Capítulo 3: Prazer, meu nome é Brandon.

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O silêncio do quarto estava em sinônimo com o barulho da rua que vinha pela janela, estava exausto, não tinha parado o dia inteiro, eu só queria descansar. Estava deitado sobre a cama, editando a entrevista feita com a Meredith Van Kirk ainda sem acredita na loucura em que fiz ao aceitar aquele acordo. Uma mensagem aparece sobre a tela do meu notebook, era do Gregory.
Como que ele pode me encontrar no SneepWeb²? Eu não lembro de ter passado para ele. Clico.

@boyproblem Gregory: E aí? Vai na festa hoje?
@w1ck3d Matthew: Não sei. Ainda estou pensando. A Vivien não quer ir porque precisa estudar para as provas, estou meio sem ninguém para ir comigo.
@boyproblem Gregory: Não tem problema, eu vou te buscar.
@w1ck3d Matthew: Não precisa, não mesmo. Aliás, eu estou terminando de editar a entrevista, ou seja, isso ocupará muito meu tempo, estou bem aqui no meu quarto, deitado, terminando a edição e ah, tomando um maravilhoso chá gelado, hahahaha.
@boyproblem Gregory : Hahahaha. Tudo bem então. Te vejo amanhã?
@w1ck3d Matthew : Com certeza! Não posso faltar, sabe disso, haha.
@boyproblem Gregory: Ok então. Boa noite Matt.
@w1ck3d Matthew: Boa noite Greg.

Desligo meu SneepWeb e volto a continuar minha edição. Já se passaram das 4 da manhã, o barulho da rua que exalava pela janela já não entrava mais. Fecho meu notebook, coloco a xícara de chá sobre a escrivaninha ao lado da cama. Desligo o abaju e me cubro para dormir. 

Na manhã seguinte acordo mais cedo que o previsto, me levanto e corro rapidamente para escovar meus dentes. Me encaro no espelho ainda com cara de sono, mas disposto a enfrentar o que estava por vir. Lavo meu rosto para acordar e enxugo com a toalha de mãos estendida no cabide ao lado da pia. Escovo meus dentes e saio do banheiro direto para o guarda-roupa. Minhas roupas estão uma bagunça, fazia tempo que não arrumava isso. Algumas coisa fede aqui dentro, Ó, E DEFINITIVAMENTE NÃO SOU EU. Tiro uma camisa polo branca junto com uma calça jeans e meu querido e adorável All-Star branco, jogo tudo de uma vez sobre a cama e vou direto para o banheiro tomar um banho e tentar limpar um pouco a consciência que por sinal, estava muito pesada. Saio do banho em 5 minutos, com a toalha branca enrolada na minha cintura, visto toda a roupa que coloquei na cama e termino passando o perfume que ganhei da Vivien no meu aniversário. Entro na cozinha, o apartamento ainda está em silêncio, Vivien não acordou, resolvo preparar logo o café-da-manhã para adiantar as coisas. Frito ovos, panquecas, queijo derretido e esquento o café, o pão já estava em cima da mesa. Ao terminar de tomar meu café, limpo a mesa e saio do apartamento ás pressas com a Molly sem que Vivien acorde.
Nunca gostei de esconder as coisas da Vivien, isso nunca fez parte de mim, mas pela primeira vez na vida eu precisava, isso não era uma coisa que se diga para uma amiga como se fosse normal, não é normal pra mim, também não seria para ela, eu só precisava de tempo, é... definitivamente precisava de um tempo para acertar tudo e contar de uma vez. Estava pedalando em fúria pela Park Avenue, 254. O tempo estava frio, mas nada que impedisse que eu chegasse lá atrasado. O que não estava no meus planos era Molly quebrar a corrente no meio do caminho ao prédio de Meredith. Não Molly, hoje não por favor, não me deixa na mão, eu preciso de você. Ah droga! Pela milésima vez você me decepciona Molly Russell. Desço da Molly e tento consertar a corrente, ela estava totalmente quebrada e eu não sou um especialista em consertar isso simplesmente com as mãos, eu iria acabar me sujando todo e não poderia simplesmente deixar Molly no meio da rua e sair correndo até o prédio, por mais que ela fosse uma traiçoeira comigo eu ainda à amava. Também não poderia chegar com ela assim ao prédio, um prédio onde só entra pessoas elegantes, com roupas caras e carros maravilhosos eu iria ser mal visto. Calma, tudo irá se resolver, não se apavora, você vai conseguir. Acalme-se Matt, acalme-se. Um carro Audi S8 preto parou ao meu lado, ele brilhava como se fosse novo, muito novo, os vidros eram fumê preto, o que me impedia de ver quem estava lá dentro, por um momento pensei que era Meredith, o que me deixaria muito feliz, mas o carro simplesmente estacionou do meu lado e ninguém saiu de lá de dentro, o que me deixou bastante apreensivo. Minhas mãos começaram a suar, eu não sabia o que estava acontecendo e quem estava me observando, também não teria como eu fugir, eu estava a pé e ele tinha um carro que no caso era potencialmente veloz. Meu corpo começou a tremer, meu semblante mostrava que eu estava nervoso, eu queria não demonstrar isso, mas não conseguia, o nervosismo tomou conta de mim e já não sabia mais o que fazer.
Um homem loiro de pele clara saiu pela porta de trás do carro, estava vestindo um terno e um sapato social preto, bastante chamativos, o que se destacava era apenas seus olhos azuis que brilhavam ao toque da luz do sol. Ele se aproximou de mim e ajeitou seu terno como um verdadeiro dono de uma empresa. Ele estava bastante cheiroso, muito cheiroso, aquilo sim era perfume de gente de alto nível, não era comparado ao meu, o que me fez se reprimir um pouco.
Está precisando de ajuda rapaz?
A voz dele era grossa, como de um verdadeiro homem de negócios, isso me fazia ficar com mais insegurança ao lado dele. O que um homem do porte dele queria tentando ajudar um garoto como eu? Evidentemente distante do nível dele.
Na verdade eu estou precisando sim, mas não precisa se preocupar com isso. Eu não aceito ajuda de estranhos e você me parece ser bem estranho por sinal.
Demonstrei que ele não me intimidava e continue a ignorá-lo.
– Você não quer minha ajuda porque me acha estranho?
– E você não é? – murmuro.
Ele cruza os braços e analisa a situação com uma cara de estar gostando da conversa.
– Definitivamente sim. Mas não sou eu que estou precisando de ajuda e pelo visto é bem grande, se eu fosse você aceitaria, mesmo indo contra a sua vontade.
– Ah... eu vou continuar ainda não aceitando, obrigado.
– Onde você mora rapaz? Eu posso te dar uma carona.
– Isso é algum tipo de interrogatório? Porque isso aqui está muito estranho. Você simplesmente para seu carro para ajudar um garoto com a bike quebrada, diz que quer me ajudar e vem cheio de perguntas? E ainda quer que eu não ache isso estranho? Mas tudo bem, eu não estou indo para casa. Ok? E não, não quero sua ajuda, muito obrigado.
Ele suspira, parecia ter ficado incomodado com o que eu disse, mas eu já não estava mais incomodado com a situação.
– Você me parece um cara muito confiante de si.
A resposta dele voltou a me deixar com medo, o encaro para saber realmente o que ele queria com aquilo.
– Sim, eu sou. – murmuro.
– Prazer, meu nome é Brandon.
Ele estende a mão para que eu possa cumprimentá-lo. Coloco minha mão sobre a dele e aperto.
– Agora sim as coisas estão voltando ao normal. Prazer, meu nome é Matthew.
– Sim, é verdade Matthew. Tem certeza que não quer minha ajuda? Eu posso simplesmente mandar guardar sua bicicleta no porta-malas e te levar em um conserto.
– Oh não, eu estou atrasado para um encontro, não posso ir agora para um conserto.
– Para onde você está indo?
– Tenho uma reunião marcada com a Meredith Van Kirk, a socialite, conhece?
Ele me olhou sem reação por longos bons segundos, depois me encarou normalmente o que definitivamente me deixou abismado, talvez ele não quisesse que eu percebesse uma cara de olhar meio duvidoso, mas não dei muita atenção.
– Ah... Basicamente... Eu a conheço... Sabe? Escândalos e jornais. – Ele ri.
– Hum... Entendi. – Concluo.

– Venha, eu te levo até lá. – Ele fala de um jeito tentando mudar de assunto.

– Mas e a Molly? – Por fim acabado me levando pelo novo assunto.

– Quem? – ele me olha sem entender.
– É a minha bicicleta. Se chama Molly.
Ele acha graça e sorrir mostrando os dentes. Como alguém poderia ter os dentes tão brancos assim? Parecia ator de cinema.
– Vamos levar a "Molly" também.

– Isso não tem graça.

– É, eu sei. – ele rir com a situação. – ROBERT! 

Brandon grita e um homem também vestido de terno preto sai do carro, dessa vez pela porta do motorista. O seu terno não brilhava tanto quanto o de Brandon, mas dava para perceber que ele era um homem civilizado.
– Pois não, senhor?
CARACA! ERA O SEGURANÇA DELE! ELE TEM SEGURANÇA. MEU DEUS!
Coloque a Molly dentro do porta-malas, temos uma reunião para ir.
– Desculpe-me, não entendi senhor. Colocar quem?
Ele sorrir olhando para mim e eu reviro os olhos. Ele está de brincando comigo,, só pode.
– A bicicleta, Robert.
– Ah sim. – ele rapidamente se aproxima de mim e pede licença para pegar a Molly, eu me afasto. Ele logo guarda ela dentro do porta-malas. – Mais alguma coisa senhor?
– Não Robert, muito obrigado.
– Pois não. – Ele nos cumprimenta e vai até a porta do carro.
– Então, vamos?
Ele me encara.
– Sim, vamos. – Vou em direção a porta do carro ao lado dele.
Robert abre a porta para que pudéssemos entrar e eu entro logo em seguida junto com Brandon. Robert fecha porta e volta ao acento do motorista. Saímos em direção ao prédio.





2. SneepWeb (fictício); Rede-social de comunicação através de mensagens.

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