Valentina encontrou a oportunidade perfeita de ir embora da sua cidade no Brasil para viver seu desejo de estudar Direito e crescer profissionalmente, mais do que isso, era a chance perfeita de se livrar de conflitos do passado que marcaram sua vida...
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Eu não sou elas - Uma noite atrás.
- Sério mesmo que preciso ficar dentro do guarda-roupa? – perguntei enquanto ele me empurrava em direção ao grande móvel. Ele parou subitamente e me virou para si.
- Não, na real não precisa, mas a vingança é um prato que se come deliciosamente quentinho e com gosto de lasanha. – Revirei meus olhos e retirei suas mãos de meus ombros.
- Então eu não vou entrar lá, vou para o meu quarto, Bryan não vai entrar lá. – Ele balançou a cabeça e o indicador em modo de negação.
- Ahá, aí que você se engana, ele não vai entrar no meu quarto, vai achar que tem alguma mulher aqui comigo. – O olhei confusa enquanto ele se virava e caminhava em direção a porta, a fechando logo em seguida.
Sentei sobre a cama macia de Theóphiles caindo de costas sobre ela e encarando o teto. Toquei meus lábios lembrando do quase beijo, sua boca carnuda e rosada, seu hálito quente e suas mãos segurando as minhas invadem minha mente. Dou um pulo da cama quando me toco no que estou imaginando e onde estou imaginando isso.
- Ah Valentina, toma vergonha na cara – disse batendo na minha cabeça e andando em direção a porta, encostei o ouvido nela quando ouvi a voz de Bryan do outro lado.
'' – O que faz aqui Bryan?
- Mãe e pai estão perguntando porque não tem voltado para casa ultimamente! – meu coração perdeu uma batida quando escuto a voz suave de Bryan.
- Estava resolvendo algumas coisas aqui, amanhã eu vou pra lá – a voz grossa de Theóphiles ecoou pela sala.
- Eles queriam que te entregasse isso. Tem alguém com você aqui? – Theóphiles começou a tossir freneticamente e negando – Achei ter escutado uma risada feminina antes.
- Hum, não, não tem ninguém aqui – houve uma pausa – mas se tivesse não era da sua conta. Agora pode ir, se já falou o que tinha pra falar.
- Já passou da fase de fazer seu apê de motel, Theóphiles. Quantas vezes já cheguei aqui e você estava de amassos no sofá com alguém? Que nem sabia o nome ainda por cima.
- Se já terminou, pode ir embora ''
Me sentei na cadeira do computador relembrando as palavras de Bryan sobre Theóphiles trazer mulheres para cá, o ódio tomou conta de mim - e eu achando que eu era especial. Dei um salto quando ele apareceu na porta passando as mãos pelo cabelo e se sentou sobre a cama de frente para mim.
- É, ele já foi – um silêncio desconfortável se instaurou sobre o ambiente.
- Estou atrapalhando seu motel morando aqui? – me surpreendi quando as palavras saíram da minha boca. – Ou sou mais uma das muitas que você agarra no sofá?
