A União

Capítulo 17 - Flachback IV

Sasuke caminha rumo a casa de Akemi, onde encontraria Yome. Desde a morte da senhora, ela não foi mais vista pela cidade, e segundo os relatos de Katsuo ela estava distante se preocupando apenas com um pedaço de papel, que sempre carregava consigo escrevendo uma coisa ou outra. Sasuke bate a porta, mas não obtêm resposta. Se aproximando mais um pouco ele pode ouvir alguns múrmurios, e decide abrir a porta, mas antes de entrar ele verifica ao seu redor. Ele não estava lá, então Sasuke entrou.

- Eles não precisam mais de mim.- Yome se encontrava no centro da sala sentada no chão e abraçada as pernas, se balançando para frente e para trás, de uma forma demente e assustadora. Grande parte da casa estava escura, com exceção de alguns papéis no chão que estavam sendo iluminados pela janela. Quando de repente, Sasuke sente a presença do homem se aproximar.- Eu não o quero aqui, mande-o embora. Mande-o embora.- Ela não desviou o olhar, mas Sasuke sabia que ela estava se referindo a ele. 

Ele usa uma técnica para se camuflar em meio a escuridão, deixando sua presença completamente despercebida. Na posição que Sasuke estava, ele ficava de frente para um espelho, quando o homem entrou ele se deparou com dois glóbulos vermelhos em um velho espelho pregado na parede. Então...

ILUSION:

Yome estava voltando para a casa de Katsuo, para que pudesse cuidar da avô do rapaz. Ela havia saído para pegar algumas frutas. Ela as põe sobre a mesa da pequena cozinha, começa a lavá-las, porém foi interrompida com a aparição inesperada de um homem.

- O chefe quer notícias sobre as coisas por aqui- Ele diz calmamente, enquanto pega uma pêra sobre a mesa e a morde.

- Quanto aos treinamentos não sei falar muita coisa, não quis dar na vista, já que sou parte da parcela da cidade que não participa dos treinamentos.- Ela continua lavando as frutas.

- E quanto ao garoto?- Ele dá outra generosa mordida na pêra.

- Ele está na cabana do forasteiro, ele está lá.- Yome diz por fim.

- Estão bem próximos, não é mesmo?

- Pelo visto sim, mas ele não faz nenhum comentário sobre eles aqui. Quando toco no assunto, ele logo fala de outra coisa.- Yome seca as mãos, finalmente olhando para o homem.

- Onde fica a esta cabana?

- A quatro casas daqui, é a mais afastada.- Ela diz friamente.

- Está bem.- Ele diz e some, deixando a pêra cair no chão. Chegando próximo a casa, ele sente um leve mal estar no estômago, mas que logo passou. Mantendo uma distância segura da casa, ele puxou seu arco das costas e o deixou a postos, caso precisasse acabar com algum intrometido.

- Como assim, ela matou minha avó?- Era a voz de Katsuo, completamente indignado.- Vou acabar com ela agora.- O som de cadeira sendo empurrada violentemente para trás, faz com que o homem aperte o arco que estava em suas mãos.

- Espere.- Outra voz masculina é escutada.- Você não fará nada de cabeça quente. Se ela fez isso, deve pagar é claro, mas antes temos que fazer perguntas a ela.

- Perguntas?! Não tenho tempo para perguntas, quero que a justiça seja feita o quanto antes.- Katsuo não parecia estar disposto a negociações.

- Mas, eu tenho e quero fazer perguntas. Temos um inimigo maior em comum.- Sasuke permanece sentado e dizendo com voz calma tudo que vem a sua mente.- Sei que está sendo difícil para você. E pensei em uma maneira para que todos saibam da verdade e te apoiem em sua decisão.- Katsuo começa a prestar atenção.

- Como?- Ele volta a se sentar.

- Hoje a tarde, você fará um pronunciado. Quando todos estiverem no local, você a anunciará como culpada. Em uma espécie de julgamento ao ar livre, só que com a sentença já decretada.- Sasuke respira fundo.- Quando isso acabar, você desce e quanto ao resto, pode deixar comigo.

- Ok.- Katsuo diz por fim.

- Então, este será o último dia dela nesta terra.- O homem abre um sorriso macabro, no canto de sua boca.

Os planos seguiram conforme o planejado, e o homem esperou pacientemente para que pudesse se por em posição estratégica, no ângulo perfeito para poder acabar com a espiã.

Katsuo anunciou o discurso, porém quase ninguém veio. A maioria estava treinando, e não queriam perder este tempo valioso. A espiã também veio, e ele pode perceber a aproximação sutil de dois jovens, para perto de Yome. Assim, ele sobe em uma árvore, ajeitando seu arco com a flecha e agora ele irá esperar pelo momento certo.

- Espertos.- Ele admite em seu interior. Katsuo surge, dando início ao seu discurso.

- Como sabem a minha avó faleceu a alguns dias.- Ele segura as lágrimas.

- Que patético, vamos logo.- O homem diz impaciente.

- E até onde todos sabem, ela morreu por causas naturais. Bem, era o que eu pensava também.- O homem percebe que Yome tenta sair dali, mas foi segurada pela mulher ao seu lado. A pequena multidão que estava a sua frente se abre em um corredor.- E lhes apresento a culpada deste crime. A mulher que acompanhou a minha avó nestes últimos três anos, e minha avó mal sabia que estava sendo envenenada aos poucos. Agora lhes pergunto, o porquê de tudo isso?

- Eu estava seguindo ordens.- Ela se debate.

- Opa! Esta é a minha deixa.- O homem puxa a flecha no arco.- Ordens! Se não fizesse isso, eles iriam matar o meu filho.- Ele a solta.- Por favor...- E a flecha atinge em cheio o coração de Yome, que cai no chão. As pessoas começaram a correr desesperadas.

- Trabalho concluído.- Ele se vira e some por entre as árvores. Chegando ao castelo ele comunica ao rei sobre o feito de sua missão, fazendo Hideki preparar suas tropas para o ataque.

THE TRUTH:

O homem paralisou de frente ao espelho, e Yome sentada no chão pouco se importou com havia acontecido com ele. 

- O que houve?- Sasuke se abaixa perto dela. Seu rosto estava arranhado, e algumas coisas da casa estavam bagunçadas.

- Não precisam mais de mim.- Ela sussurra e continua se balançando.- Mataram o meu filho.- Ela começa a chorar.- Mataram todos que eu amava.

CONTINUA...