Dúvidas e Inseguranças

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(Ainda aprendendo a usar o Site :D) 

Espero que gostem do cap, foi escrito com muito carinho e editado com atenção ;) 






Dezesseis anos depois...



O sol brilha no céu de Ravenna. O clima está agradável e a brisa que sopra pela cidade é refrescante, o que já é esperado para tal estação.

Muitos andava pelas ruas da cidade, principalmente pela rua do comércio, onde a obra do novo templo da cidade está um pouco adiantada, sendo do agrado de todos tal obra, pois a maioria concordava que estava mais do que na hora de uma nova morada aos deuses entre eles.

No castelo dos Harunos, no pequeno jardim onde grandes árvores com flores coloridas e que também enfeitam o chão, como também plantas silvestres se encontram, sentada em um dos bancos feitos de pedra, ali está a rainha Mebuki, com um olhar pensativo e uma expressão triste em seu rosto. Seus pensamentos estão longe, indo a alguns anos atrás, quando sua filha... Sua pequena flor ainda estava em seus braços.

Mesmo depois de anos ela ainda podia sentir tal sensação com clareza, a sensação de tê-la perto, em seus braços. Seu coração se aperta ao lembrar de sua doce filha, de como, mesmo ainda pequena, já esbanjava beleza e bondade. Seus olhos se enchem de lágrimas ao lembrar-se do dia que teve que entregá-la para a sacerdotisa... Sabia de sua promessa com o deus Dís e jamais pensaria em voltar atrás nela, mas isso não significava que não sentiria aquela dor toda vez que se lembrar do dia que a levaram para longe, a dor da saudade que sentiria toda vez que olhasse para uma das várias árvores de cerejeira.

_ Meu amor...

A voz de seu marido e rei, e o toque de sua mão em seu ombro a fez despertar de seus pensamentos, levando as mãos ao rosto e limpando as lágrimas que haviam escorrido de seus olhos.

_ Eu te chamei e você não me respondeu

_ P-peço perdão meu marido - ela sorri para ele gentilmente, vendo ele se sentar ao seu lado.

A expressão no rosto de sua amada fez Kizashi se entristecer. Sabia o motivo de seu sofrimento e não podia negar que também o sentia, mas, mesmo sendo rei e querendo usar de seu título para fazer algo, nesta situação, nada poderia ser feito.

_ Pensando nela novamente?

_ Sakura... O nome dela é Sakura Haruno, sua filha, Kizashi - a rainha fala seriamente o encarando.

_ Eu sei, não estou de forma alguma desprezando sua existência ou nada parecido... É que... É mais fácil para mim lidar com isso

_ Pra mim não é! - ela responde em tom seco.

_ Deveria ser... Já faz mais de dez anos...

_ Sim, faz treze anos que a nossa filha foi levada para o templo... Treze anos que sofro com a sua ausência, dia após dia - disse ela o encarando - E ainda tem o trono de Ravenna...

_ Como assim? O que tem isso? - Kizashi franze o cenho confuso.

_ Eu achei que... Quando eu entregasse Sakura ao templo, não tardaria pra que eu concebesse um filho novamente - ela responde desviando seu olhar e suspira tristemente - Mas cá estou eu, sofrendo pela filha dada aos deuses em cumprimento a uma promessa... E você ainda sem herdeiros.

Kizashi desvia o olhar pensativo, mas logo volta a encará-la.

_ Por que ainda pensa nisso?

_ E você não pensa? Ou acha que viverá para sempre nesta terra? - Mebuki o encara novamente, de uma forma séria - Sou grata aos deuses por terem tirado de mim a vergonha de ser seca e de ter nos dado a Sakura, mas... Pra que? Ela não subirá ao trono como rainha... às vezes penso que eles têm um plano maior para nós, mas...

_ Você não pode pensar assim - Kizashi fala seriamente, assim como ela - Um reino, principalmente Ravenna, é erguido e se mantém de pé através da força e da fé... São esses os dois pilares que mantém esse reino... de quem você acha que vem isso? Do povo? Não! Vem de nós Mebuki, de nós dois, do rei e da rainha e quanto há dúvidas em um de nós, forma-se uma rachadura nesses pilares...

Mebuki o encara em silêncio por alguns instantes.

_ Você deveria ter uma segunda esposa - disse ela sem expressão alguma no rosto.

_ O que?!! - Kizashi arregala os olhos bruscamente.

_ Você deveria... A lei dos Laboris permite uma segunda esposa quando a primeira não for capaz de gerar herdeiros...

_ Nós não somos Laborianos!! Não nascemos por debaixo do sol e não cultuamos seus deuses da areia!! - Kizashi diz segurando a raiva que sente ao ouvir aquelas palavras de sua esposa - como ousa pensar desta maneira?!! Como ousa abandonar os nossos - ela o interrompe.

_ Como ousa você ser tão hipócrita?! - ela se levanta do banco sem deixar de encará-lo - Achas que não te conheço, Kizashi? Nós dois sabemos muito bem que suas palavras de agora são tão vazias como os lagos secos do Norte! Eu sei o que vi em seus olhos no momento que te contei que estava grávida, no momento em que te revelei minha promessa aos deuses, EU SEI O QUE VI!... Em seus olhos... A decepção e a raiva de ter que entregar sua única filha para os deuses, ficando sem herdeiros... Você diz que a minha falta de fé causará rachaduras nos pilares, mas a sua falta de fé e a raiva que já carrega pelos deuses já os destruiu!!!

O vento fresco sopra ali, fazendo as folhas se sacudirem e trazendo um silêncio incômodo entre os eles, que se olham com intensidade.

Lentamente Kizashi se levanta do banco, ficando de frente para sua esposa e rainha, a encarando de forma séria, enquanto dentro de si seus sentimentos eram acorrentados mais uma vez, sendo impedidos de se revelarem.

_ O novo templo está quase finalizado, mas o antigo ainda funciona - ele quebrou o silêncio ali - Vá até lá e faça oferendas aos deuses e peça perdão por seus pensamentos infames... É uma ordem do seu rei...

Ele dá as costas para ela e sai do jardim.

Mebuki fecha suas mãos em punho e trinca os dentes com força, tentando controlar a raiva que sentia. Ela olha para as flores nas árvores e pensa em sua filha e suspira profundamente, sentindo a tristeza lhe invadir novamente.

The Love Between Opposing WorldsOnde histórias criam vida. Descubra agora