11 anos e 3 meses atrás - O Sequestro de Alana Sotto
As luzes dos carros de bombeiros e ambulâncias piscavam na frente da casa, pessoas saiam por todos os lados, tudo na correria. A polícia anunciava sua chegada com a sirene. A vizinhança toda acordava com a confusão. Ninguém acreditava no que tinha acabado de acontecer, como alguém poderia ter feito isso? Em troca de quê?
E lá estava eu parada na porta, sentada no chão abraçando os joelhos. Meus olhos doíam de tanto chorar, minha mão encostou na porta manchada de sangue a sujando. Um policial chegou ao meu lado e perguntou como estava, meu silêncio foi a resposta para ele, pois se afastou de mim e foi chamar um dos enfermeiros. Observei meus pais se aproximarem.
- Mãe, Pai? Vocês chegaram! – Disse os abraçando fortemente e chorando em seus ombros – Mãe, vai ficar tudo bem, não é? Eles vão achar ela, não é? – Meus olhos ardiam, eu já estava gritando no meio de todos quando vi um policial passar com uma garrafa quebrada dentro de um saco, provavelmente uma evidência, levantei rapidamente e entrei dentro de casa. Analisando toda a situação em que se encontrava as coisas percebi que se eu não tivesse feito aquilo, as coisas seriam diferentes. Meu coração doía.
ERA MINHA CULPA. Esse pensamento me atordoava. Quanto mais lutava contra eles mais as lágrimas caiam. Foi quando eu cedi e cai no chão desmoronada, minhas mãos bateram sobre o piso de madeira cheio de cacos de vidro fazendo com que minhas palmas se cortasse e o sangue começasse a escorrer, porém não doía, não ardia, por que a dor que estava sentido internamente no meu coração falava mais alto. As lágrimas aos poucos foram se diminuindo e minha respiração foi se acalmando, nada mais saia para o mundo ouvir, mas dentro do meu peito eu gritava, chorava, empurrava. Mirei todos a minha volta e reparei nos olhares assustados.
Meu coração doía, minhas mãos tremiam, minha face queimava, meus olhos começaram a embaçar e minha mente falha. Eu só fui comprar uns biscoitos para nós, eu tranquei a porta, eu tinha certeza disso!
As lágrimas voltaram de novo e eu começava a bater no meu peito. Foi quando olhei para o lado e vi uma seringa sedativa enfiada em meu braço. Todas as memórias passaram na minha frente como flashback me lembrando que nunca mais isso ia acontecer. Como queria que toda dor fosse sedada junto com aquela seringa e com meu corpo. Só queria esquecer de tudo, que tudo fosse um sonho, mas não era. Fechei meus olhos só podendo escutar:
- Vamos encontrar sua irmã!
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Posso fugir agora? | Completo
RomanceValentina encontrou a oportunidade perfeita de ir embora da sua cidade no Brasil para viver seu desejo de estudar Direito e crescer profissionalmente, mais do que isso, era a chance perfeita de se livrar de conflitos do passado que marcaram sua vida...