A vida é cheia de surpresas

742 140 142
                                    

kiki narrando mores

[ 🐹 .*+ ]

— Você ainda não me contou como fez Hyungwon pagar o preço — Changkyun finalmente se pronunciou. Estávamos sentados nas arquibancadas da quadra durante o horário do intervalo.

Dei um suspiro pesado antes de tomar coragem para contar o que eu havia feito.

— Eu enviei a foto que tirei para os pais dele. Mas só para os pais.

— E você não acha que vão denunciar o Hoseok e mostrar as fotos? — Changkyun franziu o cenho.

— Hyungwon já tem 18 anos e Minhyuk me contou que o próprio pai de Hyungwon queimou as fotos.

— Espero que essa rixa de vocês tenha acabado — ele murmurou.

— É — bebi o gole do suco que estava ao meu lado — eu também espero.

— Kihyun — Changkyun me chamou.

— O que?

Ele ficou em silêncio por um minuto inteiro, e, quando eu ia mandá-lo desembuchar, ele suspirou e disse:

— Eu sei que a festa de formatura é só no final do mês que vem mas... você quer ser meu par na festa?

Quase morri engasgado com o suco. Deixei meu lanche de lado e o olhei, ainda em um misto de emoções.

— Então o emo gótico vai à festas? — brinquei. Changkyun rolou os olhos e empurrou meu ombro de leve — claro que eu quero, seu bobo.

Changkyun abriu um sorriso largo, porém logo se esvaiu ao me perguntar:

— Como está seu relacionamento com seu pai? — o Lim indagou.

— Ainda não conversamos normalmente, mas eu acho que ele realmente mudou. E se não tiver mudado, vou ter que te pedir um favor — Changkyun riu.

— Vou cobrar caro dessa vez — Changkyun se aproximou de mim e beijou o canto de minha boca.

— O que acha de assistir um filme lá em casa depois da aula?

— Você quer meu corpo nu que eu sei.

— Changkyun! — ele gargalhou.

— Estou brincando, amor. Acho uma ótima ideia passar o tempo com você.

Meu coração gelou e borboletas brincaram no meu estômago quando ouvi aquele novo apelido. Não era Kiki, Kyu, Kihyunnie. Era amor.
Notando que eu estava aéreo depois desse chamamento, Changkyun sorriu e me deu um selinho demorado.

— Amor, amor, amor, amor — Changkyun insistiu em brincar com minha mente — você fica tão bonitinho quando está corado.

— Para! — bradei ao me levantar. Changkyun riu de mim e eu simplesmente queria esconder meu rosto em algum lugar. Comecei a correr pelas arquibancadas e Changkyun, como um ótimo idiota, correu atrás de mim enquanto gritava "amor".

Éramos dois estúpidos mesmo.

[...]

Como meu pai havia mudado o turno de seu trabalho, ele não passava a tarde em casa — o que era ótimo para mim e Changkyun. E, bem, a nossa tarde cheia de filmes acabou resultando em Changkyun e eu deitados na minha cama nos beijando.

— Falei que você queria meu corpo nu — Changkyun disse quando nos afastamos minimamente para pegar ar.

— Cale a boca — resmunguei, o apertando com as pernas. O Lim, por sua vez, apertou minhas coxas e mordeu meu pescoço, me fazendo grunhir e encravar as unhas em sua carne. Sua língua explorava cada canto de minha boca e ele deixava seus dígitos e marcas por todo meu corpo. Changkyun tirou minha blusa e a jogou longe antes de ir abaixando o corpo até minha intimidade.

Assim que ele começou a desabotoar minha calça, a campainha soou. Tentei ignorar, puxando Changkyun para cima de meu corpo de novo, mas quem quer que fosse parecia extremamente insistente.

— É melhor você abrir a porta — Changkyun murmurou.

— É melhor você abrir minha calça logo porque eu não aguento mais — resmunguei, irritadiço.

Quando pensei que o barulho tinha acabado, a campainha soou mais uma vez e Changkyun riu baixinho.

— Vá lá ver o que é.

Rolei os olhos e vesti minha blusa, recebendo um tapa em minha bunda antes de deixar o quarto. Desci as escadas com ódio em cada passo e, assim que abri a porta, foi como se meu cérebro desse pane.

— O que você está fazendo aqui, Hyungwon?

— Vim resolver as coisas. Mas parece que vim em uma hora ruim — ele olhou para trás e segui seu olhar, dando de cara com um Changkyun sem camisa — posso voltar outra hora.

— Você tocou a campainha inúmeras vezes, agora você vai me dizer o que você quer.

— Posso entrar?

— Não.

O Chae suspirou.

— Me perdoe pelo o que eu fiz por todos esses anos.

— Por que do nada decidiu ser um bom samaritano?

— Porque eu mereci, Kihyun — ele suspirou — mereci esse soco na cara pra acordar pra vida.

— Pra perceber que o mundo não gira em volta de você, é isso que quer dizer — cruzei os braços. Após um longo silêncio, tomei fôlego e disse: — me perdoe também pela foto. Mas eu meio que precisava fazer aquilo pra dormir bem.

— É passado — Hyungwon torceu o nariz — e agora você é amigo de Minhyuk, o que quer dizer que devemos nos dar bem. Então... — ele estendeu a mão — colegas?

— Vou demorar pra digerir tudo isso. Mas ter você do meu lado é melhor do que tê-lo contra mim — apertei sua mão.

Nunca pensei que fosse ficar do mesmo lado de alguém que um dia pensei que seria meu inimigo para sempre. Mas, bem, a vida pode ser cheia de surpresas.

PAPER CROWN 「 Changki, 2Won, Joohyuk 」Onde histórias criam vida. Descubra agora