Capítulo 8

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O caminho pareceu chato de início. Os dois não trocaram palavra alguma, desde que saíram. Algumas pessoas passavam, e Katsuo as cumprimentava de forma gentil e ativa.

- Eles parecem ter admirar.- Maiko decide por fim àquele silêncio.

- Não sei se é isso.- Ele coça a cabeça um tanto sem graça.

- Como conseguiu ser líder, ainda tão novo?- A curiosidade não podia ser detida por mais tempo.

- Meu avô era o antigo líder. Sem herdeiros, ele decidiu passar o posto para mim. Eu tinha 16 anos, alguns não gostaram da ideia de terem uma pessoa mais jovem, em um posto tão importante. Mas, passaram a se acostumar.- Ele diz com certa tristeza.

- E quantos anos você tem agora?

- 18.- Katsuo abre um enorme sorriso.- Não faz muito tempo.- Maiko ri com a resposta.- O que foi?

- Nada.- Ela se recompõe, ainda com um sorriso no rosto.- Só estou impressionada, com a maneira que lida com as coisas.

- Isso não é nada. Sei que tenho muito o que aprender, ainda estou errando em muitas coisas.- Ele fica cabisbaixo, porém determinado.

- Tenho certeza de que vai se sair bem.- Maiko o vê abrir o lindo sorriso novamente. Ela se lembra de um detalhe.- Você disse que foi criado por seus avós?

- Sim. Não conheci meus pais, minha avó disse que eles morreram em um ataque que ocorreu aqui a muitos anos.- Katsuo fica triste novamente.- Mas, não gosto muito de falar sobre isso.

- Entendo. Me desculpe.- Maiko fica sem graça com a situação.

- Sem problemas.- Katsuo coça a cabeça. Quando se deparou, já estavam nos limites da cidade. Maiko pôde ver um lindo campo, repleto de rosas.

- Que lugar lindo.- Maiko fecha os olhos para sentir a brisa em seu rosto.

- É mesmo.- Ele a fita, admirando cada centímetro de seu delicado rosto. Depois, volta seu olhar para o campo.- Gosto de ficar aqui - ele também fecha os olhos.- Me trás paz.

- Sim.- Ela abre os olhos, e foi a vez dela se admirar o rosto do homem ao seu lado. Tão jovem, e já havia passado por tantas coisas. Ele abre os olhos, e Maiko vira o rosto vermelho para o outro lado.

- Que foi? - Ele pergunta confuso.

- Nada.- Maiko põe a mão no canto do rosto. Katsuo se lembra de uma coisa.

- Pensei em falar com o seu cunhado. Para saber se ele pode me ajudar, com relação ao treino do meu povo. Ele e você.- Maiko fica em dúvida quanto a uma parte e surpresa com a outra.

- Meu cunhado? - A pergunta sai sem ela perceber. Quando Maiko vê a expressão de dúvida de Katsuo, ela se lembra.- Ó sim. Acredito que ele aceitará. E agradeço pela consideração, apesar de que minhas habilidades não são tão boas assim.

- Como? Você foi incrível.- Maiko se assusta com o elogio.- Nenhuma garota que já conheci tinha as suas habilidades. Pensando bem, eu não converso com muita gente.- Ele coça o lado da bochecha.- De qualquer forma, fixo feliz em saber que terei ajuda.

.........•°•..........

- Obrigada pelo passeio.- Katsuo e Maiko estavam de frente para a cabana dos dois.- Até mais tarde.

- Disponha.- Ele se curva, levemente para não tirar os olhos dela.- Até mais tarde.

Maiko vê o homem ir embora, quando ela se vira para entrar. Vê a simples cortina de pano de fechar rapidamente. Alguém estava espiando. Maiko suspira e entra.

- Então, como foi? - Sasuke surge na entrada para o corredor dos quartos. Enquanto, Sarada e Takato fingiram estar ocupados com algo, Sarada sentada desajeitada em uma cadeira e Takato olhando para a parede.

- Ele quer nossa ajuda para treinar as pessoas da vila.- A jovem serra os olhos na direção dos gêmeos. Mas, volta seu olhar para Sasuke.- As invasões que estão acontecendo no extremo oposto, estão causando uma espécie de desequilíbrio no ecossistema deste lugar. A floresta nos limites da cidade, está doente. Em um estado de quase morte.

- Se conseguirmos um acordo com o rapaz - fracassando ao tentar lembrar o nome do líder, Sasuke prossegue.- Muito tempo nos detalhes poupado.- Sasuke sentiu a presença de alguém. Saindo correndo rumo a porta, ele pode ver um homem se esgueirar e sumir por entre as árvores.

- O que foi? - Sarada sussurra.

- Estavam nos observando.- Sasuke se volta para a sala.- Esse tal de Hideki, tem espiões aqui. Takato e Sarada, será função de vocês descobrir quem é esta pessoa.

- Certo.- Os dois respondem em coro.

............•°•............

Era uma povo animado, de fato. Não havia qualquer resquício das lembranças criadas naquela tarde. Todos se divertiam, riam, dançavam e comiam. Takato se farta com as delícias oferecidas. Sarada foi arrastada para dançar, junto com as garotas de sua ideia de adolescentes mais velhas. Todos riam. Houve um momento de silêncio, quando Katsuo chegou, pendurada em seu braço estava uma senhora. Maiko cutuca Sasuke, que balança a cabeça dizendo que entendeu o recado. Era a mulher dos sonhos de Maiko.

- Voltem a se divertir. Não liguem para mim.- A senhora diz Alegre e todos gritam. Logo, a festa é retomada. A senhora se senta ao lado dos convidados.- Então, esses são nossos salvadores. Sou Akemi, avó de Katsuo. Agradeço a vocês pelo feito heróico de hoje.

- Não a de que.- Maiko responde prestativa. A festa continuou, agora mais animada ainda, já que a líder estava presente.

Longe dali...

Hideki estava sofrendo de uma forte dor de cabeça, sua mente estava em um violento bombardeio com flashs de imagens, sons de risadas e uma música alta. Pessoas rindo, outras girando de um lado para o outro, outras bebendo. O homem se retorcia de dor, até que uma voz se junta ao barulho extremo já presente em sua mente.

- É aquele ali.- A voz sussurra como se estivesse a dois centímetros da orelha de Hideki, o que faz o homem se virar bruscamente.- É aquele ali.- O flash do rosto do rapaz invade novamente a mente de Hideki novamente, fazendo sua cabeça doer mais ainda.- Ele te dará o que quer. Ele é o caminho para o prêmio final... O poder.- A voz se desloca do ouvido esquerdo para o direito, em questão de segundos. Hideki se levanta, olhando para a porta de saída.

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