A União

Capítulo 15 - Flashback II

- Hideki nem sempre foi assim...

- Ele era cruel somente nos campos de batalha e não o tempo todo.- Hyato interrompe a esposa, e quando vê a expressão de reprovação dela, se cala no mesmo instante.

- Continuando.- Yume respira profundamente.- Como meu querido esposo disse, ele só era cruel em batalha, e isso é verdade. Mas, por ser assim na dominação de outros povos, Hideki acabou por acumular muitos inimigos.- Yume passa a mão sobre a superfície atrás de si, onde surge imagens do que ela acabou de dizer.- E um deles era seu avô.- E assim surge a imagem de Hyato também, Katsuo entendeu que seria assim até o fim da história.- Por ser o mais forte, Hyato foi nomeado o líder dos rebeldes, dano a ideia de contra ataque a Hideki. Com a mesma impiedade que com que foram atacados. E assim foi feito.

Eles atacaram o castelo de Hideki impiedosamente, onde os dois lados perderam. O lado de Hyato perdeu a batalha e muitos homens, enquanto lado de Hideki perdeu todos que ele mais amava.

Depois, deste ocorrido todos os rebeldes, com seu sentimento de vingança parcialmente saciado, decidiram seguir suas vidas. Mas, Hideki não iria deixar que eles seguissem com suas vidas, após terem destruído a sua. Ele foi tomado pelo ódio, e entrou em uma frenética caçada. De dez mil rebeldes que atacaram o castelo, sobraram apenas cem, dentre eles meu marido. E estes cem, foram caçados incansavelmente por Hideki. 

Hyato não sabia deste fato, conseguindo viver por muitos anos tranquilamente. Nos conhecemos, nos casamos e tivemos uma linda filha.- Yume e Hyato sorriem um para o outro, mas este sorriso logo some, quando se lembram do resto da história.- Mal sabíamos, que Hideki também estava a par dos acontecimentos de nossas vidas. Ele espreitou por anos a nossa vida, esperando o momento de maior alegria de nossa família, para executar seus planos. 

No dia da comemoração do nascimento de nossa filha, Hideki ataca o castelo. Foi uma batalha difícil, mas o sacrifício do meu marido e o meu sacrifício, proporcionaram a nossa filha mais alguns anos de vida. E ela os viveu de forma intensa, se apaixonando, se casando e tendo você.- Yume sorri de forma triste.- Mas, ele ainda não estava satisfeito, pois ele queria acabar com todo o legado de seu inimigo.

Hideki havia eliminado noventa e nove de seus inimigos, faltava mais uma.- Katsuo se surpreende com a declaração.- Sim, havia uma mulher no meio dos rebeldes. Imina era seu nome, uma pobre mulher que teve seu marido e filhos mortos em um dos ataques de Hideki. Sua mente ficou devastada, e ela enlouqueceu. Quando foi a invasão ao castelo de Hideki, ela matou a esposa dele e raptou a filha do homem.

Sabendo desse fato, Hideki achou um jeito de controlar a mente da  mulher, que acabou se incendiando em uma dos cômodos do castelo. Minha filha saiu desesperada do lugar, para proteger você, que era apenas um recém-nascido indefeso. Infelizmente, minha barreira não protege o castelo contra homens comuns e criaturas. Naquela noite, todos sofreram.  A última inimiga foi derrotada, a linhagem de Hyato encerrada, mas sua vida havia sido salva.

Deste ponto em diante você sabe o que aconteceu, mas - a imagem de uma mulher de cabelos rosas surge na superfície.- Esta família foi envolvida na nossa história. Esta mulher tem três filhos para criar, e mais novo nem sequer ouviu a voz da mãe, e isto me parte o coração.- A imagem do bebê aparece.- O marido dela, esta obstinado no caminho para salvar a esposa.- A imagem de Sasuke surge logo depois.- Você precisa salvar esta família, e com isso irá nos salvar.

- Não sei se consigo. É muita coisa para que eu possa assimilar em tão pouco tempo.- Katsuo aperta seus cabelos.

- Claro que vai conseguir, você é um de nós. Você é um Otsutsuki.- Hyato caminha na direção do neto. Yume começa a chorar.- Precisamos contar tudo a ele, querida.

- O que ainda falta nesta história?- Katsuo olha para a avó.

- Quando a mulher que esta com o poder de Harumi for posta no lago - ela suspira.- Sua mãe irá morrer.- Katsuo sente seu coração diminuir.

- M-mas, por quê?- Ele sente as lágrimas vindo.

- É assim que funciona, uma vida por outra vida.- Harumi surge atrás de Katsuo.

- Pare de assustá-lo, mãe. Coitado do meu filho.- Katsuo se vira repentinamente. 

- Precisavámos contar para ele.- Hyato volta para o lado da esposa.- Agora vamos, eles precisam de um tempo a sós.

- Está bem.- Yume vai em direção ao neto e o abraça.- Seja um bom rapaz, e eu acredito em você.- Ela desfaz o abraço e o olha.- Ok?

- Ok.- Katsuo tentar parecer confiante. É a vez de Hyato, que era um homem duro para demonstrar sentimentos, mas mesmo desajeitado deu um forte abraço no neto.

- Seja um bom guerreiro e proeteja nosso povo.- Hyato o larga.

- Pode deixar comigo.- Katsuo se lembra.- Obrigado pelo amor de vocês. E eu prometo, que irei consertar tudo o que estiver ao meu alcance.- Yume sorri junto com Hyato.

- Sabemos que irá conseguir.- Os dois dizem em coro e somem. Então, Harumi o abraça. Não podendo mais conter, Katuso chora e muito. Harumi já estava aos prantos. Os dois ficaram assim por longos minutos, aproveitando o abraço e sofrendo com o silêncio, que hora ou outra era cortado por fungadas de nariz.

- Como você cresceu.- Harumi desvencilha o abraço e analisa o filho, já adulto.- Aquela moça cuidou muito bem de você, pelo que posso perceber.

- Sim, ela cuidou.- Katsuo limpa os olhos.- Por que você não pode ficar? Por quê?

- O meu filho, eu sinto muito. Mas, não posso fazer outras pessoas sofrerem.- Harumi alisa os cabelos do filho.- Sente-se, preciso te contar uma coisa que sua avó se esqueceu.- Ele obedece e Harumi se senta ao seu lado, criando a frente dos dois uma paisagem, onde os dois fitavam a linha do horizonte do oceano.

- É lindo.- Katsuo diz maravilhado.

- É mesmo.- Harumi ri.- Antes de te dizer alguma coisa, seu pai precisa estar presente.- Akihiko surge atrá dos dois. Ele parecia confuso, olhando de um lado par ao outro sem saber onde estava.

- Seja...

- Harumi.- Ele corre para a mulher, e a abraça forte.