Capítulo Vinte e Nove

16 2 1
                                    


Eu não quero falar com você - Agora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu não quero falar com você - Agora.

Olho para as janelas do lado de fora do carro da polícia tentando ao máximo conter minhas lágrimas e emoções. Bryan encosta a cabeça no vidro embaçado e suspira fortemente fechando os olhos e apertando as têmporas. Isso seria mais difícil do que pensava. 

- Está tudo bem? - Henry pergunta baixo tocando no meu antebraço. Aceno com a cabeça concordando e ele apenas aperta os lábios olhando algo em seu celular.

Eu não tinha ideia do que estava por vir e isso me assustava mais que outra coisa. Eu tinha dó e raiva ao mesmo tempo de Bryan. Dó por ele ter passado por tudo isso e raiva por ele ter deixado si passar por isso. 

O carro estaciona em frente à delegacia de Liverpool, pelo vidro do carro já avisto os pais de Bryan e Theóphiles encarando o automóvel, que por sorte tinha vidros escuros.

- O que eles fazem aqui? - pergunto a Henry antes de sairmos. 

- Apesar de Bryan ser maior de idade é necessário chamar algum familiar para eventuais problemas, além do mais eles tinham que contratar um advogado para ele. 

- Entendi - Olho para o rosto de Theóphiles meio conturbado. - Vamos então. 

Henry sai primeiro do carro seguido pelo policial que estava dirigindo e antes de sair sinto a mão de Bryan pegar meu antebraço, me viro para ele.

- Algum problema? - pergunto preocupada.

- Vai ficar tudo bem. certo? - comprimo os lábios e ele abaixa o olhar - Me desculpe por tudo Valentina, sei que está sendo difícil para você lidar com isso.

- Não mais difícil que para você - falo sincera - Temos que ir agora. 

Bryan concorda e abre a porta do carro saindo, puxo o ar dos pulmões tentando controlar meu nervosismo. Saio meio receosa com as pastas na mão e arrumo meu terninho sobre o corpo. Ponho minha melhor cara de advogada e aceno para Henry. O policial conduz meu melhor amigo com as mãos em suas costas. Henry caminha ao meu lado. Volto a puxar o ar dos pulmões mais algumas vezes antes de chegarmos.

- Vai ficar tudo bem? - questiona enquanto encaro o rosto de Theóphiles confuso.

- Não, mais vou ter que superar - digo me virando para Henry e sorrio de lado. - Um bom advogado sabe separar a razão da emoção, meu caro Watson. 

- Que sabedoria Sherlock - Henry sorri sutilmente e olha para os pais de Bryan - É melhor você entrar direto para a sala de reunião, vou explicar toda a situação para eles. 

Concordo com a cabeça, eu não sei se tinha estruturas para poder falar com eles, principalmente com Theóphiles. Caminho para dentro sem nem olhar para sua cara, mas antes que consiga alcançar a porta sinto seus dedos se entrelaçarem aos meus. Olho para baixo e me solto.

Posso fugir agora? | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora