3 • E aí, Dan? Traiu ou não?

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— Você me traiu? – Serena perguntou. O nervosimo era notório pelo tom da sua voz. — Vamos, Dan! Me responda. Você me traiu ou não?

— Serena, eu posso explicar! – Dan logo a respondeu e em um ato quase automático a segurou pelo braço.

— Me solta! Eu não quero saber! – ela retrucou, dando às costas para ele e saindo do apartamento.

A mesma já se encontrava com um sobretudo apoiado no braço e sua bolsa, com seu celular e carregador. Era mais do que o essencial para passar alguns dias longe do apartamento e de Dan.

— B! Me desculpe por mais cedo! – Serena disse aos prantos.

— O que houve, S? – Blair perguntou preocupada. — Onde você está?

— Saindo do meu apartamento, não tenho para onde ir... – ela disse a última parte num som quase inaudível.

— Claro que não, Serena! – Blair a repreendeu. — Venha para o meu apartamento! Estarei te esperando.

•••

— Dorotaaa! – Blair a gritou assim que encerrou a ligação com Serena.

— Sim, senhorita Blair. – Dorota a respondeu, aparecendo na porta de seu quarto.

— Serena está vindo! Ponha mais um lugar à mesa e prepare o quarto dela! – Blair disse rolando o dedo pela sua lista de contatos. — AGORA!

— Sim, senhorita Blair!

— Chuck? Onde você está? Venha para casa, agora! Serena precisa de nós. Não, Chuck, nem eu mesma sei se fizemos as pazes. Mas ela está péssima. Venha para casa e nada de encher o Henry com porcarias da rua. Beijo. Eu tenho que ir!

•••

Serena saiu apressadamente de seu apartamento. Não suportaria encarar a cara de seu marido por mais um mísero segundo se quer.

Ela estava na calçada, aguardando um táxi, quando ouviu uma voz familiar chamando pelo seu nome.

— Serena! – era Nate.

— Oi, Nate! E aí? – ela o respondeu, tentando ao máximo se esquivar do olhar do mesmo.

— O que houve? – ele perguntou, preocupado, assim que pôde perceber algumas lágrimas no rosto dela.

— Dan me traiu. Não, não diga nada. Até é engraçado porque, há um dia atrás, eu disse para você que meu casamento não poderia estar melhor. E eu estava mentindo. Estava tentando enganar a eu mesma. – ela suspirou, entre uma lágrima e outra. — Estou indo para a Blair. Quer vir?

•••

Algumas horas antes

— Dan? O que aconteceu? – Jenny indagou, logo após adentrar a cafeteria.

— Eu não sei. Acho que me drogaram e, eu meio que, possa ter traído a Serena.

— O QUÊ? Dan, isso é coisa séria. Quem pode ter te drogado e com quem você pode ter traído a Serena? – ela perguntou, se sentando em uma banqueta vermelha estofada.

— Jenny, eu não posso explicar agora. Apenas venha me buscar no endereço que irei lhe falar.

— Eu não posso, Dan. O que eu tenho não paga nem uma corrida de casa até à esquina. Me desculpe!

— Ok. – ele disse suspirando. — Darei meu próprio jeito.

•••

Jenny acabou optando por tomar apenas uma água, precisava digerir toda aquela situação. Não poderia imaginar Dan traindo Serena.

Assim que ela acabou de beber sua água, deixou alguns trocados na mesa e se dirigiu para o loft.
Para sua surpresa, quando a porta foi aberta, Jenny pôde ver Dan escorado na porta do banheiro, enquanto conversava com sua mãe.

— Dan, o que faz aqui? – Jenny tentou transparecer calma.

— Estava na área e resolvi dar um "alô" para vocês duas. Aliás, onde você estava? – ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Voltando da minha entrevista de emprego. – ela respondeu, prendendo os longos fios loiros em um coque.

— E como foi? – Alison perguntou, estampando um sorriso no rosto.

— Péssima. Acabei me atrasando e perdi a entrevista. Eles não toleram atrasos. Ainda escutei da secretária mal encarada que se eu queria a vaga, outras quinhentas mil pessoas também, e eles acabariam encontrando alguém melhor e pontual. – Jenny respondeu, jogando sua bolsa no sofá e indo de encontro a Dan e sua mãe.

— Eu sinto muito, filha. Tenho certeza que foram eles que acabaram perdendo uma excelente profissional.

— É, eu também. – ela disse suspirando.

— Jenny? – Dan a chamou. — Podemos conversar?

— Por que não? – ela respondeu o encarando sugestivamente.

•••

— Dan! Onde você foi se meter? – ela questionou, se controlando para não gritar e esquartejar o irmão ali mesmo. — Se drogar e ainda por cima trair a Serena? O que você tem na cabeça?

— Primeiro, até você se meteu com drogas, segundo... – Jenny o cortou, antes mesmo que ele pudesse continuar.

— Eu apenas vendia, mas nunca cheguei a usar. Sem contar que são situações totalmente diferentes. Não tente mudar o rumo dessa conversa, Dan!

— Se você me deixar, eu posso explicar. – ele respondeu, já perdendo a paciência. — Bom, eu estava indo para uma viagem, para aprimorar o meu trabalho. Antes de pegar o trem, eu fui até o banheiro. Quando saí da cabine, alguns caras me abordaram e eu apaguei na hora. Só me lembro de horas depois estar me relacionando com uma mulher.

— Que mulher, Dan? – Jenny perguntara, arqueando as sobrancelhas.

— Sério que você só prestou atenção nisso? Eu poderia ter morrido na mão desses caras, Jenny.

— Anda, Dan! Não fuja do assunto! Que mulher?

— Rachel.

•••

Após Dan ter contado tudo à Jenny, ele seguiu até o apartamento em que morava com Serena. Estava rezando para que a mesma não estivesse em casa para não ter que inventar alguma desculpa, mas para sua infelicidade, assim que ele adentrou o apartamento, Serena estava bem à sua frente, sentada em uma das cadeiras que compunham o conjunto da mesa redonda de jantar. Em sua frente estava seu notebook e seu semblante era sério.

— Oi, linda! – ele disse assim que entrou.

— Então é verdade, Dan? – ela questionou, fechando o notebook.

— O quê? – ele perguntou fechando a porta. Seu semblante já era outro.

— Você me traiu? Vamos, Dan! Me responda. Você me traiu ou não?

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