Capítulo 3: Nasha

19 3 1
                                    

Dos portões da cidade os guardas me interceptam:

- Boa noite e bem vindo à Nasha senhor, poderia nos mostrar seus documentos? - Diz o primeiro guarda com um tom alegre forçado.

- Boa noite - Respondo eu enquanto apanho meus documentos no meu casaco.

Após analisar meus documentos ele suspira fundo aliviado e diz:

- Graças a deus um mercador, isso vai encurtar muito o trabalho!

Percebendo a reação do guarda, respondo a ele com um sorriso fraco no rosto:

- É um saco ter que explicar tudo para turistas né?!

- Nem me diga, principalmente aqui! As pessoas vêm pra essa cidade quando estão apaixonadas e cheias de desejos, isso faz com que elas fiquem burras! Eu tenho que explicar cinco vezes onde ficam os hotéis, os mercados, os estábulos e a droga dos pontos turísticos!

- Se odeia tanto isso, por que não trabalha em outra cidade? - Pergunto pra ele enquanto ele me devolve os documentos.

- Eu gostaria muito, mas não tenho nenhum ponto de partida ou referencias, eu nasci e vivi a vida inteira em Nasha!

- O que acha de Zelmur? É uma cidade mineira que fica no norte, mais ou menos 4 semanas de viagem ate lá partindo daqui!

- Zelmur? - Ele diz e fica um instante quieto pensando no assunto:
- Eu acho que seria uma boa, pelo que sei não vão muito turistas pra lá e as coisas são mais baratas!

- Pense nisso, você pode conseguir ir pra lá com uma guilda! Se você se oferecer para fazer um trabalho de entrega lá, você vai receber um pagamento e pode até conseguir uma escolta!

- Bom, muito obrigado pela ideia!- ele se aproxima de mim e diz baixo para que só eu consiga ouvir:

- Normalmente, cobramos um pequeno preço de entrada na cidade, mas como você me ajudou e eu não estou com vontade de cobrar, vou deixar você passar de graça!

Ele vira para o outro guarda e da o sinal para liberar o caminho.

- Grato - Respondo olhando para frente e já conduzindo os cavalos.

A estrutura da cidade foi feita pensando nos turistas, então temos: ruas mais estreitas, pois não passam muitas carroças; vários restaurantes e estalagens; Iluminação de rua mediana; muitas estátuas e fontes, coisas típicas que atraem muitas pessoas.

Não tem muitas pessoas na rua nessa hora, com certeza o movimento esta fraco!
Após identificar o prédio da guilda no final da rua, conduzo a carroça lentamente até os estábulos. Ao me ver, o cocheiro levanta preguiçosamente e vem falar comigo:

- Imagino que seja da guilda, vai querer algum lugar pra deixar a carruagem e o cavalo?- ele diz entre bocejos e com os olhos serrados de sono.

- Sim, eu quero um lugar no armazém pra minha carroça e quero que cuidem do meu cavalo, ele esta bem cansado!

O meu cavalo era um típico cavalo de carga, não era muito rápido, mas era forte! Ele tinha o pelo branco com manchas marrom e sua crina e rabo tinham uma trança.

O cocheiro só fez o que eu pedi sem perguntar. Eu acompanhei todo o processo de longe para ter certeza que estavam fazendo um bom trabalho. Após o serviço o cocheiro andou lentamente até mim:

- São 7 moedas de bronze! Cinco pelo armazém e 2 pelo cavalo.

Lentamente eu coloco a mão no meu casaco e tiro 1 moeda de prata e dou à ele:

- Pra garantir o bom trabalho de vocês!

De primeira sua expressão foi de felicidade, depois sua cara se fechou:

O Registro de Ivan Whitaker. N:20Onde histórias criam vida. Descubra agora