Capítulo 14: Reunião.

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Foram uns 10 minutos de viajem desde o bar do Willian até a torre da Corvo-dourado. Desembarcamos no pé dela, ao lado de turistas que passavam lá só para ver a torre.

Foram quase 3 minutos subindo uma escadaria que parecia interminável. Quando chegamos ao topo nos deparamos com um salão amplo com uma mesa oval enorme e uma tapeçaria com o símbolo da Corvo-dourado na parede.

Os outros quatro líderes já estavam lá:

A líder do Corvo-dourado era uma mulher ruiva e imponente que aparentava estar na média dos 30 anos, mas eu sei que ela tem 42, só esta conservada! Seu nome é Tária, e ela esta usando.... um vestido oriental?

- É um vestido oriental Tária?

 - Finalmente alguém acertou... e oi Ivan! - Ela comemorou erguendo o braço.

Enfim, o líder do Pelicano-preguiçoso é... um tiozinho! Ele é bem mais baixo do que eu e aparente ter uns 45 anos, ele esta usando óculos, uma regata branca, sandálias e uma calça cinza que termina antes da canela. Ele é um líder que assumiu o cargo recentemente, então eu não sei o nome dele ainda, mas eles o chamam de Nipi, por algum motivo!

- Olá. - Digo eu hesitantemente.

Ele me cumprimenta com um aceno com a cabeça.

A líder do Gavião-de-madeira era um senhora de quase 70 anos, ela se chamava Samanta e mal tinha 1,60 de altura. Ela tinha feito um rabo-de-cavalo no cabelo, estava com os óculos pendurados na gola da camisa e estava lendo um recibo.

-Olha só, a princesinha voltou! - Ela falou quase gritando, para provocar o Galder.

- Olha só, o defunto saiu do caixão! - Ele respondeu para ela num tom sarcástico.

Eles vivem brigando, mas no fundo são companheiros...  eu acho! Ela cumprimentou a mim e ao Telmar com um aceno de mãos e um sorriso.

E por final, o líder do Pombo-guerreiro era um gordinho um pouco mais baixo do que eu, ele era parente do lorde Galehara, então eu o conheço bem! Seu nome é Jean, ele esta usando um smoking e uma cartola.

Antes que eu possa falar algo, ele cumprimenta a mim e ao Telmar com um abraço e vai sentar. Logo em seguida Galder também vai sentar e apenas nós dois permanecemos em pé.

Depois de algumas trocas de olhares, Samanta fala:

- Não que eu não esteja apreciando a presença deles, mas não era uma reunião restrita à apenas líderes de guilda?

- Eu tenho algo a reportar para vocês, algo que acredito que seja de extrema importância para todos!

Isso os calou por um tempo, e por final Tária disse hesitantemente:

-Então... nos fale logo o que é!

Eu respiro fundo, e dou inicio:
- Eu acredito que todos aqui conheçam Nasha, certo?

Eles concordaram com a cabeça uns com os outros.

- Durante os dia 25 e 26 eu estive lá. Um armazém local foi alvo de um atentado terrorista causado pelos hereges! Eles estavam prosseguindo um ritual baseado em sacrifícios para alguma divindade; os sacrifícios eram os moradores e trabalhadores locais; eles estavam utilizando uma adaga com runas da magia negra, algo que temos pouquíssimo conhecimento atualmente, mas infelizmente ela sumiu durante o combate, imagino que alguém tenha roubado ela de algum corpo, sugiro que vocês investiguem os habitantes do local!

Eu joguei um documento com informações mais detalhadas do ocorrido em cima da mesa.

Eu não falei porque não achei importante na hora, mas eu escrevi o documento enquanto eu estava no celeiro e terminei alguns detalhes no bar.

- Continuando, os moradores e trabalhadores que eles tinham feito como reféns se libertaram e conseguiram se armar com equipamentos de um caixote do Pombo-guerreiro que estava lá. Eu explico em maiores detalhes o que aconteceu no documento, mas eu acabei descobrindo que quem comandava os terroristas, era o Duque-do-sabre! Aparentemente ele sobreviveu ao confronto com a rainha, e foi levado ao hereges; por ele ter experiência comandando e por conhecer o local, eles o mandaram para fazer um excursão de teste para Nasha, para testar a possibilidade de futuras infiltrações.

Subitamente Tária começou a falar:
- Então eles queriam testar a possibilidade de se infiltrar num ponto cego, ou melhor, um ponto descuidado! Humm, talvez para obter vantagem estratégica ou informações.

- Esse é o meu raciocínio. Por hora, isso é tudo que posso falar.... de graça!

Eles me olharam espantados; menos Galder, ele fez uma cara de “ Eu já sabia que ele ia fazer alguma coisa assim!

- O que isso quer dizer?- perguntou Samanta.

- A próxima informação de longe é a mais valiosa, seria um desperdício falar dela sem ganhar algo em troca!

- E como podemos ter certeza que é tão valiosa? – perguntou Tária quase me interrompendo.

- É como se fosse uma aposta, vocês me dão alguma coisa, e eu devolvo uma informação que pode ou não ter valido a coisa que vocês me deram, Entenderam?

Eles ficaram quietos, pensando se aceitavam ou não, até que Tária bateu na mesa e gritou:
- EU ACEITO! Eu lhe darei a informações antecipadas dos trabalhos da minha guilda,  o valor em dinheiro e pontos que ela atribui.

- Pontos?

- Eu explico depois, mas é um bom acordo! Apesar de eu não saber qual é a sua informação. - disse Telmar para mim, com a cara de quem se esqueceu de me falar alguma coisa!

Logo em seguida Jean bate na mesa e diz:
- Eu também, faço a mesma coisa!

O restante ficou em silêncio, Mas após alguns segundos eu cedi:
- Bem, essa informação vai valer mais pra vocês do que pra mim de qualquer jeito! Então escutem bem: Alguém da corte real esta financiando os hereges com dinheiro e suprimentos!

Só a cara nos rostos deles já valeria o preço da informação, eu até me virei para ver a cara do Telmar e quase comecei a rir! Eles estavam com uma cara de espantados, mas aparentavam já desconfiar de algo assim, devido ao pouco tempo que levaram para digerir a informação!

- Bem,  mandem as informações com o Galder, ele vai saber me encontrar!

Já me virando para ir embora, Samantha chama minha atenção:
- isso não foi justo.

- O que? - Pergunto um pouco irritado.

- A informação que nos deu vale mais do que nós oferecemos, eu irei mandar as descrições e pontos dos meus trabalhos também! E acredito que a princesinha e o  Nipi também queiram fazer isso.

O Nipi faz um barulho, que eu não sei dizer o que foi, mas aparentemente ele concordou! O Galder concordou com a cabeça e mostrou o dedo do meio para a Samanta.

-Humpt, eu aceito o presente!

Eu me viro e saio andando em direção das escadas, com passos largos e fortes; Telmar vem logo atrás de mim.

Enquanto eu descia as escadas, eu consegui ouvir o Nipi dizendo as primeira palavras compreensíveis que saíram da boca dele hoje:
- Ele é estranho!

Estranho é você! A voz dele parecia mais a de uma criança tentando imitar um gnomo!

O Registro de Ivan Whitaker. N:20Onde histórias criam vida. Descubra agora