Cinema

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Poliana

No sábado a noite, a tia Luiza recebeu um convite do professor Marcelo através de uma ligação para que fossemos assistir um filme no cinema.

Ela estranhou mas deu para notar sua felicidade em seus olhos.

— mas... Eu vou ter que ir e segurar vela pra vocês dois?

— Poliana!

— que foi, tia? É verdade! Vocês vão ficar no maior love e eu vou ficar lá só olhando?

— você vai ficar olhando para o filme! E eu e o Marcelo só estamos reatando nossa amizade.

— ata!

— agora vai se arrumar!

Revirei os olhos indo em direção a escada.

— você costumava ser mais boazinha quando era mais nova! — ele disse bem alto, como se fosse alguma coisa que precisava ser anunciada.

— se chama puberdade, tia Luiza.

— não, se chama falta de vergonha na cara! Sobe logo garota!

Dei uma risada e corri para o quarto.

Talvez o João fosse junto... Ou não. Eu precisava descontrair um pouco mesmo, um cinema ia me fazer bem.

...

Quando chegamos no cinema, avistamos o professor Marcelo logo na entrada.

— boa noite, meninas.

— Oi Marcelo. — tia Luiza respondeu com um sorriso.

— boa noite professor! — também tentei sorrir, mas ele só prestava atenção na minha tia.

Desisti de querer cumprimentá-lo e olhei para o lado, para tentar não ficar mais constrangida.

— Poliana.

Olhei para trás ao ouvi o som da voz do meu quase namoradinho.

— João! Graças a Deus!

— por que "Graças a Deus"? — ele disse em meio a uma risadinha.

— eu já estava achando que ia ter que segurar vela para esses dois sozinha. — cochichei para ele enquanto os dois estavam concentrados em sua conversa.

— relaxa. Se duvidar eles que vão ter que segurar vela pra gente. — ele cochichou de volta no meu ouvido.

Lancei um olhar para ele não falar mais aquilo, e isso fez ele rir mais uma vez.

...

O João deu um jeito para segurar minha mão o filme inteiro.

Ninguém percebia, e ele permaneceu desse jeito até o filme acabar, sempre fazendo carinho com os dedos na minha mão.

O professor Marcelo e a tia Luiza pareciam não ter total liberdade comigo e com o João por perto, então enquanto estavam distraídos, fomos até a praça de alimentação do shopping.

— não sei se eu gosto muito ou se eu odeio muito a gente estar ficando escondido. — o João disse, se sentando em uma das mesas.

joliana vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora