Eu tinha tudo de volta e ao mesmo tempo não podia curtir, era como se nada tivesse no lugar.
Sai da casa da Lina sabendo que seria fácil, mas iria lutar mais se precisasse e ela sabia disso.
Fui até a casa da Inês precisava conversar com ela,as no meio do caminho o telefone tocou.
Era um número estranho, um que eu nunca tinha visto.
Não era de passar meu número pra qualquer pessoa. Acabei deixando a ligação cair e não atendi, mas ele voltou a tocar, poderia ser algo importante e então eu atendi.— Oi amor!!! — Ela nem deixou eu dizer alô e assim que ouvi sua voz meu enjôo voltou em nível Harvard.
— Como conseguiu esse número??
— Nossa amor!!! É assim que você fala com a única mulher que te ama??!!
— Onde você conseguiu??? — Eu falei entre dentes.
— Eu falei com a sua secretária, pedi pra ela, disse que o seu número estava nos meus contatos do celular que me foi roubado. — Deu pra ouvir o sorrisinho sarcástico no final. — Muito burrinha ela, você avisou que não se dá o número do chefe pra qualquer um?? — Eu não sei, mas a minha vontade era de matar ela.
— Eu não sei como você fez pra convencer ela, mas eu vou te dizer que não quero falar com você.
— Só liguei pra dizer que vou fazer um ultrassom daqui dois dias e queria o pai do meu filho presente!!!— Ela disse quem uma voz tão fina que eu pensei que os meus ouvidos iria estourar.
— Eu vou ver o que posso fazer, só que eu não sei se você sabe... Mas se não sabe eu vou te dizer... Eu não posso ter filhos... Tentei esperar com paciência a resposta dela, mas o telefone ficou mudo e eu pensei que ela tivesse desligado.
— Sua irmã me disse isso, eu até pensei que fosse mentira dela pra me tirar da jogada, mas ouvir isso de você parece ser verdade. — Ela não ia dar por vencida. — Só que tem um pequeno porém meu amor!! Eu estou grávida.
— Já pensou que pode ser de outro?? — Eu tentei jogar mais uma vez, tinha que conseguir tirar ela da.minha vida.
— Eu não me relacionei com ninguém mais amor, sou fiel ao nosso amor...
— Que amor!!! — Eu gritei!!! E foi bem alto. — Não existe nosso Cassandra, pare de me perseguir, me esquece!!! Não somos um casal, não temos nada e nunca vamos ter, eu tenho nojo de você!! — Acabei explodindo!!! — E essa criança que você diz estar esperando não é meu, eu já fiz vários exames e não posso ter filhos!!! Já passei por isso tantas vezes que perdi a conta!! Já fiz tantos exames de DNA's que eu já cansei de ver a palavra negativo, quer ir pra mais um??? Tudo bem, mas já vou avisando que vai ser perca de tempo e dinheiro, mais uma vez. E tem mais!!! Se você é tão interessada na minha vida, deveria saber de tudo isso!!! Me esquece Cassandra!!! Você não vai ter chance!!! — Ela apenas ouvia e quando terminei ela apenas suspirou e disse.
— Te vejo nos tribunais, não vou deixar meu filho sem um pai. — E desligou, ela não ia parar... Ela era teimosa eu já tinha percebido isso.
Já estava a caminho da casa da Inês e agora tinha mais um motivo pra ir lá.
Não demorou muito pra chegar e já fui entrando sem bater, ela estava na cozinha preparando algo pra comer, já não era tão cedo e o jantar já tinha passado.
Cheguei me sentei e sem respirar contei tudo, tudo o que tinha acontecido com a Lina e a ligação da Cassandra.— A forma como ela está lidando com tudo isso me faz pensar que esse filho realmente possa ser meu. — Acabei dizendo no final.
— Não pode ser possível, o médico disse que com a quantidade de remédio você jamais teria condições de ter uma relação, já me informei dos detalhes Pedro, ela está blefando. — Eu bufei, parecia que dessa vez tinha sido derrotado.
— Não sei Inês, no telefone ela parecia bastante confiante. — Eu abaixei a cabeça e coloquei minhas duas mãos nos cabelos.
— Calma Pedro, vamos conseguir sair dessa!! — Ela passou a mão em meus cabelos, os que estavam saindo entre meus dedos.
— Eu não sei Inês, agora que eu encontrei a mulher da minha vida vem essa doida da Cassandra e quer destruir tudo.
— Ela não vai conseguir, vamos lutar juntos, somos fortes unidos, não se esqueça disso. — Eu levantei minha cabeça e olhei pra ela, ela estava com um olhar perdido, tinha medo de ver ela assim.
— Você não vai matar ela né??!?? — Eu tinha que pergunta. Ela sorriu.
— Não, claro que não, mas sempre podemos mandar!! — Ela se virou e foi terminar o que estava fazendo.
— Está doida!!! — Escutei ela sorrindo.
— Relaxa Pedro!!! Estou só brincando. — Ouvi ela gargalhando.
— As vezes você me assusta.
— Não precisa se preocupar, estou só brincando mesmo, mas que dá vontade de matar isso eu tenho que te dizer que dá. — Ela se virou e se sentou na bancada. Precisava mudar de assunto.
— Onde estão todos??!
— O Mário está em uma viagem de negócios, não pode ir com ele e a Sofia está estudando na casa de uma amiga, volta só mais tarde. — O Mário era um santo em aguentar a Inês e a Sofia era um anjo de filha, nunca tinha arrumado um namorado, a Inês mata ela se souber de alguma coisa, já estava na faculdade de direito, seguiu a carreira dos pais. O Mário era um maravilhoso advogado e não saia de casa sem a Inês, mas algumas vezes ela não podia acompanhar ele e ele fazia algumas viagens curtas, com certeza amanhã bem cedo ele estava de volta.
— Sorte deles terem um tempo de descanso de você. — Ela parou de mastigar e me olhou, parecia brava.
— Tenho que te informar meu irmãozinho que você é um idiota, não sei o que a Lina viu em você. — O sarcasmo dela estava alto agora, eu sorri.
— Estou só brincando irmãzinha!! — Levantei as duas mãos em sinal de redenção.
Conversamos mais um pouco e acabei indo embora, ela me ajudou um pouco, mas precisava descansar e pelo visto minha noite não seria das melhores.
Acordei esperançoso, tinha que saber da minha Lina e do bebê, mas ainda era cedo e resolvi me arrumar e e ir trabalhar.
A manhã passou e já não aguentava mais esperar a ligação da Lina e quando peguei o telefone ele tocou, era ela.— Oii!!! Estava esperando você me ligar!!
— Me desculpe, é que só agora eu saí do médico. — Ela fez uma pausa. — Está tudo bem com o bebê e eu estou com uma fotinha dele, se quiser ver é só aparecer...
— E você ainda tem alguma dúvida??!! — Ouvi ela sorrir.
— Não sei... Só estou dizendo...
— Pode esperar que eu vou sim, e sobre o Diu??
— Ele retirou, disse que como estou com a gestação no início não iria ter problema. — Eu respirei mais aliviado.
— Melhor assim, te vejo mais tarde então.
— Combinado.
— Beijos Colina. — Eu acabei dizendo e ouvi outro sorriso.
— Beijo Estranho. — E desligamos.
Não queria mais viver longe dela, mas precisava resolver o problema chamado Cassandra, não sei como ela sabia quem eu era e isso estava me deixando preocupado.
Sempre fui um cara que curti, mas sempre tive a consciência de não deixarem saber quem eu era, não saia nas redes sociais e não era um playboy que chamava a atenção, era o que eu pensava.
Estava me sentindo mais calmo em saber que o meu filho estava bem e seguro, isso já estava valendo mais que tudo pra mim.
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Evidências
RomanceEm uma vida em que os pais poderiam lhe dar tudo, tudo não era o suficiente. Em uma escolha que seria a certa, não foi a acertada. Uma adolecente que tinha tudo pra ser uma mulher extraordinária escolheu o errado e foi excluída pela família e teve q...