Capítulo 9: Pode deixar que eu voltarei, Sr. Blanchard.

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– Achei que iria embora sem ao menos dizer um "olá", que mal-criação Srto. Brandon Reeves.
Um homem alto, negro e careca veio andando em nossa direção, estava com um sorriso estampado no rosto. E que sorriso, hein Matthew? O homem parecia um deus grego de tão lindo. Ele realmente era um homem incrível de se admirar, estava com suas roupas de cozinheiro que por sinal eram muito elegantes e limpas, seu nome estava bordado a ouro no lado esquerdo do seu dólmã preto. Gentilmente se aproximou de nós dois, limpou as mãos em um pano e entregou a uma funcionária que passava ao seu lado, entregou sua mão a Brandon e se cumprimentaram em seguida com um abraço apertado, felizes e muito contente por estarem encontrando-se novamente, me recolhi no canto da parede e esperei, em seguida Brandon virou-se para mim e me puxou para mais perto de si.
– Matthew, quero que você conheça o melhor cozinheiro da cidade, um mestre da cozinha e um grande amigo meu... Conrad Blanchard.
Me aproximei mais de perto daquele homem negro e só quando cheguei mais perto percebi o quão alto e bonito ele era. Estendi minhas mão para ele e o cumprimentei.
– Muito prazer, Matthew Russell. – sorri.
– O prazer é todo meu, Matthew. Conrad Blanchard, a seu dispor.
Voltei ao meu posto de lugar, logo atrás de Brandon e pude perceber que os olhos de Conrad se voltaram para Brandon.
– Então esse é um dos novos clientes? E onde está o Srto. Elder? Engraçado, você nunca me apresen...
– Não é nada do que você está pensando, Blanchard! – Brandon o interrompeu antes de Conrad terminasse a frase.
"Elder", esse sobrenome não me é estranho, tenho a sensação de já ter ouvido ele em algum lugar, só não consigo me lembrar onde. Porque Brandon não quer fala a respeito dessa pessoa? Me sentir um pouco inseguro e estranho com aquela conversa, por mais que não estivesse entendendo o assunto, podia sentir que Brandon não queria que eu entendesse e o encarar de Conrad para ele não estava me animando. Conrad voltou seu olhos para mim, dessa vez estava me comendo vivo com os olhos, podia parecer loucura minha, mas sentir um pouco de náusea com aquilo e queria sair dali o quanto antes. Porque Conrad estava me olhando daquele jeito? Estou ficando louco ou vendo coisas demais? Balancei meu rosto para me livrar dos meus pensamentos e apertei o braço de Brandon devagar, queria mais que tudo que ele notasse que eu queria ir embora, mas apenas Conrad notou minha mão em Brandon e mais uma vez voltou a me encarar.
– Vocês já comeram? – perguntou Conrad interrompendo o clima.
Brandon me olhou de relance e voltou seu olhar para Conrad.
– Não, Matthew não se sentiu confortável para jantar aqui, prefere que vamos a algum lugar mais tranquilo.
Ah droga! Brandon seu ridículo, você não deveria ter feito isso!
Ah qual é! Mais tranquilo do que o meu restaurante?
– Foi o que eu falei para ele.
– Com todo respeito Sr. Blanchard, mas eu não sou muito acostumado com essa coisa toda de restaurantes cinco estrelas, é maravilhoso o seu restaurante, um dos mais lindos que já pude conhecer, mas nesse momento estou apenas desejando um cachorro-quente. – interrompi a conversa para me defender.
Conrad suspirou e levantou os ombros, jogou as mãos para o alto e me encarou.
– Se for assim... tudo bem. Mas espero que você volte mais vezes aqui Matthew, será muito bem vindo.
– Pode deixar que voltarei, Sr. Blanchard.
– Estarei esperando ansiosamente Matthew, e por favor, me chame de Conrad.
Queria que Brandon estivesse notado que o clima ali não estava tão bom assim, mas ele não percebeu nada. Nos despedimos e saímos do restaurante, finalmente pude sentir que estava respirando novamente, estava sufocado com aqueles olhares de Conrad e não sabia como reagir aquelas encaradas que ele estava dando em mim, por fim me passou pela cabeça que ele fosse o meu cliente mas estaria muito óbvio demais para ser ele e preferi descartar essa questão. Brandon e eu voltamos para dentro do carro, onde fui puxado dos meus pensamentos por ele.
– Sabe o que eu estava pensando? – perguntou-me Brandon.
– Não. O que?
– Que poderíamos tomar um vinho enquanto comemos.
– Acha que vinho com cachorro-quente seria uma ótima combinação?
Brandon riu da minha pergunta.
– Não, mas eu não estava pensando em comer cachorro-quente.
– E o que iriamos comer?
– Uma bela de uma pizza, mon amour.
– Hummm... Uma bela pizza cairia legal.
– Sim. E podemos ir em algum lugar mais reservado.
– Tipo o que?
– Meu quarto de hotel.
Olhei de relance para Brandon e me baixei um pouco no banco do passageiro, ele também me encarou de relance e sorriu maliciosamente.
– Não é nada do que você está pensando, te garanto – informou ele – Quero apenas conversar com você para termos um pouco de privacidade e nos conhecer melhor, Matthew.
– Acha que seria uma boa ideia? – perguntei.
Por mais errado que fosse, eu queria ficar a sós com Brandon, poderia negar com todas as minhas forças, mas algo me fazia sentir uma atração por aquele homem que estava fora de mim, seu jeito encantador e prestativo me cativavam. Como um homem desses pode me fazer se sentir assim? Isso é loucura, a gente mal se conhece e ele já tem um efeito sobre mim. Você é louco Matthew, completamente louco!
– Com toda certeza Matthew, eu sei que você quer mais saber de mim, tanto quanto eu quero saber de você.
– Da pra parar de falar meu nome toda vez que me responder?
– Desculpe, é força do habito. – disse ele sorrindo.
– Tudo bem, que assim seja, tenho várias perguntas para te fazer mesmo, vamos. – concordei com sua ideia.
– Eu sei que tem.
Seguimos em direção ao quarto de hotel de Brandon. 

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