Capítulo 13: O porão do Grifo.

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A oficina ficava do outro lado da esquina, convenientemente perto!

Ela era um prédio quadrado de uns 3 andares e no antar térreo tinham grades de ferro ao invés de janelas.

A porta ficava aberta durante o dia, mas sempre tinha algum guarda ou vigia por perto.

Assim que entrei na loja, fui direto para o balcão, onde o dono cortava uma chapa de ferro. Eu já o conhecia, isso acelerou o processo. Eu só entreguei um documento com as especificações de tudo que eu preciso, desde carreteis a fios de cobre.

 O dono era um cara baixinho e ruivo, realmente parecia um anão daqueles mitos! Ele analisou o pedido, e disse que teria tudo de noite, e que o preço também poderia ser discutido depois!

Sem demorar eu deixei a loja acenando para ele e fui em direção de uma estalagem que eu conhecia, ela ficava no alto da rua principal e tinha uma vista para toda cidade.

Foi quando repentinamente senti algo quebrando contra minha nuca, não doeu muito e nem cortou nada, acho que era algo vidro vagabundo, mas foi o suficiente pra me deixar puto!

Eu me viro lentamente, e para meu desgosto, tinha sido o Telmar que jogou o copo de vidro. Eu acho que se não tivesse sido ele, eu teria jogado um barril na pessoa!

Ele esta ofegante e cansado, aposto que fugiu do acampamento!

Ele recupera a postura apontando pra mim e vem em minha direção dizendo:
- De acordo com o nosso trato de 3 anos atrás, como eu já dei o primeiro golpe, você precisara ficar dez horas sem descontar nada em mim!

- Eu sei bem disso, senão eu já teria enfiado a mão na sua cara!

- Ontem de noite eu pressenti que você ia querer socar minha cara hoje, então ataquei primeiro! - Ele fala enquanto nos cumprimentamos com um aperto de mãos e um abraço em seguida.

-Já que estamos aqui, você quer ir a algum bar ou algo assim? - Perguntei para ele.

Ele responde juntando as mãos:
- Muito bem lembrado, um velho amigo nosso abriu um bar por aqui e quer te ver!

- Quem?

- Você verá! - Diz Telmar, apontando com o dedão por cima do ombro para a rua.

Nós saímos juntos pelas estradas conversando, até pararmos na frente de uma escada de mármore com uma placa escrita “O porão do grifo”. Ele saiu na frente animado e entrou na porta sem bater; eu hesitando um pouco desço os degraus e abro a porta lentamente.

Era um barzinho bem aconchegante, o chão era de madeira escura polida, as paredes eram de tijolos escuros com um tom roxeado, tinha uma pele de urso estendida no centro e atrás do balcão um senhor de 55 anos que eu conheço desde meus 12 anos!

Era o senhor Willian, um sargento aposentado que foi uma das pessoas que ensinou a mim e ao Telmar como lutar. Ele estava limpando um copo de madeira com um pano vermelho enquanto cumprimentava o Telmar.

Ele estava usando um smoking cinza, tem cabelos grisalhos e seus olhos são escuros.

Ele ficou visivelmente surpreso ao me ver, e gesticulou para que eu me aproximasse:
- Haa, olha só que saiu do norte! - Disse ele empolgado para mim.

- Faz uns 3 anos que saí, e já rodei o reino inteiro!

O Telmar é o único que sabe do meu titulo e do que eu sou capaz, para o senhor Willian eu sou só um recruta que sabe um ou outro truque para sobreviver.

Ele olhou para mim sorrindo de inicio, mas o sorriso se foi e ele disse ficando desanimado:
- Que bom que você esta aproveitando....  

Eu se porque ele ficou assim, que merda! Por que todo mundo toca nesse assunto, eu odeio isso!

O Registro de Ivan Whitaker. N:20Onde histórias criam vida. Descubra agora