Valentina encontrou a oportunidade perfeita de ir embora da sua cidade no Brasil para viver seu desejo de estudar Direito e crescer profissionalmente, mais do que isso, era a chance perfeita de se livrar de conflitos do passado que marcaram sua vida...
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Você dormiu aqui? – Noite passada
- O que está fazendo aqui Theóphiles? – Perguntei trancando a porta.
Ele me olhou de cima embaixo e só aí percebi que tinha tirado o moletom e estava de camisola. Passei por ele apressada indo até o closet pegar um sobretudo. Voltei no mesmo pé em que fui e percebei que ele ainda estava parado na porta me olhando.
- Estava preocupado com você – ele passou as mãos pelos cabelos negros e deslizou o dedo sobre a mesinha do corredor.
- Mas isso é motivo de vir aqui no meio da noite? – ele levantou seu olhar, seus olhos castanhos parecem que vão arrancar um pedaço de mim.
- Não...sim...não sei – retirou a jaqueta a jogando no sofá – Desculpa, mas você também não colaborou nem ontem e nem hoje, quando falava com você no telefone parecia que um ET tinha te abduzido.
- Cara eu estou bem, não precisava sair de casa para vir aqui – ele me olhou surpreso e sorriu maliciosamente - Quer algo para beber? - O chamei para vir sentar na pequena sala e caminhei até a cozinha.
- Quem disse que vim de casa? Você não é tão importante assim – Apareci na porta e revirei os olhos. – Quero água com gás.
Retornei à sala com um copo de água normal e uma xícara de chá. Ele se acomodou na cadeira ao lado do sofá como se estivesse em casa e ri em pensamento.
- Achei que tivesse pedido água com gás – disse provando e fazendo cara séria.
- E eu achei que já tivesse ido embora – o olhei sem muita paciência, queria pelo menos deitar, mesmo que não conseguisse dormir – Acho que ambos achamos errado, não é mesmo?
Ele sorri, um sorriso sincero. Dou uma risada rouca e me acomodo no sofá, deitando nele todo.
- Ela está nervosinha - falou sarcástico. O ignorei de propósito.
- Me conta o que aconteceu ontem, não lembro de muita coisa – pedi calmamente. – Resuma se possível, não gosto de histórias longas. - Agora ele que revira os olhos, mas não contesta.
- Basicamente, eu cheguei no pub ontem e não vi Bryan, acho que ele estava lá dentro resolvendo algo, olhei para a figura deitada sobre o balcão e vi que era você, quando cheguei perto, para te chamar, vi que estava suando e tremendo – o olhei atentamente, ele gesticulava com calma e parecia organizar os pensamentos em sua frente.
Ele parou me olhando, balancei as mãos em sinal de continuidade. Ele sorriu triste.
- Te sacudi, parecia que estava tendo pesadelo. Você acordou distante e com olhar de medo, então me agarrou e começou a chorar de verdade. – Ele olhou para o lado e pensou no que falar – fiquei meio com medo de Bryan chegar então pedi que se acalmasse e tentei te consolar.
- Ah disso eu lembro, foi aí que te reconheci, porque levantei minha cabeça para te ver – ele concordou.
- Mas de repente você desmaiou, e eu entrei em pânico - eu ri da careta que ele fez - Você estava igual a bela adormecida e para melhorar eu escutei a voz do meu irmão.
