias criam vida. Descubra agora