Capítulo 24: Estava na hora de encarar a realidade.

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Ouvir três batidas na porta e fui correndo verificar se seriam na porta do quarto a qual eu estava. Acontece que eu já não estava mais com meu consciente em dia, eu nunca fui cúmplice de um assassinato e não imaginaria como poderia me livrar daquela situação, estava de mãos atadas e esperava do fundo do meu coração que a pessoa pudesse me ajudar a se livrar de um crime que não cometi. As batidas eram mesmo aqui, me aproximei da porta e abrir rapidamente e olhei entre se mais ninguém estava passando pelo corredor. De fato não havia ninguém ali, o que me deixou mais calmo, pois a pessoa não teria sido vista. Suspirei tentando me acalmar e comecei andar de um lado para o outro dentro do quarto.
- Anda, me diz o que aconteceu?! E porque sua roupa está melada de sangue? - Perguntou assustada.
Ouvir o barulho da porta fechar e desabei sobre a cama ao meu lado.
- Eu não sei como te explicar isso. Eu não sei nem por onde começar, Vivien. Não fui eu, não foi culpa minha. - Começo a chorar.
Vivien se aproxima de mim e me olha assustada, ver um rastro de sangue pelo chão ir em direção ao banheiro e vai seguindo calmamente sem tocar e pisar em nada. Ela se depara com o corpo de Joseph jogado e a poça de sangue espalhada pelo chão.
- PUTA MERDA, MATTHEW! - Grita - Quem é esse? O que aconteceu aqui? O que você fez?- Pergunta incrédula.
- Você precisa acreditar em mim, Vivien. Não foi eu que causei isso, quando eu cheguei ele já estava assim. Eu recebi uma ligação dele pedindo para se encontrar comigo aqui e quando cheguei me dei com ele nesse estado. Eu posso te explicar tudo quando chegarmos em casa, mas por favor, me ajuda a se livrar dessa situação, ok?
Vivien suspirou lentamente e começou amarrar seus cabelos fazendo um coque como eu nunca tivesse visto tanta fúria nos seus gestos e nó.
- Eu realmente não sei mais de quem você se trata, Matthew. Eu te pedir inúmeras vezes para não mentir mais para mim, eu te implorei. Eu fui sincera com você e você de repente me aparece com isso? Quem é você de verdade, Matthew? - Ela balançou a cabeça de reprovação - Tudo bem, me arrume lenços umedecidos, papel toalha qualquer coisa que não deixe pra deixar vestígios.
Saí em busca de lenços, papeis qualquer coisa que fosse de ajuda útil. Encontrei lenços em cima do frigobar perto da cama e sair correndo de volta para o banheiro. Vivien estava tentando empurrar o corpo para fora da poça de sangue e do banheiro. Entreguei os lenços para ela que imediatamente se prontificou a limpar os vestígios deixado por lá enquanto tentava ao máximo limpar o sangue. O sangue já tinha escorrido metade para o ralo devido a água da banheira ter vazado o que facilitou muito nossa operação.
- Muito bem, agora puxa o cobertor da cama, precisamos enrolar o corpo e da fim com ele.
- Mas como iremos fazer isso? Tem câmeras por todo os lados do hotel, seríamos pegos.
Ela hesitou por alguns minutos e me encarou com um ar de "é sua vida que está em risco, então você terá que confiar em mim de qualquer jeito", o que me deu um calafrios na espinhas pensar no que poderia haver pela frente, mas agora não era hora para se negar pedidos de ajuda e Vivien era uma das pessoas, se não fosse a única, que eu poderia confiar. Corri para a cama novamente e peguei os cobertores, enrolamos o corpo de Joseph e arrastamos novamente para o quarto. Me doía ver Joseph naquela situação, nunca pude pensar que algum dia eu estaria fazendo isso com alguém, inclusive com alguém que seria Joseph. O que será que teria acontecido com ele? Quem teria tido essa barbaridade toda? Será que a pessoa o odiaria tanto a ponto de fazer isso com ele?... Ou essa pessoa me odiaria tanto a ponto de bolar um enrascada para mim tentar me ferrar? A situação estava cada vez mais piorando. Seriam dúvidas que estariam rondando pela minha cabeça noites e mais noites.
- Escuta, Matthew...
Fui interrompido dos meus pensamentos por Vivien.
- ... Agora você precisa confiar em mim. Eu preciso de que você troque de roupa, se limpe por inteiro e saía daqui o mais rápido possível. Certo?
- Porque? E você? O que vai fazer com o corpo dele? - Pergunto confuso enquanto encarava o corpo estendido de Joseph pela porta do banheiro.
- Eu darei um jeito, ok? Eu sempre dou, não é mesmo? Mas agora só preciso que você me escute e faça o que estou pedindo, pelo nosso bem. - Ela confirma.
Me levanto do chão e vou procurando algumas roupas de Joseph pelo quarto enquanto tirava a minha roupa toda suja de sangue. Joseph tinha um corpo malhado, mas não era muito gordo, seu biotipo era perfeitamente qualificado ao meu, apesar dele ser extremamente mais velho que eu, eu sabia que suas roupas poderiam caber em mim. Avistei seu blazer sobre a poltrona de couro branca encostada na parede ao lado do balcão que levava a cozinha. Passei um lenço umedecido sobre o meu corpo e puxei seu blazer para me vestir. Mas algo simplesmente se jogou-se contra o chão, fez um barulho agudo ao cair e percebi que brilhava que nem ouro, me abaixei para verificar do que se tratava.
Não. Eu não poderia imaginar que isso estava acontecendo, não poderia ser real. Meu mundo desabou no momento que peguei aquele pequeno pedacinho de ouro jogado ao chão, as coisas estavam ficando definitivamente complicadas para mim e para um futuro a qual eu realmente duvidava que poderia existir. Era o anel. O mesmo anel a qual eu havia dado a Brandon no dia que estávamos no chalé do seu pai, aquele a qual jurei meu amor a ele, com a inicial do seu nome. Brandon esteve aqui, esteve aqui antes de mim. Quem poderia me jurar que não foi ele quem praticou toda essa crueldade com Joseph? Aliás, ele já teria agido por ciúmes antes, já matou por causa disso. Será mesmo que Brandon mudou ou estou apenas me iludindo como Noah também se iludiu? Minha vida estaria realmente seguindo à morte e eu estou cego de amor demais por acreditar nisso? Eu não poderia mais acreditar em Brandon, não depois disso.
Me arrumo e vou caminhando até a porta saindo despreocupado, evitando encarar qualquer tipo de câmera que estiver pelo teto, tento a todo custo me parecer tranquilo, mas de todo jeito era difícil. E se alguém te viu entrando naquele quarto, Matthew? E se tinha alguém te observando esse tempo todo para planejar colocar toda a culpa em você? Fecho meus olhos tentando evitar meus pensamentos e acelero meus passos. De uma coisa eu sabia; Estava na hora de encarar a realidade.
Por fim, me dei conta que já estava na rua ao ouvir uma buzina de um carro quase me atropelar.

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