Os chinelos Crocs, o avental de cupcakes e o cheiro de molho de tomate

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Notas iniciais

Oi gente, desculpa a demora. Nós estamos nos dedicando ao fim da graduação e com isso nosso cronograma está mais devagar. Esse capítulo acabou sendo uma pré do que a gente realmente pretendia e esperamos que vocês gostem!

*

Bakugou estava puto. PUTO. E não eram nem 8 da noite. Havia se vestido como um meliante e deixado o carro bem longe da casa de Eijiro para passar despercebido. Ao passar a pé pela rua, olhou para o poste que socara e xingou internamente até a sua última geração.

O boné incomodava, o casaco preto era largo demais e os óculos escuros, à noite, o impediam de enxergar um palmo à sua frente. Embora estivesse de colete cinza e camisa social por baixo, era necessário o disfarce. Não podia deixar a mínima suspeita sobre seu relacionamento extra-empregatício com o secretário. E bem… Kirishima havia praticamente implorado que fosse até seu apartamento, alegando que precisava de sua presença ali, em um sábado à noite. Esgueirou-se pela portaria, tentando não ser notado pela porteira.

- Boa noite, Seu Bakugou! Pode subir, Seu Kirishima já está te esperando.

O loiro rosnou alguma resposta, ao menos, educada. Tomou o elevador para o quinto andar e finalmente apertou a campainha, liberando um som estridente. Retirou o boné e tentou ajustar o cabelo como pôde, olhando-se no espelho comprido no hall. Virou-se rapidamente quando ouviu a porta sendo aberta, e foi surpreendido pelo ruivo sorridente, usando um avental repleto de desenhos de cupcakes, usando chinelos Crocs, e exalava um cheiro adocicado de molho de tomate.

Kirishima o puxou para dentro do apartamento de maneira tão rápida quanto o coração do editor batia. Ele sentiu-se pressionar contra a porta e a respiração do outro se aproximar. Queria beijá-lo. Muito. Mas o secretário parecia apenas querer provocá-lo. Avançou sobre os lábios do ruivo ferozmente, agarrando-o pela cintura, roçando as bocas e usando a língua como sua maior arma. Se Eijiro o deixava daquela maneira, faria o mesmo com ele. Aproveitou-se do sabor enquanto pôde.

- Bakugou… Eu…

O loiro entreabriu os olhos e exibiu um sorriso orgulhoso durante o beijo, pelo outro não conseguir concluir a frase.

- Você…

Kirishima agarrou suas mãos, tentando se soltar, enquanto o outro começava a saborear a pele do seu pescoço.

- Eu… Eu… Preciso voltar para a cozinha.

O chefe libertou o subordinado de seu abraço, um pouco irritado, contudo, curioso.

- Você cozinhou para mim? Não precisava dessa merda toda...

- Eu pensei que talvez você sentisse falta de uma boa comida caseira, já que praticamente todos os dias você come fora. Surpresa!

- Eu… Hm… O que você fez aí?

- Eu sei que você não come carne vermelha e que sua dieta tem algumas restrições, então eu fiz uma lasanha de berinjela.

Bakugou virou o rosto e sorriu, tentando esconder a satisfação.

“É… Você é perfeito mesmo.”, pensou.

- Fica à vontade. A casa é sua. Estarei na cozinha terminando as coisas e já estarei de volta. Se quiser, pode dar uma volta e olhar a decoração muito bem pensada que fiz para meu apartamento.

Bakugou ainda se recordava de alguma coisa ali. O rádio antigo na estante presente em seus flashbacks, o sofá desconfortável, a mesa pequena e… A poltrona com estampa do Romero Britto?!?!?!

O Diabo Não Usa CrocsOnde histórias criam vida. Descubra agora