Capítulo Doze

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Coração traiçoeiro – 12 horas atrás

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Coração traiçoeiro – 12 horas atrás.

- Por que está tão quieta Valentina? – Acordei do meu devaneio e olhei para Bryan sentado no banco do motorista. Verifiquei o relógio e vi que era 23:00 horas. O jantar com ele tinha demorado mais do que imaginei.

- Só pensando... – Ele me encarou confuso – Ah, além disso amei brincar com as crianças, elas são uns amores.

- Eu sei, foi por isso que me apaixonei por esse trabalho voluntário. – Assenti com a cabeça, ter contato com aquelas crianças foi ótimo, porém minha cabeça ainda estava concentrada no que eu tinha presenciado. Virei meu rosto para a estrada deserta e deixei-me  viajar em teorias.

- V, chegamos a sua casa. - Senti Bryan me balançando e tirando meu cinto.

- Ah, peguei no sono. Desculpa – Ele balançou a cabeça e virei meu olhar para janela avistando meu antigo apartamento. Tinha me esquecido que agora estava morando com Theóphiles, além do mais Bryan não fazia a mínima ideia sobre isso. – Obrigada B, por ter me trazido e pelo jantar. 

Ele acenou com a cabeça. Saí do carro rapidamente atravessando a rua, acenei para ele ir e o observei  virar a esquina.

- Droga, Droga, Droga. – Bati com o pé no chão e soquei minha cabeça. – Agora você vai ter que andar muito até a casa de Theóphiles sua idiota, não tem mais ônibus rodando.

Peguei minha bolsa do chão e comecei a caminhar. Senti a neve começar a cair fortemente sobre meus ombros e encharcando meus cabelos.

- Isso vai demorar pelo menos uns 50 minutos até a casa dele. Então se eu apertar o passo consigo chegar em 40 minutos. Okay, vamos lá. – Disse falando para mim enquanto contei nos dedos os minutos. Um casal passou por mim me encarando – Ótimo, agora acham que eu sou maluca por falar sozinha no meio da noite.

Apertei o casaco e arrumei o cachecol que achei perdido na bolsa. Depois de caminhar por um bom tempo para um pouco para descansar, sentei em um banco numa praça iluminada apenas pelas luzes do poste. Conferi o tempo no relógio ao alto de uma igreja e vi que faltavam apenas 20 minutos até lá. Tentei me animar com isso apesar de minhas coxas estarem com câimbra por causa do frio. Quinze minutos mais tarde parei diante do apartamento de Theóphiles sentindo minhas pernas fracas, o frio estava demais e não aguentava andar nem um passo a mais. Senti meu celular vibrar no bolso do casaco, o peguei com minhas mãos roxas.

- Sim? – disse fraca me encostando no portão de ferro.

- Onde você está Valentina? Já viu a hora e o frio que está fazendo? – Escutei a voz de Theóphiles do outro lado da linha.

- Hãã? Estou aqui fora, abre o portão pra mim, estou congelando. – Ele desligou rápido. Meus olhos ficaram embaçados e meu queixo começou a bater. Ele precisava abrir isso rápido, não sabia quanto tempo mais vou aguentar ficar em pé. Sinto o celular se desgrudarem dos meus dedos. – Por favor rápido, estou cansada – sussurrei na esperança dele me ouvir.

Posso fugir agora? | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora