Capítulo 10: Nem todos gostam de ver a felicidade alheia.

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Já se passavam das 19 horas e 45 minutos quando chegamos ao hotel. O porteiro pegou as chaves do carro de Brandon para estacionar na garagem enquanto eu ia caminhando para dentro do hotel, Brandon me seguiu logo atrás. O hotel era realmente um espetáculo de tão lindo e mais uma vez eu estava no mundinho de Brandon, por mais que tentasse evitar esse mundo, ele me puxava de volta e o pior de tudo, eu nunca estava preparado para encarar isso. O hotel era coberto de iluminarias lindas e brilhantes, um verdadeiro palácio, de um lado havia a recepção e do outro, estava a sala de espera, com sofás brancos enormes e almofadas da cor carameladas. Estava encantado com tudo aquilo e mais uma vez pessoas bem elegantes e arrumadas entravam e saiam do hotel, todos bem formais, alguns de vez em quando me olhavam dos pés a cabeça e isso de certa forma me incomodava mas tentava ao máximo não mostrar que eles me intimidavam e preferia ignorar os olhares não agradáveis para mim. Eu nunca tinha entrado em um hotel tão luxuoso assim e só depois notei que não tinha prestado atenção no nome do hotel. Brandon encostou sua mão sobre minhas costas como um verdadeiro lorde e se aproximou de mim, me arrepiei com seu toque e suspirei ofegante.
– Eu vou lá na recepção pegar a chave e mandarem trazer um vinho para gente enquanto esperamos a pizza tudo bem? – perguntou Brandon.
– Tudo bem. – respondi.
Brandon deu um beijo de inesperado em minha bochecha e saiu caminhando em direção a recepção. Apoiei minha mão sobre meu rosto e alisei como um toque de despedida. Foi a primeira vez que Brandon demonstrou certa afeição comigo, tirando sua mão apoiada nas minhas costas, mas jurava que ele fazia isso com todos para mostrar um certo respeito. Brandon era assim, um lorde em pessoa e eu não podia negar que isso me fascinava. Seus lábios eram macios e delicados, seu hálito tinha cheiro de cereja e seu beijo, ah, seu beijo era de derrubar qualquer pessoa. Pouco tempo depois ele voltou com um sorriso lindo e só ali pude notar o quanto ele era fascinante, era uma visão maravilhosa de se ver.
– Vamos?
– Sim, vamos. – concordei.
Ele fez um gesto com a mão para que eu prosseguisse. E eu sair caminhando em direção ao elevador com ele logo atrás de mim, entramos em um elevador coberto de vidros, apenas nós dois. Brandon apertou em dois números e não conseguir ver direito qual foi o primeiro, mas pude notar que o segundo era o número cinco, estávamos indo para o décimo quinto andar, pelas minhas contas, o último andar do edifício. As portas do elevador se abriram diante de outras duas portas enormes de madeira, eram as únicas portas daquele pequeno corredor, nos aproximamos e Brandon logo tirou um cartão de seu paletó, enfiou sobre o aparelho eletrônico que ficava ao lado da porta, a luz de vermelha passou-se para verde e no mesmo instante as portas se abriram.

Era o quarto de hotel mais lindo que eu já tinha visto na minha vida, estava tão encantado que meus pés não conseguiam dar um passo a frente, suas paredes eram todas repletas de vidro, mostrando todo o encanto de West Falls ao seu redor, um lustre enorme se prendia ao centro do quarto e logo em baixo uma sala para receber as visitas, sofá de madeira com suas almofadas de preto veludo com uma mesa de vidro cheia de bebidas e logo a frente uma enorme lareira toda feita de tijolos refratários, ao lado pude notar um enorme piano preto. E do outro lado do quarto, estava a cama principal com seus lençóis mais caros do mundo, eu podia prever. Quase não se tinha quadros pelo quarto, os poucos que tinham eram mais pinturas de alguns pintores importantes pelo mundo, mas apenas um quadro me chamou atenção e estava logo a cima da lareira, me aproximei calmamente dando a volta pelo sofá e me coloquei de frente para a lareira, olhei para cima e fiquei a admirar aquele quadro. Era um retrato de Brandon segurando algo que se podia dizer como um troféu, abaixo da imagem tinha algo escrito como "Brandon Reeves, o maior empresário do ano."
Esse foi um entre vários troféus que eu ganhei.
Brandon se aproximou-se de mim e me entregou um dos dois copos de uísque que estavam em sua mão, também estava olhando para o quadro e talvez respondendo a pergunta que eu estava fazendo em minha cabeça, mas não estava com coragem para perguntar.
– E porque apenas esse ganhou destaque?
– Porque foi com ele que eu me tornei o que sou hoje e pude trazer minha empresa para o sucesso.
– Me desculpe, mas eu nunca tinha ouvido falar de nenhum Brandon Reeves, você não deveria ser pelo menos famoso?
– Sempre me privei de tudo que podia me atrasar, Matthew. Nunca fui um homem para mostrar todas as minhas conquistas ao mundo, eu sempre trabalhei para o meu próprio prazer sem esfregar na cara dos outros o que eu ganhei e o que perdi, nem todos gostam de ver a felicidade alheia, Matthew. – Brandon terminou de falar tomando um gole do seu uísque e fiz o mesmo, nunca fui muito fã de bebidas alcoólicas então bebia tudo em grande dose para que acabasse o mais rápido possível.
– Entendo. – respondi de imediato, sem mais perguntas.
Me virei para o outro lado e notei o piano logo a minha frente, me aproximei e comecei a caminhar em volta. O piano tinha cheiro de novo, talvez estivesse colocado ali a pouco tempo, comecei a apertar as teclas devagar.
– Não sabia que você tocava piano.
Olhei em direção a Brandon e percebi que ele estava acendendo a lareira.
– Na verdade, não. Eu comprei como um presente que nunca foi entregue, longa história, você não gostaria de ouvir.
– Na verdade adoraria, foi pra isso que viemos aqui não foi? Para nos conhecer melhor?
– Bom, talvez. Mas se me permite eu dizer a minha verdade, eu estava pensando em outra coisa.
Meu corpo gelou na hora, estava sem reação e não sabia o que dizer, o que ele estava querendo dizer com aquilo? Ou talvez eu estivesse pensando coisas demais? Larguei meu copo de uísque em cima do piano e me encostei junto a ele tentando parecer o mais normal possível, mesmo que por dentro estivesse uma enorme euforia. Ai meu Deus, esse cara era lindo e sedutor, ele era o perigo em pessoa. E o pior de tudo era que eu adorava uma adrenalina. Foi ai que resolvi provocar e entrar no jogo de Brandon.
– Que tipo de coisa? 

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