Efeito entorpecente

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kiki narrando babies 💕

[ 🐹 .*+ ]

Eu e Changkyun ficamos abraçados por um minuto inteiro, até que ele me afastou de seu corpo.

— Ainda está com fome? Eu posso ir na lojinha de conveniências comprar algo pra gente — neguei com um aceno e o puxei pelo blusão para perto, envolvendo sua cintura com meus braços.

— Você só sai à meia-noite.

Ele me tranquilizou com tapinhas carinhosos em minhas costas e um beijo no topo de minha cabeça. Nesse momento, ergui o rosto, ficando à altura do dele.

— É a segunda vez que ficamos tão perto assim — murmurei.

— E isso é ruim? — Changkyun, sutilmente, aproximou seu rosto do meu, de olhos fechados. Roçou nossos narizes e bocas, me inebriando com seu perfume.

— Por mais estranho que pareça, é bom — respondi, com o mesmo tom baixo de antes, tendo meus lábios pressionados pelos de Changkyun em seguida. Seus braços me tomaram com firmeza e espalmei minhas mãos em seu peitoral quando o Lim afastou-se minimamente.

— Vamos pro quarto — Changkyun disse, me pegando no colo. Não foram necessários muitos passos, já que a casa era pequena e logo eu já estava sendo deitado no colchão. Changkyun ficou sobre mim, sua mão acariciava minha nuca e seus lábios me impediam de falar que eu não queria que ele fosse.

Lágrimas começaram a cair involuntariamente de meus olhos, e ao perceber que eu chorava, Changkyun beijou minha testa.

— Não se abale com isso — pediu.

Depois dessa fala, não nos beijamos outra vez. Changkyun se deitou e indicou para que eu me deitasse ao seu lado, e assim o fiz, sendo abraçado por seu calor.

[...]

Ao acordar, eu senti frio e falta do corpo de Changkyun ao meu lado. Ao tatear o colchão, eu soube que era inútil, pois ele não estava mais lá e sim no tal galpão. Dei um soco no colchão e me levantei às pressas, vendo que ainda era onze e vinte. Por que Changkyun saiu mais cedo?

Vesti a jaqueta de Changkyun, a qual estava jogada em cima da cadeira em que ele estava sentado mais cedo.

Eu não poderia ir sozinho, então pensei em chamar Jackson. O único problema era que eu não sabia se ele estava no ferro-velho a essa hora e não tinha ideia de onde ele morava. Vasculhei o quarto de Changkyun em busca de algo que eu pudesse me usar para me defender. Minhas mãos tremeram ao puxar, de debaixo da cama, uma arma de fogo. Engoli em seco ao pô-la na lateral de meu corpo, dentro da calça.

Em seguida, corri até o ferro-velho, na esperança absurda de Jackson estar lá. Mas como pensei, não estava. Então Hyunwoo me veio na cabeça. Sei que estávamos brigados mas não custava nada tentar.
Então, peguei um dos carros estacionados no ferro-velho e dirigi até a casa de Hyunwoo. Me custou tempo para chegar lá, e eu esperava que valesse a pena.
Estacionei o veículo de forma desajeitada na calçada e corri até a porta. Quem me atendeu foi uma das empregadas, e, pouco tempo depois, Hyunwoo apareceu na porta, totalmente vestido para sair de casa. Ou talvez houvesse acabado de voltar de alguma festa.

— Eu sei que é um péssimo momento, mas eu preciso muito da sua ajuda — falei, com pressa — também sei que é tarde, mas eu estou preocupado com Changkyun. Você é a única pessoa que eu conheço e você é bem forte, eu estava pensando se você podia ir até Sonsang comigo e me ajudar a...

— Cale a boca, Kihyun — ele falou com sequidão. Depois de massagear as têmporas, pediu: — me conte, pausadamente, do começo, o que diabos está acontecendo.

Tirei a franja dos olhos e respirei fundo.

— Changkyun foi se encontrar com uma pessoa perigosa e caso ele não consiga o acordo, ele morre. Faz dez minutos que ele saiu e eu preciso muito da sua ajuda.

— Sonsang é perigosa e não duvido que todos têm armas naquele lugar. Eu não vou arriscar minha vida por uma pessoa que sequer aturo, Kihyun.

Diante de tamanha frustração, mordi meu lábio tão forte que chegou a sangrar.

— Desculpe o incômodo, Hyunwoo — dei meia-volta, porém, por algum motivo, o Son me puxou pelo pulso.

— Onde você conseguiu essa arma? — ah, então ele percebeu.

— Estava no quarto de Changkyun — puxei o braço com força, correndo até o carro. Ainda tinha tempo para voltar para Sonsang e, de alguma forma, com essa arma, ajudar Changkyun.

Dirigi de volta para o local tão temido por mim um dia, mas que hoje me trazia mais conforto que minha casa. Me pergunto se foi por causa de Changkyun.
Quando eu virei a rua que dava acesso ao ferro-velho, vi Changkyun caminhando despreocupadamente, com mãos nos bolsos. Isso me fez frear o carro e correr até sua direção, o abraçando sem aviso prévio.

— Eu te falei pra ficar em casa, Kihyun! — ele exclamou, porém, ao ver que eu trajava sua jaqueta, deu um sorriso bobo.

— Eu quis te proteger, até mesmo peguei uma arma — a destra de Changkyun afastou o tecido grosso da jaqueta e ele pegou a arma, dando-me um olhar reprovador.

— Essa arma era de meu pai — ele respirou fundo — não pensei que você estaria tão preocupado ao ponto de procurar pelo meu quarto todo alguma forma de me proteger.

— Você está com raiva?

— Um pouco.

— Como foi? — tentei desconversar.

— Hwajin aceitou o acordo, estou livre de problemas em Sonsang — sorri largamente e o abracei — se bem que você é um problema e tanto — recebi um peteleco no meio da testa, e chiei — mas fico feliz que você está bem. Vamos pra casa.

PAPER CROWN 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora