Capítulo Trinta e Seis

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Por que voltou? – Ontem à noite

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Por que voltou? – Ontem à noite.

Theóphiles

Olhei para os olhos castanhos de Valentina e depois para sua mão segurando firmemente meu braço encoberto pela jaqueta preta. Eu estava louco de ter vindo até aqui atrás dela. Achei que ela poderia estar esperando por mim, mas ver ela de braço dado com o seu futuro marido, sorrindo e feliz, acabou comigo. Eu ter vindo aqui só traria lembranças ruins e mais dor em seu coração. Mas agora olhando para seus olhos de perto, com sua presença tão perto de mim, me fez querer abraça-la forte e dizer o quanto a amo.

- Theóphiles... – desviei o olhar de seu rosto suado por ter corrido e olhei para seus pés descalços.

- Cadê seu sapato? – perguntei e ela me olhou confusa – Seu sapato Valentina, o chão deve estar gelado.

- E isso importa agora? – disse se soltando de mim, observei seu terno rosa claro e seu cabelo preso em um rabo de cavalo. Uma verdadeira advogada. Eu não não posso fazer isso, não com ela.

- Eu tenho que ir – falei me afastando e ela pulou em minha frente colocando sua mão direita em meu peito bloqueando a passagem.

- Como você pode aparecer assim do nada e ir embora desse jeito? – questionou me olhando nos olhos – Por que você está aqui? - disse quase gritando.

Fiquei em silêncio. Como iria responder a ela que voltei porque sou um egoísta que a ama e não quer vê-la casada com outro cara? Como iria dizer que mesmo depois de um ano e meio que não consegui esquece-la como ela pediu? Suspirei uma. Duas. Três vezes.

- Por que você está aqui, Theóphiles? – questionou baixo, outra vez – Me responde.

- Não sei ok? Não sei o porquê de eu estar aqui – falei mais alto que gostaria e passei as mãos nos cabelos, viramos assim que um carro parou ao nosso lado e buzinou. Olhei para o motorista. O mesmo cara da foto que vi no artigo. Cabelos loiros e olhos azuis vestido de terno sentado nos encarando. Voltei meu olhar para Valentina novamente e disse as piores palavras que poderia dizer: – Foi um erro eu ter vindo.

- Erro? – sua voz era fraca e quase irônica. Ela tirou a mão que me impedia de ir embora do meu peito, olhei para seu pescoço que brilhava com a luz do poste. Meu lobo de prata. Valentina me olhou brevemente e suspirou atravessando por trás do carro e entrando no banco do carona.

Observei o carro dar partida e senti meu coração despedaçar. O que eu tinha feito?

Voltei para o hotel em que estava, tomei um banho quente e senti as lágrimas caírem enquanto a água do chuveiro escorria corpo abaixo, saí do banheiro e vesti uma calça de moletom e uma camiseta branca me jogando na cama sem esperanças de dormir.

A luz da manhã invadia o quarto já que deixei a janela aberta

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A luz da manhã invadia o quarto já que deixei a janela aberta. Por poucos minutos na madrugada consegui dormir. Eu estava angustiado e cansado de tudo. Levantei-me da cama e fui até a grande janela que dava para a praia de Copacabana. O celular toca no criado mudo. Olhei e vi que era Bryan.

- Oi.

- Que voz desanimada foi essa? Achei que estaria mais feliz depois de passar a noite com sua amada – suspirei – O que aconteceu Theo?

- O que não aconteceu você quer dizer. Eu não consegui. Eu não falei com ela Bryan.

- E por que não? – indaga do outro lado – Na moral Theo, tu é burro de nascença?

- Eu não sei se ela me ama mais Bryan – solto sincero – ela estava tão feliz com o cara lá que perdi minhas esperanças.

- É claro que ela te ama, Elise conta pra ele aqui – sento na cama confuso – e sim, Elise está aqui no pub, curiosa pra saber de vocês dois.

- Elise? – falo num fio de voz.

- Ela te ama bocó, chora só de eu falar seu nome pelo telefone, sem eu perceber é claro, ela fica fungando e fala que está resfriada. Anda com suas coisas...

- O lobo de prata? – questiono vendo minha esperança talvez voltar.

- Você também viu no pescoço dela? – confirmo – Então o que está esperando para ir atrás? Vá antes que seja tarde Theóphiles. Antes que ela realmente comece a amar Miguel de verdade.

Desligo o celular sem nem me despedir. Eu vim aqui por ela e vou lutar até o fim, se ela falar não então eu seguirei em frente com minha vida. Mas se ela falar sim seremos felizes para sempre.

Coloquei uma roupa melhor e desci pelas escadas correndo. Não podia perder tempo. Peguei um táxi e fui até seu escritório, como imaginava ela estava chegando de calça azul marinho com um terninho da mesma cor e uma pasta na mão.

- Valentina – grito da rua e ela se vira lentamente para mim, atravessei tudo correndo nem temendo a morte. Cheguei eufórico perto dela que se assustou dando um passo para trás.

- O que faz aqui? – a olho tentando recuperar o fôlego – Quero dizer, de novo.

- Só me escuta por favor antes que perco toda a coragem que criei para vir até aqui falar com você – ela me olha e confirma com desdém.

- Te dou cinco minutos – diz e se vira agora totalmente de frente para mim.

- Só preciso de três – arrumo minha postura – Eu vou lutar por você ok? Mesmo que esteja prestes a casar com esse tal de Miguel. Meu coração sem você é preto e branco. Eu quero ficar. Quero ficar com você. Eu sempre lutarei por você, até o meu coração ficar machucado. Se você me der uma chance novamente, nós chegaremos até o outro lado...

- Theóphiles...

- Me deixa terminar – peço colocando meu indicador em seus lábios – Eu vou te dar as mãos sempre que precisar e esperar você entrelaçar seus dedos nos meus, eu esperarei por você, como fiz nesse um ano e meio, por que eu não estou desistindo de você. Nunca. Eu te amo. Então não desista de mim também. Eu te segurarei quando o mundo balançar ao nosso redor, eu quero ser seu porto seguro, como éramos antigamente. Então, por favor, me deixe ser ele, me deixe ser aquele que você conta em suas histórias. Eu quero secar suas lágrimas quando elas vierem, quero beijar seus lábios e quero te abraçar. Valentina, minha menina pimenta... – passo o polegar em sua bochecha e sinto as lágrimas brotarem – Não se case com ele, se case comigo...

Seu olhar é indecifrável. Abaixo minha cabeça, minha mão gela e meu coração para por todos esses segundos. Minhas lágrimas descem de desespero e amor ao mesmo tempo. O silêncio se prolonga por uns três minutos a mais e entendo a sua resposta. não. 

Me viro indo embora, mas ela me impede segurando em meu braço. Olho em seus olhos e a noto chorando.

- Valenti.. – antes de terminar as palavras ela me abraça fortemente, seu corpo se choca com o meu. Sinto seu perfume suave e passo os braços em sua cintura a apertando contra mim. Como eu sentia falta do seu calor. Ela me olha por uns segundos antes de unir nossos lábios em um beijo terno de saudades. Assim como nossas bocas, lágrimas se juntavam no processo. Lágrimas de alegria, amor, esperança e saudades. Ela se afasta brevemente – Eu posso ser o escolhido, menina pimenta?

- Ah, rei da selva – ela acaricia minha bochecha – Você sempre foi o escolhido, sempre foi e sempre será você. Eu te amo - e antes que eu posso falar alguma coisa ela une novamente nossos lábios. 

E ai pessoal! 

Como vão? Espero que tenham gostado, deixem sua estrelinha e comentem o acharam!!


Beijos no coração!

Postado em: 03/08/2019

Revisado: 08/01/2023

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